Entrevista por: Renato Sanson
O Metal nacional e sua “sina” de ter grandes nomes, mas pouca
visibilidade. Porém alguns artistas descartam essa pressão de “reconhecimento”
a curto prazo e curtem o seu trabalho fazendo essa tarefa árdua chegar ao
natural em seus pilares. Dizer que o Forkill não ama tocar Thrash Metal seria
um sacrilégio, pois os caras nasceram para isso e curtem cada momento, e quem
sai ganhando? Nós os apreciadores do estilo e do Heavy Metal em geral.
Conversamos com o líder e guitarrista Ronnie Giehl que nos fala do novo
momento da banda, as dificuldades em suas lacunas e da superação com o novo
álbum lançado, que vem abrindo portas e mostrando que os cariocas já são uma
realidade.
Assim como qualquer banda do nosso cenário, o início sempre é
complicado, seja pelas adversidades de estabilizar uma formação, conflitos da
direção sonora e etc...
“Apesar da demora em lançar o
novo álbum (6 anos), o Forkill sempre esteve em atividade. Tivemos muitos
problemas com trocas de formação, (hora batera, hora vocal/guitarra), e
atrapalhou muito a banda que tem por finalidade fazer um trabalho sério. Infelizmente
muitos músicos que passaram por aqui, não tiveram o comprometimento e seriedade
necessária para fazer um trabalho correto e quando começam a atrapalhar o
andamento é hora de trocar.”
Mas nada melhor que superar as barreiras com um novo lançamento, e é
isso que o Forkill fez e nos brindou com um dos melhores álbuns de Thrash de
2019.
“The Sound of the Devil's Bell significa
muito, marca um trabalho de luta, dedicação, insistência e que temos muito
orgulho de conseguir lançar e superar os problemas. Ao mesmo tempo a banda tem
como principal característica, nunca se acomodar com situações adversas e
sempre enfrentar e vencer desafios e todas dificuldades que aparecem. Isso nos
fez crescer e nos deixa mais fortes sem dúvida. O Forkill sempre foi uma banda
de palco pois é lá que as coisas acontecem e nele nos sentimos mais à vontade
para mostrar nosso trabalho. Realmente, tocar numa banda
de Metal é muito difícil pelas circunstâncias, mas amamos isso e assim seguimos
em frente.”
Foram seis anos de espera até “The Sound of the Devil's Bell” nascer, e
a evolução entre o Debut (“Breathing Hate” – 13) e o novo lançamento são
latentes, como explica Ronnie:
“Acho que o principal foi o
amadurecimento da banda e esse álbum marca bem isso. Sempre procuramos melhorar
em todos os pontos e tivemos em nosso produtor – Daniel Escobar – uma forte
parceria em nos auxiliar em termos de sonoridade ao longo da gravação. Ficamos
mais experientes também, aprendemos bem como trabalhar nossas principais
características, para assim moldar e encontrar o nosso próprio estilo.”
Mas para essa evolução foi necessária uma mudança brusca em sua
formação, como explica o guitarrista:
“Não é fácil
depositar confiança num músico e da noite para o dia ele resolve abandonar
tudo, te deixar na mão em termos de agenda e compromissos importantes. Mas
mudanças quando necessário, são inevitáveis para a engrenagem voltar a rodar a
todo vapor. Tem o ditado que diz: “à males que vem para o bem” e
nesse caso aqui é muita verdade. Não adianta dar soco na ponta de faca e
insistir com alguém que te puxa para baixo, não demonstra força de vontade e
dedicação em busca de objetivos específicos em comum. Ninguém é insubstituível
e temos uma metodologia de trabalho a cumprir. Se o músico não corresponde mais
a nosso método, é hora dele partir e assim tem acontecido infelizmente. Claro
que isso torna o nosso trabalho mais difícil, atrasa todo planejamento, e
perdemos oportunidades importantes, mas mesmo assim acreditamos em nosso
potencial e lutaremos por ele. Temos amor ao Metal e fazemos isso pois gostamos
de tocar e principalmente nos divertir tocando Thrash Metal. As dificuldades
são muitas a toda hora e é aí que sabemos separar quem serve de verdade, de
quem está brincando.”
“The Sound of the Devil's Bell” apresenta uma arte formidável pelo
grande artista Rafael Tavares, rica em detalhes e ao mesmo tempo agressiva.
Ronnie comenta como foi a escolha do artista e da arte em si.
“Já acompanho o Rafael Tavares a
muitos anos e sempre achei que ele faz um trabalho fantástico! Desde o começo
da gravação, queria a arte da capa assinada por ele e assim foi. Passamos as
idéias, e ele captou muito bem o que tínhamos em mente. A capa retrata muitas
situações do que passamos nas letras num todo, representa muito bem a temática
das músicas e Rafael fez uma arte incrível, ajudando a valorizar ainda mais o
disco.”
Assista ao videoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=n7dmxp-eQ00 |
Com um novo material lançado nada melhor que divulga-lo através de
shows e claro, tendo aquela bela ajuda das redes sociais, o que hoje é
inevitável para os artistas que querem mostrar sua música para o mundo.
“Estamos promovendo o álbum
através de shows e das redes sociais que ajudam muito! Tem rolado um bom
retorno, resenhas superpositivas e também grandes oportunidades.
Aproveitamos também e lançamos o
clipe do primeiro single para a música “Emperor of Pain”, o retorno foi sensacional
e abriu muitas portas. Penso que o vídeo clipe
hoje em dia é muito importante para a banda e vamos investir mais nesse formato
em breve. Sem dúvida ele nos possibilitou uma maior visibilidade ao público e
sentimos que a aceitação foi sensacional! Em
breve também, estaremos lançando o nosso primeiro Lyric Vídeo para a música “Warlord”
e vai ser o segundo single a promover o álbum. Mas é nos shows que recebemos o
retorno para valer. Ver a galera cantando as músicas junto, batendo cabeça e se
divertindo no mosh pit nos dá força para seguir em frente.”
Em tempos em que a era digital domina, não é sempre que vemos uma banda
underground lançando seu material em formato físico, ainda mais em edição
luxuosa, porém o Forkill se preocupa com esse quesito, e pensa ser tão
importante quanto o lançamento nas plataformas digitais.
“Sempre fui
colecionador, ainda acho o CD/vinil muito mais legal e sempre vai fazer parte
da cultura dos Headbangers! Ainda uma parte do público do Metal mantém essa
tradição viva e esse CD é em especial para esse pessoal, que coleciona.
Montamos o formato do CD (Slipcase, pôster, encarte com as letras, fotos e
informações com 20 páginas) em parceria de idéias com nossa gravadora (DarkSun
Records) e que apostou em fazer assim, dando esse lindo material aos fãs que
adquirem o formato físico. É claro que sabemos da importância das plataformas
digitais que ajudam a atingir um grande público, com muita rapidez e temos nos
adaptado bem a essa era. Muitos conheceram a banda ali, escutaram, curtiram o álbum
e acabaram adquirindo o CD.”
A máquina não para e o Forkill já está trabalhando em um novo material,
e Ronnie nos adianta o que podemos esperar para o futuro.
“Estamos com novas idéias, muitos
riffs e até algumas músicas prontas. Temos planos de aproveitar o bom momento e
lançar um EP em breve!
Aproveitando gostaria de
agradecer pela a oportunidade e pelo espaço. Espero encontrar com muitos de
vocês nos shows! Apoiem as suas bandas
preferidas do underground, pois isso é muito importante para elas...
See you in the Pit!”
Acesse e conheça mais sobre o
Forkill:
Um comentário:
Parabéns pela entrevista, realidade do Metal Nacional, muitas vezes mais valorizado fora que aqui.
Vídeo foda... Abraço ao brother Ronnie Forkill...
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