terça-feira, 14 de maio de 2024

Cobertura de Show: Summer Breeze Brasil - 27/04/24 - Memorial da América Latina/SP

 Por: Renato Sanson/Carlos Garcia 



Chegamos então ao dia 27 e já notávamos uma movimentação maior do que no dia anterior, uma por ser sábado o que facilitava para quem trabalhava o dia todo na sexta,  e claro,  os headliners da noite, que possuem uma legião grande de fãs: Epica e Within Temptation.

Como eu, Renato, tinha acesso ao Lounge neste dia, decidi que ficaria na grade para ver o show dos alemães do Gamma Ray, banda que acompanho desde a adolescência e foi uma grata surpresa tê-los no festival.

A ideia também era ver como funcionava a saída da pista após o show. Os portões abriram as 10h e eu já estava grudado na grade do palco ICE e a primeira banda do dia foi a Nervosa e mostrou o porque é uma das forças do Thrash da atualidade. 

Com Prika assumindo os vocais, a banda se consolida com uma sonoridade cada vez mais agressiva e diversificada. Em certo momento, a guitarra de Prika teve um problema, mas nada que afetasse o show, e ela, com bom humor, disse que as próximas músicas seriam com ela só como vocalista. 

Serviu para mostrar a sua evolução como frontwoman, e foi aprovada pelo público, que a todo momento gritava o nome da líder e fundadora da bahda. Fora os problemas técnicos, foi um grande show e a Nervosa mostra a que veio.

Passado alguns minutos no palco HOT os americanos do Forbidden surgem para massacrar com seu Thrash Metal. Um show enérgico e muito esperado pelos thrashers de plantão. Uma apresentação bem empolgante e saciando quem esperava por essa oportunidade. 

A vantagem de estar perto do palco ICE é a comodidade de poder assistir o show do HOT sem grandes problemas (ou vice-versa) já que são um do lado do outro.

O calor era insuportável e o sol já rachava em nossas cabeças quando as 13h10min a intro “Welcome” ecoa nos PA’s para o criador do Power Metal entrar com sua trupe e entregar um show repleto de clássicos. 

A adição do vocalista Frank Beck ao Gamma Ray casou muito bem, dando um alivio a Kai Hansen, mas sem tirar o seu brilho, já que o mesmo estava sempre presente com sua voz. 

O que não descaracterizou em nada a sonoridade. Não tivemos a presença do guitarrista Henjo Richter e nem do baterista Michael Ehré, que foram substituídos para este show pelo guitarrista Kasperi Heikkinen (Beast in Black) e pelo baterista Michele Sanna.

Mas em nada a apresentação foi comprometida, muito pelo contrário, se entregaram tanto quanto os membros oficiais e junto a Kai, Dirk e Frank esbanjaram carisma e enxurrada de clássicos do nível de: “Land of the Free”, “Last before the Storm”, “The Silence”, “Dethrone Tyranny”, “Somewhere out in Space” dentre outras.

Kai Hansen sempre carismático e comunicativo brincou que estavam tocando no palco Ice, mas que na verdade estava bem “Hot”, pois o calor só aumentava. Uma apresentação digna de uma banda lendária que matou a saudade dos fãs.

A ideia agora era sair do ICE e correr para o palco SUN e conferir a apresentação do croata Dino Jelusick

Porém, aí tivemos um problema, pois a saída do ICE era somente por um lado tendo que passar pelo palco HOT que já estava aglomerado de pessoas para ver o Angra. 

Tendo apenas uma saída, dificultou em muito para todos, pois, tinham os que queriam sair e tinham os que estavam voltando aos palcos. Penso que o Summer deve rever essa questão e abrir espaço de saída por ambos os lados.

Com a demora de deixar os palcos principais, infelizmente cheguei ao final do show de Jelusick, mas o pouco que pude rever mostra o quanto o músico tem agradado aos fãs tendo já uma base fiel. Como disse aqui mesmo no Road em outras linhas, Dino não é uma promessa, mas sim uma realidade e um dos melhores vocalistas da atualidade.

Por volta das 16h era hora dos italianos do Lacuna Coil e o palco ICE já estava abarrotado de pessoas, esperando ansiosamente por Cristina e seu Lacuna Coil. Confesso que não sou um grande fã dos italianos, mas ao vivo são impecáveis. 

Tanto tecnicamente, quanto esteticamente. Mesmo tocando com o sol lá em cima o clima obscuro e denso do Gothic Metal estava ali tão presente, que quase fez o inferno da tarde virar noite.

Cristina dispensa comentários e domina as ações de forma natural, com simpatia e muito talento. Em um momento pediu um tempinho,sentou no retorno para tomar água e conversou com os fãs.


Também brincou com Marco Zelati, que tinha um ventilador bem no seu lado do palco, chegando bem pertinho e falando "You lucky bastard."  Com hits como "Our Truth", "Trip the Darkness" e "Heaven's a Lie" o público pulou sem se preocupar com o sol castigando. A banda também apresentou a nova "In The Mean Time". A alegria no olhar dos fãs entregava que estavam todos satisfeitos. 

Se dirigindo de volta ao palco Sun, o The Night Flight Orchestra já iniciava sua apresentação, colocando a galera toda pra agitar, dançar e pular.  

Com seu AOR com influências de Pop, Black Music, o TNFO faz um som cativante, utilizando um figurino estilo anos 80, e com Björn Strid mostrando todo seu carisma e desenvoltura nos vocais, sempre apoiado pelas também carismáticas backing vocals Anna e Åsa.

Foi lindo ver os bangers de todas as idades e vertentes se divertindo com hits como "Gemini", "White Jeans" e "Divinyls". O final foi incrível, com Björn colocando a galera para fazer um trenzinho. Uma festa!

Voltando aos palcos principais,  no HOT o Hammerfall entregava um showzão! Uma banda que não tem erro ao vivo. A cada nota você vibra e canta junto. Os suecos sabem entregar um show de alto nível como poucos e a essa altura o Memorial estava lotado, acredito que quase toda a sua totalidade.

As 18h30min tivemos mais um impasse: Epica e Dark Tranquillity. Isso judia do redator (risos).

Eu nunca tinha assistido o Dark Tranquillity ao vivo, uma banda que acompanho a bastante tempo e que show memorável! Entregaram tudo em cima do palco, além de diversos clássicos que se misturavam com a fase mais atual da banda e que se entrelaçavam perfeitamente. 

Um show técnico, agressivo e carregado de feeling e emoção. A galera lotou o espaço do SUN para poder ver a banda e entregar uma recepção mais do que calorosa.

Correndo para o palco ICE chegamos a tempo do dueto histórico entre Simone e Cristina em “Storm the Sorrow”. É incrível como o Epica consegue ser uma banda de arena, tocando para milhares de pessoas ou tocando em locais menores. A qualidade é a mesma, mas em ocasiões maiores a banda se destaca ainda mais. Pois o show em si é no mínimo fantástico.

Encerrando o palco WAVE tivemos o gringo mais brasileiro do mundo, o talentosíssimo e lendário Jeff Scott Soto. Dispensa apresentações, assim como a banda que o acompanha a quase duas décadas. Um show repleto de clássicos e medleys. Como Jeff gosta. Jeff também disse que aquela data era muito especial, pois foi à data do seu primeiro show no Brasil e considera o país a sua segunda casa.

O show ainda contou com a participação do guitarrista Pontus Norgren (Hammerfall e guitarrista original do Talisman) no clássico “Just Between Us” e do guitarrista  Magnus Henriksson (Eclipse) em um medley recheado de clássicos. Jeff também deixa escapar uma noticia, quando estava apresentando a banda e apontou para o baterista Edu Cominato já informou os presentes que Edu estará acompanhando o Mr. Big nos próximos shows, chamando o mesmo de Edu do Mr. Big. 

Um momento muito legal e de muito orgulho para nós fãs. Mais um grande show de Soto e uma performance que dispensa comentários.

Encerrando a noite no palco SUN, os alemães do In Extremo e seu Folk Metal único, já que é repleto de elementos folks, mas que não usados sintetizadores, mas sim, os próprios músicos tocam os instrumentos folclóricos. 

Um show diferente do que estamos acostumados, mas mesmo assim com muita energia e fazendo a alegria dos fãs de Folk no geral.


Encerrando o segundo dia de Summer Breeze, o Within Temptation vem para tirar os últimos suspiros dos presentes. A parte do palco principal (tanto HOT quanto ICE) estava completamente lotada, sendo difícil se mexer. 

O Within mostrou o porque é uma das maiores bandas do Heavy Metal sinfônico entregando quase duas horas de show repleto de energia e com Sharon deslumbrante e hipnotizando os fãs com sua voz e desenvoltura. Um encerramento magistral!


Fotos Principais e Muito Legais: Paula Eye of Odin Fotografia 

 Fotos extras mais ou menos de celular: Caco Garcia 

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