Bandas: Vio-Lence, Exhorder, Ratos de Porão (abertura: Damn Youth, Escalpo, Cerberus Attack e Santa Muerte)
Desde o anúncio do Kool Metal Fest ano passado dizendo que seria no feriado de carnaval, muita gente se preparou para esse evento prometendo lotar o Carioca Club - tudo certo! Tanto na logística do lugar, horário e bandas, o público não perdeu oportunidade de sair de casa no primeiro encontro de thrashers de 2024 com Vio--lence, Exhorder (primeira vez no Brasil), Ratos de Porão, Damn Youth, Escalpo, Cerberus Attack e Santa Muerte.
Abertura da casa ficou por conta do thrash/crossover Santa Muerte, o trio estava apresentando prévias do seu primeiro álbum quando consegui entrar, aparentemente foi um show curto mas ouvia-se muita energia enquanto estava na fila (ouvia-se também para regularem os retornos de palco, algo que aconteceu durante o evento todo).
Em seguida, Cerberus Attack fez um repertório curto, mas uma pancada atrás da outra. O quarteto com duas guitarras liderado por Jhon França (vocal/guitarra) já tem uma estrada longa no underground, fizeram um show demolidor no festival, entretanto, os retornos de palco que não foram resolvidos na abertura com duas guitarras, saturou tudo.
O Escalpo, banda de Metal Punk aproveitou a casa ganhando público e tocou logo em seguida, faz um show consistente, direto, sem dar voltas, tudo na cara e com letras claras tratando questões sociais. Deixou o recado e marcou o evento de forma digna na íntegra.
No Damn
Youth os excessos foram corrigidos (mas que voltaram depois) o quarteto
teve a oportunidade para executarem o melhor som das bandas de abertura até o Vio-lence.
Soltaram músicas do primeiro disco “Breathing Insanity” e focaram no lançamento
“Descends into Disorder”. Aproveitaram o role em SP após
o show em Santo André na sexta-feira (09/02), sábado em Americana e chegaram no
Carioca Club arregaçando tudo. Realmente foi o destaque da noite com Thrash
altamente técnico, marcante, postura de palco, som impecável e circle pit no
set-list inteiro. É a revelação do nosso underground nordestino na linha do
Violator, e os eventos daqui estão sendo um termômetro para a banda alcançar
voos maiores com uma turnê sul-americana e europeia nos próximos tempos.
Em seguida, a apresentação que carrega uma frase comum pra todos que curtem os caras: “ah mano, Ratos é Ratos cara!”. É uma expressão que não deixa a desejar quando a banda se impõe sonoramente, liricamente, e o público corresponde à altura.
Em turnê do disco “Necropolítica”, assistir o Ratos de Porão é sentir que a banda não vai parar tão cedo; João Gordo colocou um vocal cuidadoso que tem lenha para mais alguns discos de estúdio, muitos shows, renovação de público, surgimento de novas bandas e contestação garantida. Transitaram por todas as fases da discografia, todos tocando em alto nível e colocando todo mundo na roda. Somente os técnicos de som pisaram na bola na guitarra do Jão numa parte do show, duplicaram a Gibson dele nas caixas de frente para o público e o som lá embaixo estava extremamente alto, atropelando os outros instrumentos. Muita gente foi para o fundo para ver se melhorava, mas não foi o que aconteceu.
Para fechar, Vio-lence mostrou a que
veio; escalou os clássicos para garantir o show de ponta a ponta começando a
festa com “Eternal
Nightmare” e mantiveram a pegada até o fim. Incrível
como tocaram igual aos discos de estúdio, parecia que a banda estava usando
metrônomo para não sair do tempo. O vocalista Sean Killian ainda carrega o mesmo timbre,
fôlego e potência após três décadas no front do microfone. A energia guardada para
os caras foi refletida no público, que aproveitou da primeira à última música
os mosh-pits e subidas no palco, mas que logo Sean fazia questão de empurrar de
volta para pista (isso mesmo, ele empurrou todos que subiram no palco). Puxaram
um cover de “California Über Alles” do Dead Kennedys com Kyle Thomas (Exhorder);
fecharam com “World in a World”. Os olhos estavam voltados também para o
espetacular guitarrista Phil Demmel, último show dele antes de integrar o novo
projeto do Kerry King. E o som dos caras agora? Estava tudo certo!
No geral, deu para sentir o público
aproveitando muito bem o feriado com as bandas fazendo sua parte nas
apresentações à altura do festival, que já é tradicional em SP e está indo para
outras cidades. As saturações dos instrumentos são ajustes que na passagem de
som pode ser corrigido (que pelo visto não teve). Já assisti o Kool Metal Fest
no Teatro Mars e foi arrebatador, porém, a estrutura do Carioca Club, que traz
um espetáculo de iluminação, acomodação do público e som de primeira,
infelizmente pesaram a mão na hora de regular o som das guitarras de todas as
bandas (exceto Damn Youth e o Vio-lence, que foram as bandas que
tiveram a melhor qualidade sonora do evento). Não foi só o público que sentiu,
as bandas no palco pediram no microfone uma atenção dos técnicos. Por ser um
festival, os excessos sonoros podem tirar o foco da apresentação, mas no final,
as bandas conseguiram inverter e sobressaíram muito bem.
Texto: Robeto “Bertz” Oliveira
Fotos: André Tedim para o Metal na Lata
Vídeos: Loudness Vídeo Cast, Fernando Curi
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Agência Sob Controle, Loja 255 e Cospe Fogo
Mídia Press: Tedesco Comunicação
& Mídia
Vio-Lence
Eternal Nightmare
Serial Killer
Phobophobia
Kill On Command
Calling in the Coroner
I Profit
Officer Nice
Upon Their Cross
California Über Alles (Dead Kennedys cover)
World
in a World
Exhorder
Slaughter in the Vatican
Legions of Death
My Time
Year of the Goat
Forever and Beyond Despair
Exhorder
Desecrator
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