Odin’s Krieger Festival mistura humor com medieval em shows de Nanowar of Steel e Heidevolk
O humor italiano e o folk metal viking holandês combinam muito bem, e festival, que também contou com outras apresentações diversas nacionais, valeu a pena presenciar
O Odin’s Krieger Festival já é tradicional! Ano após ano, a festa atrai apreciadores de costumes e da cultura medieval fantástica, além de adeptos da história e mitologia nórdica, celta, e todo tipo de história e fé pagãs. Mesmo sem shows, só o encontro temático dessa ou dessas tribos já seria sensacional, mas com grandes apresentações, tudo fica melhor. Tivemos!
Embora, devo dizer, o público parecesse abaixo do que tivemos em 2024, ainda era respeitável, com mais da metade do Carioca Clube cheio. Bem, era de se esperar, já que as atrações do ano anterior eram mais populares, com Dogma e Wind Rose. Neste ano corrente, tivemos ainda um repeteco: O Heidevolk já havia estado no mesmo festival alguns anos antes.
OAKLORE FAZ TRIBUTO AO FOLK “GEEK”:
Uma aguardada atração nacional era o Oaklore, um grupo de música folclórica que já se tornou conhecido no circuito de eventos “folk”. Talvez uma das coisas mais legais deles, é que você vai se sentir “em casa” quando estiver em seus shows: grande parte de seu repertório é de temas musicais que somos acostumados a ouvir no nosso dia-a-dia (bem, ao menos quem é ligado em videogames, filmes e séries), com canções que vão de Senhor dos Anéis, uma das grandes inspirações da existência do grupo, segundo o que disseram no palco - bem, podemos compreender isso, já que o filme, do qual tocaram temas no show, é uma das maiores obras audiovisuais do gênero. Pessoalmente, fiquei extremamente emocionado ao tocarem um mix de temas de The Witcher 3, que é meu jogo preferido. Tão bem executado foi, que chegou a ser emocionante para fãs da franquia, do personagem Geralt of Rivia, e desse universo fantástico. Excelente apresentação, que serviu perfeitamente como “esquenta” para o que viria.
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| *Priscila Ramos - @agendametal |
Vale frisar que, no meio tempo entre os shows, não há nenhum tipo de tédio! vários stands de lojas dos mais variados produtos, comuns, exóticos, artesanais, que iam de hidromel a velas aromáticas. Tem para todo tipo de público, e isso já vem de ano após ano - sempre ótimas opções, embora muitas vezes pagando um preço bem salgado.
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| *Priscila Ramos - @agendametal |
NANOWAR OF STEEL TRAZ BOM HUMOR, HITS HILÁRIOS, E… VAMPETAÇO!:
Sejamos diretos: você nunca vai rir tanto em um show de rock quanto no do Nanowar of Steel! Conhecido recentemente pelo engraçadíssimo hit Norwegian Reggaeton, que parodia tanto o reggaeton latino, quanto o black metal norueguês, foi a primeira vez que a banda italiana esteve no Brasil, depois de muitos pedidos. Valeu a espera!
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| Sandra Rosato |
A banda entrou com o visual mais bizarramente divertido possível: cada um dos integrantes com uma fantasia mais “zoeira” que a outra, sendo o vocalista Mr. Baffo o ápice, vestido com quase um cosplay de “loli” de animes - só imagine um sujeito barbado fazendo isso, é sensacional! Apesar da zoeira, todos tocam absurdamente bem, e as músicas são executadas exatamente como deveriam.
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| Sandra Rosato |
Alguns momentos completamente absurdos fazem parte da festa. O outro vocalista, Potowotominimak colocou uma máscara do monstro Cthulhu, da obra de HP Lovecraft, durante a canção The Call of Cthulhu, com um telefone em mãos. Entenderam o trocadilho?! Ou o momento incrível quando um sujeito vestido do pássaro “malvado” Cacciatore entrou no palco, na canção Il Cacciatore della Notte. Também tivemos um “wall of love”, uma espécie de wall of death, mas onde todos se abraçam - ainda com Careless Whisper, de George Michael, de fundo, seguido pelo cover do cantor inglês da música de mesmo nome.
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| Sandra Rosato |
Mas provavelmente o momento mais sensacional do magnífico show foi quando alguém atirou uma bandeira com a foto do ex-jogador Vampeta nu, apenas com a foto de Varg Vikernes, do Burzum, tampando suas genitais, em referência ao episódio quando o dito vocalista de black metal falou mal de brasileiros no twitter, e os usuários brasileiros começaram a lhe mandar fotos do ensaio do ex-atleta para a extinta revista G Magazine - ficou conhecido como “Vampetaço”. Eles realmente exibiram aquilo no palco!
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| Sandra Rosato |
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| Sandra Rosato |
Entre as apresentações, tivemos uma bela apresentação de dança, que serviu muito bem de aquecimento, além de uma batalha esportiva de espadas, o que fez com que não ficasse nada cansativa a espera para o próximo show.
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| Sandra Rosato |
HEIDEVOLK FECHA A NOITE COM BOA APRESENTAÇÃO DE FOLK METAL, MAS OFUSCADA PELA ANTERIOR:
Trocamos o humor pelo verdadeiro folk metal. Diretamente da Holanda, um dos maiores celeiros de bandas bem sucedidas do mundo, o Heidevolk fazia sua segunda participação no Odin’s Krieger Festival. Claro que, pela proposta do evento, de celebrar a cultura medieval e nórdica, seriam a atração principal.
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| Sandra Rosato |
Afiada, a banda veio ao país agora divulgando seu álbum Werderkeer, e não decepcionou. O som que apresentam faz todo o sentido para o evento, e logo de começo já era ovacionada pelo público. Uma coisa bem curiosa é que apesar de fazerem um som mais rápido, onde seria comum o uso de vocais agudos, os holandeses usam dois vocalistas com vozes extremamente parecidas e graves. Por um lado, isso dá um contraste, e deixa com uma certa cara “ritualística”, mas por outro, uma das vozes acaba ficando redundante, já que não há contraste entre ambas. No fim das contas, funciona. Outro ponto interessante é o idioma; não é comum ouvirmos músicas no idioma neerlandês, mas a banda prova que pode, sim, funcionar bem, a depender do estilo.
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O setlist foi conservador, mesmo longo. Tivemos, de começo, duas do último disco, como era de se esperar: Hagalaz e Klauwen Voorut. Não demorou para virem clássicos, com Winter Woede, Urth e A Wolf in my Heart. No geral, tudo muito completo, contemplando vários períodos de sua carreira.
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Terminamos o show com Vulgaris Magistralis, versão para a banda de rock holandesa Normaal, e a saideira com um grande clássico, Nehalennia, do já distante ano de 2010.
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Ótimo show, com belo som, e um público muito animado, e diversos mosh pits ao longo do show. Apesar do brilho, o fato do Nanowar of Steel ter feito uma apresentação inédita e extremamente divertida, que roubou a cena, ficou parecendo que quem deveria ter sido a atração final eram eles. De toda forma, o conjunto de ambas foi muito bom, e tudo foi muito bem aproveitado. Ambas bandas já têm um lugar no coração dos brasileiros, e podem voltar a qualquer momento, que será uma boa pedida de show!
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Texto: Fernando Queiroz
Fotos: Sandra Rosato (*exceto onde indicado)
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Okf Produções
Press: Tedesco Comunicação & Mídia
Nanowar of Steel – setlist:
Sober
The Call of Cthulhu
Pasadena 1994
Wall of Love
Disco Metal
Uranus
HelloWorld.java
Il Cacciatore della Notte
Norwegian Reggaeton
Armpits of Immortals
La Polenta Taragnarok
Vahlallelujah
Heidevolk – setlist:
Hagalaz
Klauwen Vooruit
Winter woede
Urth
A Wolf in My Heart
Schildenmuur
De strijd duurt voort
Het Wilde Heer
Wederkeer
Het bier zal weer vloeien
Het Gelders volkslied
Hulde aan de kastelein
Ostara
Krijgsvolk
Tiwaz
Saksenland
Drink met de Goden (Walhalla)
Drankgelag
Vulgaris magistralis
Nehalennia













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