Por: Renato Sanson
Músico entrevistado - Marcelo Val (baixo) |
Em termos comparativos, quais as diferenças entre “EZ Life DV8” e “DEATHinitive...”?
Marcelo Val - Musicalmente o DEATHinitive... é um álbum mais focado em torno de um conceito musical, que é o Black/Death Metal Sinfônico, enquanto o EZ Life DV8 agregava mais elementos musicais de diversos estilos misturados, que resultou à época na criação do termo “MMS”, ou “Mixed Metal Styles”, para bem definir o estilo que a banda propunha então.
São dois álbuns que em termos líricos têm conceito
temático definido, no caso do primeiro álbum mostra um contexto analisando os
dilemas da humanidade em relação aos conflitos gerados pela disputa por poder e
nossa colocação no universo, enquanto o DEATHinitive tem uma atmosfera mais
voltada ao Dark Romance, e como o amor e as paixões podem influenciar tanto
positiva como negativamente a nossa trajetória.
A proposta sonora é bem em volta do Metal Sinfônico, mas calcado no extremo. Trazendo uma áurea obscura e rica em detalhes. Como funciona a parte criacional?
Quando entrei na banda o álbum já tinha sido composto, mas como trouxe minhas próprias idéias em termos de arranjos para as linhas de baixo, essas acabaram entrando definitivamente na gravação.
Minha abordagem na criação dos arranjos de baixo foi desenvolver um trabalho de sinergia entre baixo e bateria, e agregar texturas harmônicas e camadas melódicas, onde havia o espaço para tal. Um exemplo é Amborella´s Child, onde o baixo faz uma melodia discreta em cima da parte em que antes ficava apenas piano e vozes orquestrais.
Retornando após esse longo hiato, o que mudou de lá para cá na indústria
musical e underground que puderam notar?
Acho que hoje o underground procura se transformar e existem mais opções em termos de profissionalismo para entregar um show bem feito que possa cativar os bangers. A indústria hoje se apoia fortemente no lado digital, e há a necessidade cada vez maior de se trazer uma apresentação bem feita não apenas sonoramente, mas na parte visual também.
O lado digital beneficia as bandas de Metal sob o aspecto de ser um estilo cultivado por fãs do mundo todo, não fica preso apenas a determinadas regiões. Temos tido contato com os fãs de Metal dos mais diversos países e continentes, é impressionante e muito satisfatório.
Em 2014 quando lançaram “EZ Life DV8” vocês de certa forma chacoalharam
o underground com sua proposta sonora ousada, mas ainda assim extrema. Quais
lembranças vocês tem daquela época?
Eu não fazia parte da banda na época, mas lembro que a banda chegou com um álbum impressionante (EZ Life DV8) em termos de produção e sonoridade, e o nome Tellus Terror já se tornou conhecido por mim desde então.
“DEATHinitive...” soa como uma evolução natural de “EZ Life DV8”.
Parecendo que o tempo não passou para nenhum dos trabalhos. “DEATHinitive” já
tinha composições prontas desde aquela época ou surgiu nos últimos anos?
Sim, concordo. Há uma
evolução natural no estilo de composição, e a intenção é amadurecer cada vez mais
as composições e trazer álbuns que se comuniquem entre si, mas trazendo suas
próprias particularidades.
Finalizando, gostaria que comentassem quais os próximos passos daqui em diante e se veremos o Tellus Terror de volta aos palcos em breve. Muito obrigado pela disponibilidade.
Estamos trabalhando com afinco para desenvolver nossas apresentações ao vivo ao nosso máximo, e em breve teremos novidades muito legais em relação aos shows de divulgação de nosso novo álbum. Recentemente tivemos uma grande oportunidade abrindo o show do Ripper Owens no Rio de Janeiro, produzido pela THC Produções, e o resultado foi muito legal.
Temos inclusive vídeos dessa
apresentação em nosso canal do Youtube, incluindo o Making Of. Agradeço ao Road
To Metal pelo espaço e trabalho incansável em prol do Metal.
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