sexta-feira, 31 de maio de 2024

Cobertura de Show: Summer Breeze Brasil - 28/04/24 - Memorial da América Latina/SP


Por: Renato Sanson/Carlos Garcia


O dia 28/04 prometia mais um dia quente em São Paulo e a noite que teríamos de volta o Rei Dia- mante e o seu Mercyful Fate.

O dia iniciou no ICE STAGE com os suecos do Eclipse e seu Hard mais melodioso e acessível, mas não menos empolgante. O Memorial já contava com um ótimo publico e a pista estava tomada para vê-los, notamos vários músicos da cena Hard ali no meio da galera.

No SUN STAGE o Torture Squad iniciava o dia com seu Thrash/Death Metal de primeira em um show muito profissional e atrativo. Baseado em seu mais recente lançamento “Devilish”, mas sem esquecer dos clássicos. 

Levantando muito a galera e mostrando que essa formação com: Mayara Puertas (vocal), Castor (baixo), Amilcar (bateria) e Renê (guitarra) que está unida a quase uma década não é toa. Forte, resiliente e levando o nome do TS ainda mais longe. 

De bônus, Leather Leone subiu no palco para cantar duas músicas com a banda, incluindo a "The Warrior", que está no último álbum e tem ela como convidada.

As 13h um dos shows mais aguardados do dia, dos finlandeses do Battle Beast e sua primeira apresentação no Brasil. E que show incrível! Seu Heavy Metal com fortes influencias sinfônicas encantaram os fãs e nem sob o sol de 40 graus desmoreceu a galera, muito pelo contrário, seguiam insanamente cantando cada refrão e cada melodia. 

Noora Louhimo é um show a parte e sua voz estremecia o Memorial tamanha a potencia e encantava com passagens melodiosas belíssimas!

Indo para o WAVES STAGE os paulistas do Hellish War já estavam destilando o seu Heavy/Speed Metal e mostrando o porque serem uma das melhores bandas do Metal nacional. É incrível a destreza técnica com o feeling e o quanto sabem cativar o publico. Um show de alto nível que merecia com toda a certeza estar em um palco maior.

Lá no palco ICE o Overkill já dava as cartas e foi possível presenciar a segunda metade do show dos mestres do Thrash americano, que tinham em seus graves o também lendário David Ellefson (ex-Megadeth) já que D.D. Verni não pode participar da turnê Sul-Americana.

Falar do Overkill ao vivo é chover no molhado, uma destruição do mais alto nível e destilando clássicos em cima de clássicos como: “Coma”, Horroscape”, “Elimination”, e “Fuck You”. Só para falar alguns.

Aquele show que você é fã de Thrash quer ver e rever sempre que possível.

Confesso que não sou fã da banda Avatar, mas é inegável que os alemães já construíram uma base de fãs bem forte em nosso país. Seu show no palco HOT estava abarrotado de pessoas pintadas como a banda e muitos utilizando suas roupas características. 

Atraindo para o Heavy Metal muitos fãs novos e da geração atual, o que é ótimo! Ao vivo mandam muito bem e são extremamente enérgicos e teatrais, com muita interação e peso. Também dessa leva mais moderna, tivemos o While She Sleeps, e essa diversidade é um dos pontos fortes do festival, o que atrai um público maior.

De café da tarde (15h50min) a lenda do Death Metal Carcass chegava sob um sol escaldante e sendo uma das bandas mais aguardadas daquele dia também. Jeff Walker e Cia iniciam com os dois pés com o clássico “Buried Dreams” e sem tempo de respirar “Kelly's Meat Emporium” do mais recente lançamento segue o caos sonoro.

Sem muita conversa e enrolação o Carcass foi cirúrgico (redundância não? rsrs) e entregou ao público um petardo atrás do outro. Como o Sol estava de frente ao palco, a banda estava também sendo “torrada” e em “Heartwork” Jeff não estava conseguindo cantar o refrão. Dando um tempo e retornando com um saco de gelo na cabeça para finalizar o show.

Bill Steer e Walker mostram o porque serem tão aclamados pelos fãs de Metal no geral e mostram que o Carcass segue a todo vapor e já estamos na expectativa de revê-los.

As 16h30min no palco SUN o Death Angel iniciava o seu show e que show meus amigos(a)! Eu particularmente (Renato) era o show mais aguardado do dia/noite e valeu cada segundo. O Death Angel tem um poder ao vivo único e os músicos estavam extremamente a vontade e dando o seu melhor. Foi clássico, atrás de clássicos, rodas e mais rodas, moshs... Tudo que um show de Thrash precisa e deve ter.

Mark é um verdadeiro show man e conduz a plateia como poucos. A dupla de guitarras Rob e Ted são incríveis e complementares, um mais técnico o outro mais feeling em uma união perfeita. Assim como a dupla Will Carroll (bateria) e Damien (baixo) verdadeiros rolo compressores.

Um show memorável e que deixa saudades em um pouco mais de uma hora.

Ao final do Sign Sessions do Death Angel (onde o meu colete foi autografado pelos mesmos!) iniciava no WAVES a banda brasileira Kryour e me impressionou de cara com seu Death Metal melódico muito bem tocado. Melodias incríveis, variações vocais e muito peso e agressividade. Um show bem profissional e de alto nível.

Uma boa surpresa foi o Santo Graal, vencedora do concurso New Blood, a banda composta com uma mescla de músicos jovens e outros mais experientes, todos talentosos e competentes. Debaixo do sol escaldante levou um bom público no Waves Stage, que curtiu muito o show.  

O Metal sinfônico do grupo busca apresentar um diferencial, e um deles é o violoncelista fixo, que preenche de forma mais orgânica a sonoridade. A vocalista Natália mostrou muita desenvoltura em palco, assim como a tecladista Carollyn, que com o keytar também ia a frente do palco interagir. 

Destaque também para a presença da bailarina Glenda durante a execução da música "Black Swan". Entregaram um ótimo show, e mostraram que tem um caminho promissor a trilhar.

Nos palcos principais acompanhamos a trinca final, assisti ao Killswitch Engage, e apesar de não ser um grande fã, reconheço que os caras entregaram muita energia e dedicação, e dava para notar a satisfação dos fãs da banda. O vocalista Jesse Leach desceu várias vezes no pit para interagir de perto com o público, e no final fizeram uma versão interessante de "Holy Diver", a qual foi cantada inclusive por quem estava ali só para se colocar já para o show do Mercyful Fate.

Antes do Rei Diamante, no palco Ice, Pompeu anunciava a confirmação da edição 2025, e logo após o Anthrax iniciava um show repleto de clássicos e com muita energia, como é de praxe. Scott Ian corria como um louco pelo palco, e a galera atendia aos chamados, promovendo vários moshs e rodinhas, inclusive com alguns sinalizadores. 

Foi uma verdadeira celebração.  Ainda tivemos a participação de Andreas Kisser tocando "I Am The Law". Uma aula de Thrash, sem mais a acrescentar. Quem presenciou sabe.

E era hora do palco Hot com o Mercyful Fate, e antes mesmo do show do Anthrax terminar, a galera já estava na expectativa, acompanhando a movimentação da montagem do palco, coberto por uma cortina com o logo do Mercyful. Enquanto isso, a gente sabia que já estava rolando o Troops of Doom no palco Waves, uma pena não poder acompanhar.

Quando a cortina caiu, a comoção foi incrível. O palco completo com uma enorme cruz invertida, plataformas superiores com portais, escadarias, e um tipo de altar onde se via a figura do baphomet em alto relevo, e um show de luzes que deixaram a atmosfera perfeita para a banda apresentar seus clássicos. 

King Diamond interagia com o público, que vibrava também com a sua performance teatral, por vezes ajoelhando-se em frente ao baphomet para "rezar", ou quando subia as escadas balançando os braços como as asas de um grande corvo negro.

Backdrops ao fundo também iam sendo trocados, mostrando as capas dos álbuns.  O veteranos Hank Sherman e King Diamond demostraram sua excelente forma, e destaque para a energia jovial e técnica da mais nova integrante, a baixista Becky Baldwin.

O público vibrou e cantou junto com clássicos como "The Oath", que abriu o show, "Curse of Pharaos", "Melissa", "Black Funeral", "Come to The Sabbath", esta cantada por 90% do público que estava lá, e, após uma pausa, o encerramento com a épica "Satan's Fall". Um encerramento épico para um festival que teve um saldo muito positivo. 


Fotos: Paula - Eye of Odin Fotografia

Fotos Santo Graal - Ricardo Zupa

Fotos Torture Squad e Overkill - Carlos Garcia

Foto Hellish War - Susi Bomb (Som do Darma)


 

 

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