São doze discos gravados, singles e vários vídeos clips ao longo dos anos. Hardcore Superstar, banda de Hard Rock sueca, nunca havia feito shows no Brasil e América Latina, mas graças a produtora Dark Dimensions, essa longa espera acabou, e finalmente eles estrearam em solo brasileiro em novembro último, (N.T.: show era para ter acontecido em outubro, mas devido a motivos de força maior do guitarrista Vic Zino, foi postergada para novembro).
Mal começou o verão e as principais capitais tem recebido
uma forte onda de calor, que bateu os 40º graus na semana que antecedeu o show
em São Paulo, tanto que, por ordem política, foi determinado a distribuição de
água natural em eventos ao ar livre. Os locais fechados, porém, ficaram isentos
dessa regra, mas o Carioca Club fez questão em colocar ventiladores com jato
d’água para evitar que algo de ruim acontecesse.
Infelizmente, a presença de público foi abaixo do esperado,
o que comprova que o gênero não vem atraindo um grande público aqui no Brasil.
Porém, para quem gosta de assistir a shows de forma mais reclusa, aproveitou para
ficar bem à vontade para ver o HCSS, Inluzt e o Nite Stinger, responsáveis por
iniciarem os trabalhos do dia.
Devido alguns contratempos, não consegui pegar o comecinho
do show da Inluzt, um dos nomes promissores do Hard Rock brasileiro. Oriunda de
Ribeirão Preto e com quase meia década de atividade, o quarteto entregou uma
apresentação excelente e cheia de atitude. Das bandas de apoio, eles é o que
mais se assemelha com os donos da festa em questão do som, que flerta bastante
com o Sleaze Rock.
E falando em Sleaze, o baterista Lexxi Souza, que tocou que
nem um monstro, é o que mostra todo esse lado na parte visual; Fabz foi um
herói por ter entregado toda sua energia em cima do palco quente e com pouca
ventilação que chegou a pedir gelo e qualquer tipo de bebida para manter o
folego até o final. Uma pessoa, em sã consciência, logo atendeu o favor – Roxx
(guitarra, vulgo Nikki Sixx) e Brun (baixo) completam a formação.
Vindo direto de Curitiba e sem ter feito passagem de som, o
Nite Stinger também entregou uma inolvidável performance, que teve pequenos
problemas no som de início. Formado pelo vocalista Jack Fahrer, os guitarristas
Bruno Marxx e Marc DeLuca – que se encaixou perfeitamente na banda –, e o
baixista Bento Mello vem ganhando cada vez mais notoriedade nessa nova era de
bandas de Hard Rock que vem surgindo no país, e graças a esse reconhecimento
que a banda foi escalada para tocar, ano que vem, na segunda edição do Summer
Breeze Open Air Brazil.
Sempre muito carismático, Jack Fahrer mostrou toda sua pinta de ‘rockstar’ e falando em inglês em determinados momentos, além de fazer questão de explicar o conceito por das trás de algumas músicas como “Let Met In” e “Gimme Some Good Lovin’”, primeiro single do até então ‘debut’ álbum.
Mas o
grande destaque ficou para a nova (e esperada) “All Nite & Day”, que será lançada
esse mês e que estará no próximo álbum, a ser lançado em abril do próximo ano e
que tem tudo para se tornar o maior hit do gênero no Brasil. E eu posso
garantir: QUE MUSICA!
Originalmente a banda conta com o lendário Ivan Busic, do
Dr. Sin, na bateria. Mas sem anuncio e aviso prévio, quem comandou as baquetas
foi o grande Rafael Rosa, da Sinistra.
Depois de meia hora de atraso, os donos da festa, enfim,
entraram em cena para deixar o clima ainda mais quente às 19h35. Com a capa do
Abrakadabra, lançado ano passado, sendo exibida atrás do palco, Joakim Berg
(vocal), Vic Zino (guitarra), Martin Sandvik (baixo) e o produtor Johan Reivén
(bateria) – que vem cobrindo a ausência do Magnus Andreason – iniciou os
trabalhos justamente com a faixa título do último álbum após Joakim cumprimentar
todos os que estavam pertinho do palco.
Quem já deve ter visto vídeos da banda tocando ao vivo sabe
o quão é insano é o show dos caras. E era de se esperar por intensidade, que
logo revelou nas efusivas “Electric Rider” e “Into Debauchery”. Mas o que
ninguém esperava é o apagão no sistema de som, que não demorou muito para ser
restabelecido. O ocorrido até que fez bem para o público e a banda – que estava
super feliz de estar no Brasil – voltar com mais gás do que já estava no
começo.
Boa parte do set abrangeu o “Black Album” (não, não é do
Metallica), que, para muito dos fãs, é considerado o melhor da carreira e que fortaleceu
o nome da banda mundialmente, e os primeiros destaques ficaram com músicas
desse clássico como “Wild Boys” – onde o público acompanhou Joakim nos ‘Oh, Oh,
Oh’ e ‘Yeah, Yeah, Yeah’ na melodia que antecede o final dela –, a empolgante
“My Good Reputation” e “Liberation”, do pouco lembrado “Bad Sneakers and a Pina
Colada.
“Aqui está mais quente que o inferno”, dize Joakim. Como
ele e os demais gostam do inferno, o clima estava mais do que favorável. Junto
com Vic, o vocalista atenuou a adrenalina com as calmas “Standin’ on the Verge”
e “Someone Special”. E os dois foram os que mais se mostraram agitados dando
uma aula de performance e de como se portar diante do público.
Os apaixonados por álcool tiveram uma surpresa no final, só que antes disso acontecer, o quarteto emplacou “Last Forever”, “Moonshine” (que tem um swing contagiante) e “Bag on Your Head”, que com todo o seu peso, colocou o Carioca abaixo.
Com a cerveja na mão de Joakim, ficou evidente que a
próxima seria “Last Call for Alcohol”, maior hit da história da banda. E por
ela falar justamente sobre álcool e diversão, o vocalista deu vários ‘shots’ de
Whiskey (se não for me corrijam, por favor) para os que estavam bem próximos do
palco.
Como a maioria deve saber, o HCSS não gosta de celebrar os
domingos, deixa perfeita para mandar outro clássico, “We Don’t Celebrate
Sundays”, restando três horas para virar o dia. Com muito ritmo e o andamento
que sapeca com o pop, “You Can’t Kill My Rock ‘n Roll” pôs fim no show de quase
duas horas. O título, que em tradução livre significa “Você Não Pode Matar Meu
Rock ‘n Roll, ganhou uma camiseta a qual o Joakim usou no show e que foi
vendida no merchandising.
Um show para lá de avassalador, onde público vibrou, cantou
e pulou até o último minuto, que mesmo com os problemas no início, não pararam
um segundo se quer. As únicas reclamações que deixo a respeito desse show é não
terem tocado “Above the Law” e “Dreamin’ in a Casket”, que foi tocada nos shows
de Belo Horizonte e Curitiba. Segundo Joakim, esse show será primeiro de muitos
aqui no Brasil. Espero que não demorem muito para voltar.
Texto:
Gabriel
Arruda (@gabrielarruda07)
Fotos:
André
Tedim (@andretedimphotography)
Produção:
Dark
Dimensions (@darkdimensionsbrasil)
Mídia
Press: JZ Press (@jzpressassessoria)
Hardcore
Superstar
Abrakadabra
Electric Rider
Into Debauchery
Wild Boys
My Good Reputation
Liberation
Standin’ on the Verge
Someone Special
Last Forever
Moonshine
Bag on Your Head
Last Call for Alcohol
***Encore***
We Don’t Celebrate Sundays
You Can’t Kill My Rock ‘n Roll
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