- Rafael, grande satisfação ter este papo contigo. Como andam as atividades da CONNECTING PIECES?
O prazer é meu!! O Connecting Pieces lançou recentemente a música Falling Down, seu primeiro single com a nova formação, que conta com o Leandro Caçoilo nos vocais. Em paralelo continuamos trabalhando na divulgação do álbum Your Soul Dies First, que ganhou sua versão física no segundo semestre deste ano.
- Como está sendo a aceitação do novo álbum, “Your Soul Dies First”?
A melhor possível ! O trabalho foi extremamente bem recebido tanto no Brasil quanto no Exterior. Temos tido um feedback que evidencia a evolução da banda, caminhando para um estilo próprio, um pouco mais pesado e sombrio, sem deixar de lado as raízes AOR e Hard Rock do primeiro álbum.
- O Single “Falling Down” foi lançado já com o seu novo vocalista, Leandro Caçoilo. Como se deu a entrada dele na banda? Como este material vem sendo recebido?
A recepção foi surpreendente. A música é uma composição minha e trata-se de algo autobiográfico. É impressionante como você pode ir a lugares obscuros dentro da sua cabeça quando não cuida da sua saúde mental.
A interpretação do Leandro foi a peça que faltava para transmitir essa sensação ao ouvinte. Conheço o Leandro há algum tempo, fizemos alguns shows com o Journey Cover no qual eu tocava, tive aulas de técnica vocal com ele, portanto o convite para que ele fizesse parte do Connecting Pieces foi algo natural.
- “Spank Wire” eu gostei muito. O que você pode nos falar sobre ela e sua veia de Rock Clássico?
Spank Wire é uma grande composição do Thiago Cicilini ! É um típico Hard Rock, bem sacana, com muita lascívia! Quem é fã do Hard Rock oitentista certamente vai se deliciar com esta música. Todos nós temos nossas raízes musicais calcadas no Rock e Metal Clássicos.
Obviamente com o passar do tempo vamos assimilando novas referências e adquirindo novos gostos, mas é impossível tirar aquilo que está tão enraizado desde que somos moleques.
- A versão em CD de “Your Soul Dies First” ficou excelente, e nela ainda temos o EP “Reconnecting” como bônus. Como você enxerga a importância deste formato para uma banda underground?
Num mundo cada vez mais virtual creio que a mídia física traz o fã mais para perto da banda. É uma experiência sensorial completamente diferente.
Na mídia física vc tem o tato, vc tem o olfato, vc tem a visão e, finalmente, vc tem a audição. Pegar o CD, abri-lo, sentir o cheiro do material novo, ler o encarte, ver as fotos e ouvir o material com uma qualidade muito superior, é algo que fez parte da vida de muita gente e é algo que as novas gerações estão começando a apreciar. O CD materializa a banda, torna palpável, torna verdadeira, isso não tem preço.
- Como foi que surgiu a ideia para a concepção de “Reconnecting”? Foi complicada a tarefa de escolher a track list?
Foi extremamente divertido gravar este álbum ! Com a entrada do Carlos Alfano e do Thiago Cicilini precisávamos de material novo para apresentar a nova formação. Começamos pela regravação das músicas Army Of Viruses e Zombie Tsunami, que também ganharam vídeo clipes.
Em seguida fomos pensando em algo inusitado, que fugisse do óbvio, para mostrar que o Connecting Pieces era único, que não tinha medo de inovar e de escancarar as referências musicais dos integrantes fora do Metal. Foi assim que fomos apresentando idéias e chegamos nas músicas e versões que estão no álbum. É algo que eu faria novamente com todo prazer !
- João Duarte assinou a arte da capa de “Your Soul Dies First”, e o resultado ficou matador, porém um tanto quanto pesado para uma banda de Hard Rock. Essa foi a real intenção de vocês?
A intenção, desde o início, foi chocar. Mas não de uma maneira simplista, chocar somente por chocar. A capa tem um simbolismo e ao mesmo tempo uma mensagem.
Ela segue um tema que abordamos desde o clipe da música Zombie Tsunami, que pode ser encontrado em nossa página do YouTube. Trata-se de uma crítica ao tempo que as pessoas perdem presas aos seus dispositivos eletrônicos enquanto o mundo real está esvaziado e a vida está escorrendo entre nossos dedos.
Na capa temos o personagem com um celular em mãos tendo seu cérebro corroído por uma armadilha feita de celulares, tablets e afins.
O Visual foi baseado nos pôsteres promocionais da série “Jogos Mortais” (SAW). Your Soul Dies First e retrata estas pessoas, que só se mantém vivas com seus aparelhos em mãos, enquanto sua alma vai se apequenando cada vez mais. Podemos fazer uma analogia de que a tecnologia é o novo demônio e que a maioria das pessoas já vendeu sua alma para ele.
- “Your Soul Dies First” tem canções que se baseiam na série “Jogos Mortais”. Você é fã de filmes de horror? Quais outras franquias você poderia indicar para os nossos leitores que amam este gênero?
Sou um grande fã do gênero ! Consumo filmes de Terror quase que diariamente ! Com a enorme popularização do gênero nos últimos tempos temos muita coisa descartável hoje em dia, mas ainda temos excelentes produções mais atuais.
Em se tratando de franquias é complicado uma constante na qualidade dos filmes, mas sou um grande entusiasta das franquias clássicas Halloween, Michael Myers encheria o Jason de porrada (risos), A Hora do Pesadelo, Sexta Feira 13, os filmes sobre Zumbis de George Romero, Evil Dead, Hellraiser (a versão da música do Motorhead é MUITO MELHOR que a do Ozzy, julguem-me, risos), a mais recente Invocação do Mal, as franquias derivadas de filmes japoneses como O Chamado e O Grito, Jogos Mortais (Claro!).
Uma trilogia atual que eu gostei bastante foi Rua do Medo da Netflix .... enfim, tem muita coisa boa se você tiver paciência para garimpar.
- Um novo álbum já está sendo escrito? Leandro terá participação ativa nele, Rafael?
Sim, estamos em fase de pré produção de um novo álbum. O Leandro permanece firme e forte nessa empreitada. Estamos realmente empolgados com o rumo que as novas músicas estão tomando. Este novo trabalho será o retrato da evolução que a Banda vem tendo, caminhando em direção a um estilo próprio, e temos certeza que o público e a crítica irão adorar o resultado !
- Rafael, ficamos imensamente gratos por apoiar o nosso trabalho na Road to Metal. Agora este espaço é inteiramente seu, para suas considerações finais...
O apoio é mútuo, vocês não sabem o quanto é importante este espaço para que as bandas nacionais possam apresentar seu trabalho. O Connecting Pieces tem muita lenha para queimar e 2025 será um ano repleto de novidades. Os fãs podem esperar por muita coisa boa. Mal podemos esperar para encontrar a todos nos palcos por aí !
Entrevista: Alternative Sound
Edição Final/Revisão: Carlos Garcia
Um comentário:
Aí Rafael,representando a banda,mas mostrando seu trabalho que já é reconhecido.Parabens pelo sucesso e que o novo álbum em produção, alcance mais público.
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