domingo, 22 de outubro de 2017

Evocati: Mantendo o Heavy Metal Tradicional Ainda Mais Vivo


É consciente que a condição da vida, de etapa em etapa, passa por uma alteração fisionômica conforme os anos passam no ser humano, e dependendo da sustância biológica, o progresso de idade tende a cevar estágios mais supinos, precisando se cuidar desde cedo para manter o bom nível. Mas no Heavy Metal, preludiado dos anos 80, não foi preciso se reinventar pra continuar relevante, sendo que, após 3 décadas, a geração mais nova sustenta as praticidades dos medalhões da época.Vindo de Recife (PE), da cidade de Moreno, eis que aparece o Evocati lançado seu homônimo álbum. 

Acatando as 9 faixas do disco, o pressentimento que temos é que estamos saboreando um passado vinho, mas que ainda é ótimo para degustar e que nunca perde o gosto, somente melhora. E depois de 7 anos, desde a fundação do grupo, o quarteto, que não conta mais com o baterista Diego Coutinho, apõem a fidelidade do Heavy Metal tradicional na apropriada minucia, irrigado de peso e versatilidade rítmica, mas que embruxa amenas melodias, principalmente nos vocais, que são bem interpretados, centrado de influências de Judas Priest, Accept e Iron Maiden. 


O trabalho cede uma produção bastante luzida, evidenciando todo montante compacto do quarteto em linhas bem mondadas, expedida pelas mãos do guitarrista Nenel Lucena, no Mr. Prog Studio, ao qual foi delegada também a mixagem e masterização do disco. A capa, ilustrada por Alcides Burn, reporta o significado do nome Evocati, que eram soldados romanos, na época da Roma Antiga, chamados novamente para servir a guerra após um período de inatividade. 

Compor qualquer coisa dentro Heavy Metal, independente de gêneros, nunca foi fácil pra qualquer banda, mas o Evocati possui uma veia sonora cativante e branda, não submetendo aos poderios superficiais ou algo que passe por cima do habitual, pelo contrário. A dedicação e o esforço de cada propiciou um grande disco de Heavy Metal, que como diria os pernambucanos: “É de Tirar o Chapéu”. 

A introdução “Genesis Bellum”, que remete a uma batalha, abre espaço para “The Battle Will Begin” incumbe de começar a batalha com um Heavy Metal tradicional afiado, carregado de peso e melodias bem encaixadas, destacando os rudimentos rítmicos, com menção ao trabalho das 4 cordas de Luiz Neto, sempre presentes e com linhas melodiosas e marcantes; “Death Is A Reality” possui um andamento mais Power, velada por nuances vocais e riffs balanceados; “The Same Blood” é a que mais difere na proposta, com linhas de guitarras rápidas que remetem ao Iron Maiden.


“Real Fight” é menos intensa, linhada por andamentos não tão vigorosos, enriquecida por melodias cheias de harmonia e feeling, transformando-a numa ótima ‘power-ballad’; “Tribe Of Jo” ruma num caminho mais Rock N’ Roll, despachado pelas riscas do Hard Rock dos anos 70, compartilhando dinamismo e técnica na perfeita medida; a faixa-titulo, “Evocati”, marcha renques arrastados, abrindo caminho para as dosagens mais Doom Metal, com uma pitada aqui e ali de Black Sabbath, abusando do experimentalismo em vários momentos da faixa, nos levando pra uma viagem musical quase sem fim, ultimada pela veloz “No Permission”, possuindo um DNA de Thrash Metal nos seus primeiros versos. 

Que esses cabras não percam a vontade de fazer Heavy Metal, e sigam a empolgar as pessoas de todas as gerações não só neste disco, mas nos próximos que virão. 

Texto: Gabriel Arruda 
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Evocati
Álbum: Evocati
Ano: 2016
Estilo: Heavy Metal
Gravadora: Independente 

Banda
Sérgio Costa (Vocal)
Nenel Lucena (Guitarra/Backing-Vocal)
Luiz Neto (Baixo)
Diego Coutinho (Bateria)

Track-List
1. Genesis Bellum
2. The Battle Will Begin
3. DeathIs a Reality
4. Cain
5. The Same Blood
6. Real Fight
7. Tribe Of Jo
8. Evocati
9. No Permission

Contatos
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