- Olá Nilo. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Killing in a Bad Moon”, está excelente o material.
Muito Obrigado!
- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?
Nosso trabalho é muito colaborativo. A banda tem essa característica de que qualquer ideia que é trazida por qualquer integrante é bem recebida e tentamos fazer dessa ideia uma música. As arestas são lapidadas em ensaios que são gravados e quando a gente está satisfeito com a música a gente faz um take caprichado tocado ao vivo na mesma tomada, sem interromper a gravação nem nada.
Das 10 músicas do álbum, 9 são esses takes ao vivo dos instrumentos, só a voz que foi gravada separada por conta de vazamento dos instrumentos no mic da voz, mas a gente gravou a voz logo em seguida, com o sangue quente ainda. Deste álbum “Roots of our souls” é diferente, mas é só porque ela tem um instrumento único, que é uma viola caipira com uma afinação alternativa, então no fim podemos dizer que todo o álbum foi gravado dessa maneira. Não tem nada mais raiz que isso.
Além disso somos músicos moldados em diferentes bandas, hoje juntos somamos histórias e estilos distintos formando uma mistura com ingredientes do Metal Alternativo, Metal Moderno, Stoner e Punk Rock, com uma profunda raiz nas dinâmicas do Alt-rock dos anos 90.
Shades Before Dawn, Holy Death, Boi Mamão, Sugar Kane, MaTeMa, Water Rats, Resist Control, DjAllen, Squalidus foram ou são bandas que participamos e tivemos forte influência na cena underground curitibana e brasileira, algumas com forte atividade até hoje.
- Eu escutei o álbum diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar realmente a essência e diversidade de suas ideias.
Nossas músicas não são repetições de uma mesma ideia e não existe um estilo em que a gente possa ser encaixado com facilidade. Nós não somos aquele tipo de banda que atira para todo lado para ver onde pega, mas com certeza trabalhamos dentro de um espectro que é composto tanto pelas influências que cada um traz para a banda, quanto pelas diferentes nuances de sentimentos humanos que tentamos expressar através da música.
O feedback que a gente tem sempre é “faz tempo que não se ouve músicas assim”, que no caso entendemos por músicas com começo, meio e fim diferentes um do outro e que traduzem algum sentimento real.
O mundo está cheio de bandas repetindo fórmulas que deram certo, mas que se perderam no xerox do xerox, vemos com maus olhos essa coisa “formulaica” e pasteurizada que domina o cenário musical atual, o mundo já foi melhor em oferecer coisas diferentes e surpreendentes.
Penso também que essa mudança depende de a gente buscar coisas novas em lugares diferentes, reclamam que o tiktok e o instagram estão infestados de gente fútil, mas ninguém sai de lá. Bora sair da internet e ir em um show, quem sabe não se encontra uma pérola rara e apresenta ela para o mundo.
- Existem planos para o relançamento de “Killing in a Bad Moon” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês?
Nossa parceria com a MS ainda é recente e estamos vendo os primeiros resultados. Com eles estamos tendo a oportunidade de chegar a novos públicos. A mídia CD infelizmente não tem um “revival” que o vinil está tendo, mas gostaríamos de ter a prensagem do disco tanto em CD quanto em vinil.
- O fato de trabalharem com o inglês é buscando o mercado externo? Isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado nacional?
Esperamos que não!! Aqui o Metal, Metal Alternativo, Metal Moderno etc. são estilos bem “nichados”, mesmo existindo muitos apaixonados.
Acreditamos que o inglês combina melhor no nosso estilo, mas não descartamos um dia utilizar o português ou o espanhol em ideia(s), e sabemos que o inglês facilitará a abertura de outras portas internacionalmente.
- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?
Os shows têm sido esporádicos, mas sempre bem recebidos. Nós tratamos os shows com o mesmo profissionalismo que dedicamos ao álbum. Temos projeção de vídeos e tocamos ao vivo em sincronia com esses vídeos. Buscamos sempre promover o show em um lugar que comporte essa produção, que nem é muito grande, mas para nós é indispensável para a experiência.
- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?
Jaime Silveira (jaimesilveira.com), um artista aqui de cwb que faz design gráfico pro Brasil e pro mundo... é um artista de muita sensibilidade e viu uma energia, calor e mistério no nosso som.
Fale-nos sobre a produção de “Killing in a Bad Moon” ?
Foi feita dessa maneira: todos tocavam juntos no estúdio da banda, gravando sem parar e separando os takes depois. Todos da banda têm experiência em estúdio e alguns já trabalharam com mixagem e masterização, então a gente acaba fazendo tudo sozinho para chegar mais fácil ao resultado que a gente imaginou sem ter que passar por processos externos.
Um dia ainda vamos trabalhar com algum camarada fodão tipo o Butch Vig, o Andy Walace ou Michael Beinhorn, mas até lá estamos nos virando bem.
- Vocês estão trabalhando em um novo full lenght? Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?
Seguimos gravando, soltando singles e preparando seus respectivos vídeos, pois acreditamos que os vídeos são tão importantes quanto as músicas; também seguimos preparando o nosso 2º álbum, que já está no processo.
- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao KILLING IN A BAD MOON...
Muito obrigado pela conversa e oportunidade, esperamos ter mais dessas em breve. Temos uma mensagem para propagar e a música certa para infectar as pessoas com essa mensagem. - Grande abraço!
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