quinta-feira, 5 de março de 2020

Burning Witches: O Heavy Metal Clássico se Renova!


O quinteto feminino Burning Witches foi formado na Suíça em 2015, nascido da intenção da guitarrista Romana Kalkuhl, que queria, antes de tudo, montar uma banda marcada pela cumplicidade, companheirismo, e claro, amor ao Heavy Metal. Completaram a formação inicial Lala (bateria), Alea (guitarras), Seraina (Vocais) e Jeanine (baixo).   (English Version)

As inspirações e  influências, claro, principalmente do Heavy Metal clássico, de grandes nomes, alguns surgidos já nos anos 70, e a sonoridade e visual 80's, e podemos citar bandas como Judas Priest, Dio, Manowar e King Diamond.

Em 2016 lançam o primeiro trabalho, simplesmente denominado “Burning Witches”, de forma independente, o qual recebe muitas críticas positivas em sites e revistas de renome na Europa. Essas ótimas reações chamaram a atenção da maior gravadora de Heavy Metal, a alemã Nuclear Blast, que ofereceu um contrato.


Final de 2017 a guitarrista Alea Wyss deixa a banda, e é recrutada uma carismática e técnica nova dona das seis cordas, a holandesa Sonia “Anubis” Nusselder. Lançaram em 2018 o segundo trabalho, “Hexenhammer”, e partem para uma turnê passando por diversos países, tocando inclusive em muitos festivais europeus importantes, como Bang Your Head e Wacken.

Em 2019 a vocalista Seraina Telli também deixa a banda para dedicar-se a outros projetos, e a banda recruta mais uma holandesa, Laura Guldemond, vocalista com muita personalidade, que além da beleza e uma presença de palco marcante, trouxe mais possibilidades ao som das bruxas.


2019 foi um ano agitado, prosseguindo com muitos shows e a banda ganhando ainda mais adeptos. Um single e um EP também foram lançados, “Wings of Steel”, as primeiras gravações oficiais com a nova vocalista. 

E agora em 2020, mais precisamente em 06 de março, a Burning Witches lança seu terceiro trabalho, “Dance With the Devil”, que promete levar o quinteto a outro patamar, com uma popularidade cada vez maior no cenário Metal.

Produzido por V.O. Pulver (The German Panzer, produtor de álbuns do Rage, Pro-Pain, Destruction e outros) e Schmier (Destruction), a banda manteve sua sonoridade, transpirando o Heavy Metal clássico com pitadas de Power Metal, porém adicionando um pouco mais de variedade e melodia.


Nos álbuns anteriores eu diria que elas puxavam mais para uma linha Judas Priest, e agora há uma variedade maior, tanto pela evolução de toda a banda, como também pela contribuição de Laura, que, além de criar linhas vocais variadas - chegando até a alguns trechos com guturais - coloca muita energia nas interpretações.

Essa maior variedade não trouxe somente mais melodia, pois há também faixas em que temos algumas passagens, riffs e vocais que possuem um pé no Thrash Metal tradicional, aquele recheado de riffs em cima de riffs, naquela linha Slayer do "Show no Mercy", por exemplo.

Inovação? Não é preciso inventar nada novo se você produz boas e sinceras músicas dentro do estilo que se propôs, e a Burning Witches dá um show neste quesito, trazendo riffs bem tradicionais e marcantes, refrãos fortes e muita energia.

Então em um belo álbum de Heavy Metal, temos 12 faixas (contando a intro) bem lineares em qualidade, mas com algumas que se destacam, como a abertura frenética com "Lucid Dream", uma locomotiva, com muita agressividade nos vocais e riffs beirando o Thrash; a já conhecida faixa título "Dance With the Devil", que traz mais melodia, licks e riffs marcantes e um refrão pegajoso. Anos 80 total!


Aquela balada Metal poderosa não poderia faltar, e "Black Magic" cumpre seu papel com louvor, naquela linha tradicional, melodiosa e com trechos acústicos e crescendo no refrão; "Sea of Lies" traz variações alternando trechos mais cadenciados e velozes. Laura alterna vocais mais melódicos com alguns guturais, e as guitarras brilham ora sozinhas, ora em uníssono, com melodia e agressividade.

"Necronomicon" tem um andamento mais arrastado e pesado, trazendo riffs cavalgados e vocais furiosos! "The Final Fight" é bem melodiosa, trazendo guitarras dobradas, segue uma linha que lembra bastante o Maiden em seu andamento. O refrão também é bem pegajoso e marcante.

Vale destacar também o já tradicional cover/versão, nos anteriores elas homenagearam Judas e Dio, desta vez é Manowar (em algumas edições especiais também há uma cover de King Diamond), e elas apresentam uma bela versão revisitada de "Battle Hymn", que contou com Ross "The Boss" e Mike Lepond (Symphony X) como convidados.


Em resumo, um belo e empolgante álbum de Heavy Metal, com muitas das nuances e até "clichês" tradicionais do estilo, mas feitos de forma muito honesta e competente. É diversão garantida!O certo é que não dá para duvidar da força deste quinteto, e de que 2020 poderá ser o ano das bruxas!

Texto: Carlos Garcia

Banda: Burning Witches
Álbum: "Dance With the Devil" 2020
Estilo: Heavy Metal, Power Metal
País: Suíça
Selo: Nuclear Blast (no Brasil, sairá via parceria NB e  Shinigami Records)

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Line-Up
Laura Guldemond: Vocais
Romana Kalkuhl: Guitarras
Sonia Anubis: Guitarras
Jay Grob: Baixo
Lala: Bateria

Tracklist:
1. The Incantation
2. Lucid Nightmare
3. Dance With The Devil
4. Wings Of Steel
5. Six Feet Underground
6. Black Magic
7. Sea Of Lies
8. The Sisters Of Fate
9. Necronomicon
10. The Final Fight
11. Threefold Return
12. Battle Hymn



       

       

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