sábado, 19 de março de 2022

Khemmis: Heavy/Doom e o Inferno de Dante


Fundada no Colorado em 2012, o Khemmis faz um mistura de Doom com Heavy Metal tradicional e algumas passagens de Metal mais extremo. 

Lançou seus primeiros álbuns de forma independente, e seu segundo trabalho, "Hunted" (2016), foi citado em diversas listas de melhores discos de Metal do ano, inclusive da revista Rolling Stone.

Essa repercussão chamou a atenção de um público maior, e também do selo Nuclear Blast, que contratou o grupo.


"Deceiver" é o quarto álbum do Khemmis, e primeiro com distribuição mundial via Nuclear Blast, e chega ao Brasil via parceria com a Shinigami Records. 

Alcançando também boa repercussão e citações em diversas listas de melhores discos de 2021, o disco  traz 6 faixas distribuidas em 41:46 minutos com o Doom/Heavy Metal do grupo trazendo peso, com músicas de andamento lento, soturno, mas com muita melodia nas guitarras, inclusive gêmeas, no melhor estilo Heavy Tradicional.

Os vocais são predominantemente limpos, cantados num estilo épico, e por vezes temos vocais guturais em passagens mais agressivas e velozes, onde a banda insere nuances do Death Metal.

O conceito do álbum é bem interessante e gira a respeito da forma como as pessoas são levadas a acreditar em uma falsa realidade sobre si mesmas e o mundo em que residem, e utilizam como paralelo o segmento Inferno da Divina Comédia.

A primeira é a épica "Avernal Gate", a qual apresenta muito bem o mix Doom e Heavy tradicional do grupo, e abre com uma intro acústica, e logo em seguida um andamento veloz, com guitarras melodiosas, mudando depois para um tempo mais arrastado e vocais épicos.


A faixa vai alternando momentos mais arrastados e outros com tempos mais rápidos, sempre com as guitarras trabalhando riffs pesados e muitos solos melodiosos, inclusive as tradicionais twin-guitars. Ao final deste épico início, há uma passagem veloz e extrema beirando o Death/Black.

"House of Cadmus" é Doom pesado, arrastado, de atmosfera soturna; "The Astral Road", inicia acústica e com solo viajante de guitarra para em seguida entrar em um ritmo mais acelerado e com um riff marcante, alternando o Metal Tradicional com passagens épicas, cadenciadas e melodiosas.

"Living Pyre" vem arrastada e com riffs e cozinha que pesam toneladas, em tons mais baixos, alternando andamentos levemente mais acelerados, tendo ainda incursões de trechos acústicos, alternando vocais limpos e guturais.

"Shroud of Lethe" tem ares progressivos, com trechos acústicos e introspectivos. Segue um andamento predominantemente lento, sempre com as guitarras trazendo solos melodiosos e peso na base.

"Obsidian Crown" fecha o álbum, iniciando com riffs marcantes e melodiosos, traz trechos de andamento mais rápido, alternando a riffs e cozinha arrastados e pesados.

O Khemmis surge como uma ótima alternativa aos aficionados pelo estilo, com seu Doom/Heavy Tradicional de ares épicos, por vezes soturno, mas sempre com muita melodia por parte das guitarras, boas alternâncias dos climas sonoros, o que não torna a audição cansativa.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Khemmis
Álbum: "Deceiver" 2021
Estilo: Doom/Heavy Metal
País: EUA
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Khemmis é:

Phil Pendergast / Vocals, Guitar
Ben Hutcherson / Guitar, Vocals
Zach Coleman / Drums

“Deceiver” Tracklisting:
Avernal Gate
House of Cadmus
Living Pyre
Shroud of Lethe
Obsidian Crown
The Astral Road




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