domingo, 7 de julho de 2019

Forkill: "Realmente, tocar numa banda de Metal é muito difícil pelas circunstâncias, mas amamos isso e assim seguimos em frente.”


Entrevista por: Renato Sanson


O Metal nacional e sua “sina” de ter grandes nomes, mas pouca visibilidade. Porém alguns artistas descartam essa pressão de “reconhecimento” a curto prazo e curtem o seu trabalho fazendo essa tarefa árdua chegar ao natural em seus pilares. Dizer que o Forkill não ama tocar Thrash Metal seria um sacrilégio, pois os caras nasceram para isso e curtem cada momento, e quem sai ganhando? Nós os apreciadores do estilo e do Heavy Metal em geral.

Conversamos com o líder e guitarrista Ronnie Giehl que nos fala do novo momento da banda, as dificuldades em suas lacunas e da superação com o novo álbum lançado, que vem abrindo portas e mostrando que os cariocas já são uma realidade.


Assim como qualquer banda do nosso cenário, o início sempre é complicado, seja pelas adversidades de estabilizar uma formação, conflitos da direção sonora e etc... 

“Apesar da demora em lançar o novo álbum (6 anos), o Forkill sempre esteve em atividade. Tivemos muitos problemas com trocas de formação, (hora batera, hora vocal/guitarra), e atrapalhou muito a banda que tem por finalidade fazer um trabalho sério. Infelizmente muitos músicos que passaram por aqui, não tiveram o comprometimento e seriedade necessária para fazer um trabalho correto e quando começam a atrapalhar o andamento é hora de trocar.”

Mas nada melhor que superar as barreiras com um novo lançamento, e é isso que o Forkill fez e nos brindou com um dos melhores álbuns de Thrash de 2019.

“The Sound of the Devil's Bell significa muito, marca um trabalho de luta, dedicação, insistência e que temos muito orgulho de conseguir lançar e superar os problemas. Ao mesmo tempo a banda tem como principal característica, nunca se acomodar com situações adversas e sempre enfrentar e vencer desafios e todas dificuldades que aparecem. Isso nos fez crescer e nos deixa mais fortes sem dúvida. O Forkill sempre foi uma banda de palco pois é lá que as coisas acontecem e nele nos sentimos mais à vontade para mostrar nosso trabalho. Realmente, tocar numa banda de Metal é muito difícil pelas circunstâncias, mas amamos isso e assim seguimos em frente.”


Foram seis anos de espera até “The Sound of the Devil's Bell” nascer, e a evolução entre o Debut (“Breathing Hate” – 13) e o novo lançamento são latentes, como explica Ronnie:

“Acho que o principal foi o amadurecimento da banda e esse álbum marca bem isso. Sempre procuramos melhorar em todos os pontos e tivemos em nosso produtor – Daniel Escobar – uma forte parceria em nos auxiliar em termos de sonoridade ao longo da gravação. Ficamos mais experientes também, aprendemos bem como trabalhar nossas principais características, para assim moldar e encontrar o nosso próprio estilo.”

Mas para essa evolução foi necessária uma mudança brusca em sua formação, como explica o guitarrista:

Não é fácil depositar confiança num músico e da noite para o dia ele resolve abandonar tudo, te deixar na mão em termos de agenda e compromissos importantes. Mas mudanças quando necessário, são inevitáveis para a engrenagem voltar a rodar a todo vapor. Tem o ditado que diz: “à males que vem para o bem” e nesse caso aqui é muita verdade. Não adianta dar soco na ponta de faca e insistir com alguém que te puxa para baixo, não demonstra força de vontade e dedicação em busca de objetivos específicos em comum. Ninguém é insubstituível e temos uma metodologia de trabalho a cumprir. Se o músico não corresponde mais a nosso método, é hora dele partir e assim tem acontecido infelizmente. Claro que isso torna o nosso trabalho mais difícil, atrasa todo planejamento, e perdemos oportunidades importantes, mas mesmo assim acreditamos em nosso potencial e lutaremos por ele. Temos amor ao Metal e fazemos isso pois gostamos de tocar e principalmente nos divertir tocando Thrash Metal. As dificuldades são muitas a toda hora e é aí que sabemos separar quem serve de verdade, de quem está brincando.”


“The Sound of the Devil's Bell” apresenta uma arte formidável pelo grande artista Rafael Tavares, rica em detalhes e ao mesmo tempo agressiva. Ronnie comenta como foi a escolha do artista e da arte em si.

“Já acompanho o Rafael Tavares a muitos anos e sempre achei que ele faz um trabalho fantástico! Desde o começo da gravação, queria a arte da capa assinada por ele e assim foi. Passamos as idéias, e ele captou muito bem o que tínhamos em mente. A capa retrata muitas situações do que passamos nas letras num todo, representa muito bem a temática das músicas e Rafael fez uma arte incrível, ajudando a valorizar ainda mais o disco.”

Assista ao videoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=n7dmxp-eQ00
Com um novo material lançado nada melhor que divulga-lo através de shows e claro, tendo aquela bela ajuda das redes sociais, o que hoje é inevitável para os artistas que querem mostrar sua música para o mundo.

“Estamos promovendo o álbum através de shows e das redes sociais que ajudam muito! Tem rolado um bom retorno, resenhas superpositivas e também grandes oportunidades.

Aproveitamos também e lançamos o clipe do primeiro single para a música “Emperor of Pain”, o retorno foi sensacional e abriu muitas portas. Penso que o vídeo clipe hoje em dia é muito importante para a banda e vamos investir mais nesse formato em breve. Sem dúvida ele nos possibilitou uma maior visibilidade ao público e sentimos que a aceitação foi sensacional! Em breve também, estaremos lançando o nosso primeiro Lyric Vídeo para a música “Warlord” e vai ser o segundo single a promover o álbum. Mas é nos shows que recebemos o retorno para valer. Ver a galera cantando as músicas junto, batendo cabeça e se divertindo no mosh pit nos dá força para seguir em frente.”


Em tempos em que a era digital domina, não é sempre que vemos uma banda underground lançando seu material em formato físico, ainda mais em edição luxuosa, porém o Forkill se preocupa com esse quesito, e pensa ser tão importante quanto o lançamento nas plataformas digitais.

Sempre fui colecionador, ainda acho o CD/vinil muito mais legal e sempre vai fazer parte da cultura dos Headbangers! Ainda uma parte do público do Metal mantém essa tradição viva e esse CD é em especial para esse pessoal, que coleciona. Montamos o formato do CD (Slipcase, pôster, encarte com as letras, fotos e informações com 20 páginas) em parceria de idéias com nossa gravadora (DarkSun Records) e que apostou em fazer assim, dando esse lindo material aos fãs que adquirem o formato físico. É claro que sabemos da importância das plataformas digitais que ajudam a atingir um grande público, com muita rapidez e temos nos adaptado bem a essa era. Muitos conheceram a banda ali, escutaram, curtiram o álbum e acabaram adquirindo o CD.”

A máquina não para e o Forkill já está trabalhando em um novo material, e Ronnie nos adianta o que podemos esperar para o futuro.

“Estamos com novas idéias, muitos riffs e até algumas músicas prontas. Temos planos de aproveitar o bom momento e lançar um EP em breve!

Aproveitando gostaria de agradecer pela a oportunidade e pelo espaço. Espero encontrar com muitos de vocês nos shows!  Apoiem as suas bandas preferidas do underground, pois isso é muito importante para elas...

See you in the Pit!”


Acesse e conheça mais sobre o Forkill:



Um comentário:

Vagner Rock & Metal disse...

Parabéns pela entrevista, realidade do Metal Nacional, muitas vezes mais valorizado fora que aqui.
Vídeo foda... Abraço ao brother Ronnie Forkill...