terça-feira, 27 de junho de 2023

Cobertura de Show – The Sisters Of Mercy – 18/06/2023 – Tokio Marine Hall (SP)

São Paulo se encheu de pontinhos pretos na noite fria de 18 de junho (2023): muitas expectativas, looks elaborados e música alta. Esse era o clima que cercava a casa, mesmo horas antes do espetáculo se iniciar.

Hoje vou contar um pouco do que foram os shows do 3 Pipe Problem e The Sisters of Mercy, que aconteceram recentemente. Então se você é amante de rock nacional, alternativo ou faz parte da subcultura gótica, fique por aqui para saber mais sobre esses shows e as opiniões divergentes que eles geraram.

Vamos lá!

Esquentando a noite e estreando o palco, a banda nacional e autoral, 3 PIPE PROBLEM, chegou com seu som autêntico e único, que tem como inspiração para suas composições as bandas Nirvana, Radiohead, Faith no More e até a pura nata do Rock brasileiro: Titãs, Legião Urbana e Sepultura, não deixaram de fazer jus às bandas que correm em suas veias.

A banda, criada em 2017, surpreendeu muitos ali presentes nessa oportunidade única de se apresentar para um público maior e mostrar seu som para pessoas que talvez nunca tivessem ouvido falar da banda antes. E eles não decepcionaram: com sua energia contagiante e suas músicas cativantes, a 3 Pipe Problem conquistou o público desde o primeiro acorde.

A banda se mostrou muito animada com a entrega do público, que com certeza se sentiram muito satisfeitos com seu setlist – músicas como Elephant in The Room, Silver Girl e Too old To Rave nos deram uma das melhores execuções que o gênero pode oferecer. E ali deixaram clara a sua versatilidade, que consegue criar músicas mais pesadas quanto baladas emocionantes.

Se você é fã de Rock e ainda não conhece o 3 Pipe Problem, está perdendo uma das melhores experiências sonoras que o gênero pode oferecer. A banda é composta por quatro integrantes, todos eles músicos talentosos que se dedicam a criar um som autoral e original, que mistura elementos do Rock clássico com influências modernas.

Tenho certeza de que todos aproveitaram muito essa noite e já estão ansiosos pelo próximo show.

Parabéns à banda pela performance espetacular e obrigado por nos proporcionar essa experiência.

Até a próxima!

Finalmente eles chegaram, às 20hrs.

Os fãs do Sisters of Mercy estavam ansiosos para o início do show. Afinal, a banda não se apresentava aqui no Brasil e na América Latina há muito tempo e a expectativa era grande. Muitos deles chegaram cedo ao local do evento, esperando ansiosamente pela abertura dos portões.

Alguns fãs comentavam sobre as músicas que esperavam ouvir, enquanto outros estavam mais preocupados com a performance em si. Todos, no entanto, estavam unidos pela paixão, pela música do Sisters Of Mercy.

O clima era de animação e expectativa. As pessoas conversavam entre si, compartilhando histórias de como descobriram a banda e de seus shows anteriores. Com certeza todos estavam prontos para uma noite inesquecível.

 

O show

Finalmente as luzes se apagaram e o público começou a gritar. O Sisters Of Mercy entrou no palco ovacionado pelos fãs. Clássicos como Don’t Drive On Ice e Ribbons aqueceram a galera para os hits tão esperados. O vocalista Andrew Eldritch, sempre de um lado para o outro no palco, com seu jeito “à la” vampirão.

Mas como nem tudo são flores. Quando se trata de bandas lendárias, os fãs esperam ansiosamente pelo momento de verem suas estrelas favoritas se apresentando ao vivo. Uma das bandas mais icônicas da cena gótica dos anos 80 e 90 é o Sisters Of Mercy, Andrew Eldritch é o vocalista e líder da banda e, embora seja um ícone respeitado, há uma grande crítica por parte dos fãs em relação à sua pouca interação com o público.

A falta de interação do Sisters of Mercy com o público é um problema que vem sendo discutido há anos. Muitos fãs confessam que a banda sempre evita encontros com fãs, não realizam meet and greet, e poucas são as vezes que eles se comunicam em suas apresentações. Tal atitude dos integrantes tem gerado uma grande irritação por parte dos fãs.

Além da falta de interação em shows, os fãs apontam que a banda tem uma presença mínima em redes sociais, dizendo ser algo quase “inadmissível”.

Em um mundo dominado pelas redes sociais e pelo contato direto com o público, é importante que um artista esteja disposto a se conectar com sua base de fãs, deixando claro que eles são fundamentais para o sucesso da carreira.

Embora o Sisters of Mercy tenha resistido a essa tendência, ainda existem muitos fãs que os admiram, independentemente de sua falta de interação. Ainda assim, é possível que a manutenção dessa postura afete a capacidade de criar uma nova geração de fãs.

Ainda que os membros da banda demonstrem pouco interesse em interagir, muitos fãs se sentem desapontados e frustrados, uma vez que esperam conhecer de perto aqueles que são suas inspirações.

Os fãs dos britânicos estavam ansiosos para o show em São Paulo, mas a apresentação não correspondeu às expectativas. Muitos saíram irritados com a falta de hits, o som ruim e a ausência do baixista na banda.

Com instrumentos desencaixados e microfones mal regulados e baixos, muitos dos presentes se queixaram da acústica do local, mas outros disseram que já foram a shows na mesma casa e nunca tinham ouvido um som tão ruim.

Outro fator que contribuiu para a desilusão dos fãs foi a falta de Craig Adams, baixista icônico da banda, que é essencial nas apresentações. Eldritch justificou sua ausência dizendo que ele estava lidando com questões pessoais, mas muitos dos presentes acharam que isso deveria ser inadmissível e que a banda deveria ter se esforçado para conseguir um substituto à altura.

No decorrer do show, a banda apresentou muitas músicas novas, o que não agradou muito seu público, uma vez que pareciam desanimados ao tocar os clássicos – muitas vezes cortando as músicas – iniciando direto do refrão, fazendo uma canção de 7 (sete) minutos ser executada em menos de 2 (dois).

Chegando ao fim da apresentação, a banda deu uma pequena pausa e voltou com tudo emendando os hits Lucretia My Reflection, Temple of Love e This Corrosion, que levantou completamente os presentes (que nem parecia estar ali) no restante do show. Porém, como tudo que é bom dura pouco – sem aviso e nem um “thank you” –, o show acaba sem precedentes.

Um silêncio tomou conta do salão e, aos poucos, as vozes foram surgindo com frases do tipo: “Já acabou?”, “Sério?”, “Nossa, dois minutos de show... Extremamente curto”, “Deixaram de tocar muitas, vou ouvir quando chegar em casa” – fora o lembrete constante dos nomes das músicas e álbuns que ficaram de fora da apresentação e que são vistas como essenciais, como First And Last and Always, Walk Away, e No Time to Cry.

O After

Do lado de fora da casa, só se falavam dos “afters” e, principalmente, do Madame Club, que apresentaria uma banda cover de Sisters na mesma noite do espetáculo e com a expectativa de ouvir as músicas clássicas “melhor executada”, e posso afirmar que grande parcela das pessoas que estavam no Tokio Marine foram para o Madame.

A banda (cover) que leva o nome de Sisters of Monster estava na casa para finalizar a noite. Porém, vale ressaltar que (os músicos) possuem uma banda cover e têm a liberdade de interpretar as músicas da maneira que quiserem, adicionando sua própria energia e personalidade. Isso fez com que a apresentação seja mais envolvente e emocionante para o público.

Se tratando de uma banda cover é comum que haja uma interação mais intensa entre os músicos e o público, e uma das razões para isso é que os integrantes da banda cover têm maior liberdade para interagir e improvisar do que a própria banda original. Isso significa que as apresentações podem ser mais espontâneas e imprevisíveis, e os músicos podem se deixar levar pelas emoções que as músicas da banda provocam. Portanto, essa conexão com a música pode ser percebida pelo público, levando a uma maior empatia e até uma identificação maior com a banda cover.

Bem, depois de assistir à banda do “after”, podemos dizer com certeza que eles foram melhores que a banda original em termos de áudio, entrega, interação e até animação – jamais tirando a posição extremamente importante da banda original –, mas a energia e a paixão que a banda cover colocou em cada música foi simplesmente incrível. Foi uma noite inesquecível e mal podemos esperar pelo próximo show da banda cover.

Quanto ao Sisters of Mercy, bem, talvez eles precisem de uma banda cover para realmente dar vida às suas canções. Mas, no final das contas, o que importa é a música e a diversão que ela nos proporciona. E isso, definitivamente, foi entregue pela banda cover.

Esperamos que, caso o Sisters Of Mercy volte a se apresentar por aqui, possam entregar um show mais satisfatório aos seus fãs, esse acabou com gosto de quero “More, More, More”.

 

Texto: Mayara Dantas - @tmoon.png

Edição/Revisão: Gabriel Arruda / Renato Sanson

Fotos: André Tedim - @andretedimphotography

 

Realização: Top Link Music

Assessoria de Imprensa: Isabele Miranda

 

The Sisters Of Mercy

Don’t Drive on Ice

Ribbons

Alice

I Will Call You

But Genevieve

Dominion / Mother Russia

Summer

Show Me

Marian

More

Instrumental 86

Doctor Jeep / Detonation Boulevard

Eyes of Caligula

I Was Wrong

Crash and Burn

On the Beach

When I’m on Fire

***Encore***

Lucretia My Reflection

Temple of Love

This Corrosion

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