Por Paula Butter
Cassidy Paris lança seu segundo álbum, pela Frontiers, desta vez mais maduro e com letras mais pessoais. A australiana com ares de diva dos anos 80, veio com objetivo de incentivar as novatas a chegar no topo do rock mainstream. a artista apresenta uma mistura de hard rock com baladas e refrões românticos e também apimentados, mas não deixando de lado o tempero que tanto funcionou com as musas rock n´roll de décadas passadas, a revolta em forma de refrões afiados. Inclusive segundo a própria Cassidy, o álbum reflete sua jornada na música e situações pessoais que precisou enfrentar durante o processo rumo ao reconhecimento.
“BitterSweet” reflete bem o conjunto de faixas e seus significados, ou seja, um gostinho doce, porém amargo, referindo-se aquela sensação de experimento e surpresa na descoberta de que às vezes os opostos combinam muito bem. Logo na primeira faixa, “Butterfly”, percebe-se um ar de single, daqueles para ouvir no carro para animar o dia. Musicalmente é bem estruturada como todas as faixas, os vocais da cantora alternam na forma de suavidade e acidez, sempre com guitarras e ritmos que acompanham sua entonação do começo ao fim.
E assim, se desenrolam faixas seguintes, “Nothing Left To Lose” dá bastante destaque à voz de Cassidy, iluminando sua maturidade artística. Em “Finish What We Started” percebe-se uma pegada bem mais Hard Rock, daqueles que dá vontade de sair dançando, e também traz a nostalgia do passado. Já “Gettin’ Better” é uma ótima “quase” balada, tendo em vista que os arranjos são bem dinâmicos, e também carrega mais densidade emocional nas letras.
Após um pouco de melancolia, chega a divertida “Give Me Your Love” para levantar o astral, nada de mais, porém tem aquela pegada do Glam Rock com momentos em que a voz de Cassidy alterna para um estilo bem charmoso, porém com atitude. Acredito ser um dos destaques do álbum até agora, ao lado da primeira faixa. A sétima música pode ser considerada a balada principal, “Can't Let Go”, bem feita, mas nada de novo. Entretanto, um artifício genial na composição das faixas de “BitterSweet”, é o fato de que quando o ouvinte está prestes a dar o stop, pronto! Eis que chegam “Undecided” e “Sucker For Your Love”, surpresas de alto nível, com direito a solos de guitarra, bateria forte, ritmo, Hard Rock da melhor qualidade. Considero duas pérolas do álbum, dignas de serem repetidas várias vezes.
As últimas faixas voltam a carregar um tom mais melancólico, com exceção da ótima “Turn Around And Kiss Me”, literalmente uma reviravolta musical, como se a protagonista assumisse o controle de forma permanente e decidida, como em um filme, onde a melhor parte é aquela antes do fim. Com a empolgação, vem a última canção “Stronger”, muito bem construída, mas fica atrás da penúltima, em termos de inovação. Entretanto vem para consolidar de forma correta, a obra da jovem artista australiana. Lançamento perfeito para incentivar as mulheres a lutarem pelo seu lugar no mainstream do Hard Rock. E novamente, não se deixem levar pela pouca idade da moça, ela realmente sabe o que está fazendo.


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