terça-feira, 11 de novembro de 2025

Entrevista - Panaceia: Carregando a sua Arte e Sempre Olhando para o Futuro

 

- Olá Gustavo. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Panaceia”, pois o material ficou de primeira...

R - Eu que agradeço pelo espaço cedido para a PANACEIA!

- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?}

R - É um processo meio de catarse, deixamos as coisas fluírem naturalmente sem querer direcionar pra alguma direção em especial. Grande parte das músicas surgiram através de improvisos e fomos acrescentando algumas ideias de riffs ou batidas que fomos guardando durante o tempo. O Gabriel tem uma facilidade muito grande de colocar as letras, então as coisas acabam acontecendo de uma forma muito fluida. No processo de gravação ainda fomos lapidando com as ideias do produtor (Adair Daufembach) que ajudou demais a lapidar o resultado final que podemos ouvir hoje. Musicalmente, cada um tem uma bagagem diferente: o Nando puxa muito da parte mais alternativa e progressiva junto com uma pegada mais groove, e eu venho de uma linha mais pesada, com influência do metal moderno. Tudo isso se mistura no som da Panaceia, criando algo que é nosso.

- Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

R – O tema geral fala basicamente sobre a resiliência humana baseada nas nossas percepções. Nada é exatamente direcionado, mas são fragmentos de coisas que sentimos ou pensamos naquele momento em questão, talvez isso dificulte o entendimento, mas cada pessoa consegue achar o seu significado. Cada faixa representa um tipo de enfrentamento interno — medo, dor, dúvida, aceitação. No fim, o disco mostra um processo de se entender, de tentar achar a própria “panaceia”. Isso vem de encontro ao momento que compusemos o disco – que foi justamente no período de mudança sonora que tivemos.

- Existem planos para o lançamento de “Panaceia” no Brasil, no formato físico? Tivemos contato até agora, apenas o formato digital... 

R – No momento não temos planos de lançar algo físico, mas não descartamos de fazer algo comemorativo quando oportuno.

- Adorei o fato de trabalharem com o português, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado estrangeiro?

R – Fizemos o disco em português pensando no mercado nacional. Trouxemos a qualidade de produção gringa com a intenção de acharmos o nosso nicho no mercado. Quanto ao mercado estrangeiro  não vemos isso como problema, pois atualmente a língua e cultura brasileira acaba se tornando “cool” lá fora, apesar da barreira do idioma.

- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?

R - Temos feitos shows e a experiência tem sido muito boa. Creio que conseguimos transmitir a nossa energia e cativar as pessoas com a presença de palco e o groove pesado. O feedback é muito positivo, ainda mais se tratando de uma banda relativamente nova no cenário, creio que conseguimos surpreender muita gente.

- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

R - Panaceia é a Deusa que cura todos os males, segundo a cultura helenística antiga. Pensamos em criar algo no sentido “como seria a Panaceia nos dias de hoje, além das esculturas antigas e das pinturas”? Foi aí que encontramos por acaso a foto da capa no instagram de uma seguidora nossa e piramos na hora. Conversamos com ela, fizemos poucas edições e atingimos o que ela é hoje. Essa capa além de representar uma “nova Panaceia”, marca uma fase de renovação da nossa banda, principalmente no quesito artístico, então ela tem uma raiz mais profunda, são duas Panaceias se renovando. Outra coisa bacana é que ela faz referência a alguns discos do Deftones que também possuem garotas na capa, e a coloração referência ao clipe de Here to Stay do Korn, duas bandas que nos influenciam muito.

- “Panaceia” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?

R - O album foi produzido pelo Adair Daumfembach – ele é catarinense assim como nós, porém, mora nos Estados Unidos faz tempo e veio de lá para gravar conosco.  Ele já trabalhou nos discos do Project 46, Kiko Loureiro (Angra, Megadeth) entre outros nomes do metal, então pra nós foi perfeito. Fizemos o trabalho de pré-produção com o apoio do Marcello Pompéu da banda Korzus que nos ajudou muito. Para a gravação definitiva o Adair deu mais uma revisada no material em estúdio com a gente para definir as versões finais. Chegamos no conceito de que o disco teria que ser pesado, mas ao mesmo tempo polido. A visão, produção e resultado que ele nos trouxe foi fantástica, crescemos muito como banda nesse processo e ficamos extremamente satisfeitos com o que ouvimos.

- Imagino que já estejam trabalhando em novas composições. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?

R - Sim, já temos coisas novas a caminho. Temos algumas sobras do disco que queremos lançar e estamos compondo um material mais cru e visceral com o intuito de mostrar a nossa veia mais agressiva e direta.

- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao PANACEIA...  

R - Seremos eternamente gratos pelo espaço cedido!

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