Em 10 anos que estou neste grande mundo do Heavy Metal,
ouvi bandas de diversos gêneros que, de certa forma,enriqueceu o meu
conhecimento pelo estilo, abrindo um leque de novidades e expandido minha cabeça,
mantendo (sempre) o devido respeito, e às vezes até fugindo um pouco do meu gosto pessoal. É
claro que minhas preferências sempre foram expostas, nunca escondendo o que é
de meu interesse, mas o que eu vi no último domingo, no Tom Brasil, foi de
surpreender! Entendendo o quanto os italianos do Rhapsody são importantes no
meio Symphonic Power Metal.
Desde abril, a banda vem promovendo a turnê de celebração
aos seus 20 anos de carreira, mas que, após a merecida comemoração, irá deixar
uma gama de fãs com o coração apertado de saudade, dando a eles a última
oportunidade de ver os membros da formação original ao vivo com a “20th
Anniversary Farewell Tour”, que como o próprio nome diz, marca a sua despedida.
E pra essa ocasião, o set-list teve músicas que nunca foram executadas ao vivo,
sem contar que os primeiros shows pela América Latina foram ‘sold-out’, tanto
que alguns colombianos desembarcaram aqui em São Paulo pra vê-los.
Armored Dawn
Fazendo o Esquenta da Noite
Com a abertura dos portões prevista para as 18 h,
cumprida britanicamente, a grande fila no arredor da casa era ressoada de
vozes, ouvindo várias pessoas cantando canções que estava presente no set, já
que, as vésperas da apresentação, todas as músicas que iam ser tocadas à noite
já estavam divulgadas, sendo as mesmas dos shows anteriores. E como era final
de Campeonato Paulista, sagrando-se o Corinthians como campeão, alguns fãs,
torcedores do time, deixaram pra vir na última hora, tanto que pouca gente se
concentrava dentro do Tom Brasil pra ver o Armored Dawn, que encarregou de
aquecer as turbinas às 18h47.
Vindo de uma turnê pela Europa, o sexteto,
formado por Eduardo Parras (Vocal), Timo Kaarkoski e Tiago de Moura
(Guitarras), Fernando Giovannetti (Baixo), Rafael Agostino (Teclados) e Rodrigo
Oliveira (Bateria), deixou muitos, inclusive eu e meu fotografo, boquiabertos
com Power Metal praticado pela banda, contidos também pela temática nórdica,
que de começo, após a triunfante introdução, meteu os dois pés com “William
Fly”, do mais recente disco, “Power Of Warrior” (2016). Sem dilatação foi
apresentado, em primeira mão, duas músicas novas, que estarão presentes no novo
disco: a pesada “Bloodstone” e a densa “Eyes Behind The Crow”.
Antes de partir para a quarta música, Eduardo enunciou
que é sempre um prazer estar tocando em São Paulo, que sem dúvida nenhuma, é a
capital do Rock e do Heavy Metal, agradecendo muito a presença de todos pra que
a banda continue, dando sequência, “Prison”, do atual disco, fazendo com que todos levassem as mãos ao alto, conduzidas pelas batidas iniciais de bateria, combinado
pelas harmonias chorosas de guitarra, explodindo após com a cadência
dos riffs, avançando o show com mais uma inédita: a Power e eletrizante “Viking
Soul”, marcado pelos vocais pulsantes no refrão e do trabalho dinâmico nas
guitarras.
Falando em guitarra, eis que Tiago toma o palco para colocar
suas habilidades em prática com um sicário solo, que logo chamou o Rafael para
fazer sua parte nos teclados, finalizando ambas as partes juntando os dois pra
trocar figurinhas, juntando o restante de volta ao palco., chamando a atenção pela
a espada do Eduardo, igual ao que lobo segura na capa do primeiro álbum,
meditando o conceito lírico da música “King”.
Chegando os momentos finais, a cozinha rítmica mostrou
seu valor, e Fernando Giovannetti e Rodrigo Oliveira (conhecido
por ser baterista do Korzus) esbanjaram poder e técnica, que logo já
mergulharam da animada Rose Tattoo, originalmente feita pelo Dropkick Murphys.
Antes de partir para o final, Eduardo deu o microfone para o Timo tirar onda entre
todos, sendo que ele é o único gringo da banda, gostando muito do seu inglês ligado
ao finlandês, pondo o fim da apresentação pra mais uma nova, “Beware Of The
Dragon”, havendo a apresentação da banda após o termino.
A
Tão Esperada Vez do Rhapsody Chegou
A ansiedade, relatado no começo da cobertura, era tomada
bem antes da abertura dos portões, mas ela cresceu ainda mais minutos antes do
show, elevando o grau de publico dentro da casa. E várias pessoas ficavam eufóricas
aos sons dos ‘samplers’ de teclado e clamando o nome da banda a todo vapor. E vagando
pelos arredores do Tom Brasil, me deparo com Rafael Bittencourt, Felipe
Andreoli, Bruno Valverde (ambos do Angra) e Ricardo Confessori ali no camarote
para prestigiar a performance do seu amigo, Fabio Lione, diante da banda que o
tornou mundialmente conhecido.
A euforia abrangeu a noite quando as luzes da casa foram
totalmente apagadas. Abrindo-se as cortinas, eis que, às 20h13, ecoa a
introdução “Epicus Furor” nos PAs, que abre o clássico álbum “Symphony
Of Enchanted Lands”(boa parte do set foi dedicada a músicas desse disco), com
Alex Holzwarth sendo o primeiro apostar-se no palco, vindo da comissão de frente
composta por Luca Turilli/Dominiqui Leurquin (Guitarras) e Patrice Guers (Baixo),
completado pela cereja do bolo que é o vocalista Fabio Lione, colocando fogo em
tudo com “Emerald Sword”
Inserindo mais fervor e poder, os primeiros momentos dos
shows foram dedicados ao disco citado à cima, com“Wisdom Of The Kings” (refrão
cantado vigorosamente e alguns dançando as partes que contém elementos folclóricos),
“Eternal Glory” (tocada pela primeira vez no Brasil em 20 anos de história) e
“Beyond The Gates Of Infinity”, que antes de ser executada, Lione informou a
todos que seria gravado um vídeo clip pra uma das músicas do set, erguendo o
grau de delírio dos presentes.
Fora do eixo “Symphony Of Enchanted Lands” (1998), Lione
pediu pra que cantassem junto com ele “Knightrider Of Doom”, do álbum “Power Of
The Dragonflame” (2002), ficando mais ardente ao vivo. A parte preciosa do show
ficou por conta da balada “Wings Of Destiny”, que também nunca foi executada ao
vivo aqui no Brasil. O engraçado era ver o Alex curtindo as melodias iniciais
junto com a galera. E no final,claro, não faltaram saudações ao Lione.
Rodeando mais algumas perolas do “Symphony
Of Enchanted Lands”, “The Dark Tower Of Abyss” e “Riding The Winds Of Eternity”
prezou a parte técnica da banda, sendo que Luca Turilli roubou a cena nessa
última, parecendo um maratonista no palco e entrando no clima da música, e acabou ovacionado pela atitude.
Concluindo quase a metade do set, Lione quis deixar claro
que a seguinte faixa dá nome a um CD, que não precisou pensar nem pouca coisa,
pois com certeza seria “Symphony Of Enchanted Lands”, avistando numerosas gentes
batendo cabeça, mas o que eu senti falta era presença de uma mulher fazendo os
‘backing-vocals’ femininos na parte harmoniosa, preenchida pelo ‘take’ gravado
na versão em estúdio.
Enquanto o restante tomava fôlego, Alex aproveitou a
deixa dos demais para detonar o kit de bateria sob um magnífico solo, partindo
imediatamente para “Land Of Immortals”, presente no ‘debut’ disco “Legendary
Tales” (1997). “The Wizard’s Last Rhyme” contou com a sadia participação do
público, gerando corais no refrão orquestrado, zarpando para solo de baixo de
Patrice, integrado pela pegada do Alex na bateria.
Perguntado se todos estavam cansados, Lione avisou que
era chegada a hora de gravar o clip, mas antes, ele quis escutar o gogo de cada
um através da sua extensão vocal, além de pressentia-los com uma opera italiana
que o mesmo gosta, querendo que todos arriscassem a fazer igual, e foi com esse
aquecimento que a famosa “Dawn Of Victory” tornou-se o ápice do show, que poderia
acabar ali mesmo, tanto que o público continuou cantando o refrão durante o
repouso da banda.
A perna final ficou por conta da impulsiva “Rain of a Thousand Flames”, passeando novamente por vagões sublimes, tocando a primeira música italiana composta pela banda, “Lamento Eroico”, e antes de executá-la, Lione explicou que depois de oito horas no ônibus, cansaço e shows seguidos, é compensador estar no Brasil, ressaltando que aqui é diferente, estando praticamente em outro mundo. Encerrando a noite, a intensa “Holy Thuderforce”, também do álbum “Dawn Of Victory”.
Sim, eu os subestimava, mas depois desse show eles calaram minha boca! Deixando este que vos escreve hipnotizado em cada detalhe e desempenho.
O fim desses guerreiros já é realidade aqui no Brasil.
Cobertura: Gabriel Arruda
Fotos: Dener Ariani
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Armored Dawn
1. Intro
2. William Fly
3. Bloodstone
4. Eyes Behind the Crow
5. Prison
6. Viking Soul
***Guitar Solo***
***Keyboard Solo***
7. King
***Bass Solo***
***Drum Solo***
8. Rose Tattoo
9. Bewareof The Dragon
Rhapsody
1. Epicus
Furor
2. Emerald Sword
3. Wisdom Of The Kings
4. Eternal
Glory
5. Beyond
The Gates OfI nfinity
6. Knightrider Of Doom
7. WingsOfDestiny
8. The
Dark Tower Of Abyss
9. Riding
The Winds Of Eternity
10. Symphony
Of EnchLands
***Drum
Solo***
11. Land
Of Immortals
12. The
Wizard’s Last Rhymes
***Bass
Solo**
13. Dawn Of Victory
14. Rain Of
A Thousand Flames
15. Lamento
Eroico
16. Holy Thunderforce
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