quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Treat: Nostalgia, Técnica e Emoção

Shinigami Records (Nac.) / Frontiers Records (Imp.)

Por Paula Butter

O Treat está com álbum novo, e valeu a espera, esta banda sueca, cuja trajetória teve início nos anos 80, vem com tudo, traz a nostalgia, a diversidade sonora, e ainda com uma qualidade acima da média. Logo no início da audição, há um breve momento estilo “Blade Runner”, para logo, alternar para o puro Hard Rock, daqueles animados com uma pitada de glam que tanto fez sucesso há algumas décadas atrás. 

As três primeiras músicas, “Out With A Bang”, “Rodeo” e “1985” soam leves, com muitos backing vocals, teclados, refrões melódicos, enfim, tudo garantido no pacote Hard/Glam, e são realmente ótimas. 

À medida que as faixas vão avançando, podemos notar um acréscimo de peso e o tom passa a ser mais tradicional do Hard Rock, com muitos riffs e solos de guitarra, vocais mais sérios, mostrando que nem tudo é festa. Não costumo fazer comparações entre bandas, afinal, cada uma é única, no entanto utilizo o artifício do cinema, dos filmes de épocas diversas, isto para que o leitor tenha um vislumbre do que esperar. Desta maneira a coisa não fica na mesmice, e como fã de rock e cinema, acredito que as duas artes andam juntas.

Pois bem, a partir de “Hand On Heart” o tom e as letras ficam um pouco mais melancólicas, soando como a despedida de uma era em particular, o estilo mais balada e melódico se intensifica. Inclusive este era um dos objetivos dos músicos, contar uma história através do estilo próprio do grupo, na passagem dos anos. Destaque para “Heaven 's Waiting” e “Back to the Future”, em minha opinião as melhores do álbum, por conseguir transparecer uma profusão de sentimentos que poucas obras conseguem. Definitivamente merecem ser ouvidas mais de uma vez. 

Interessante, a astúcia dos músicos, que vale ressaltar, estão em formação original desde o último álbum, em 2022, em compor a ordem das faixas. Explico, em “Mad Honey” começam a aparecer elementos do rock progressivo, passagens mais elaboradas, dando aquela sensação de virada de disco. Saem de cena os filmes mais simples, é chegada a era da tecnologia e dos efeitos especiais, deixando as emoções um pouco de lado e focando no escapismo.

E como um presente pelas provas de vida, chegam as baladas de alto escalão “Your Majesty” e “Night Brigade”. Estas, aparentemente como uma retomada do controle e dos sentimentos, um recomeço. Na sequência, a incompreendida e divertida “In The Blink Of An Eye”, mudando o ritmo novamente, exatamente como o título diz, e levantando o astral dos fãs. 

Por fim, “One Minute To Breathe” , faixa com início melódico, bem composta, com sequência de riffs de guitarras afiadas, mas voltando às raízes. A música é um retorno ao início, mas com mais precisão técnica nos arranjos. Um presente aos fãs, uma comemoração em forma de hit dos anos 80. 

Para finalizar, acredito que o Treat conseguiu realizar sua volta às origens com maestria



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