quarta-feira, 28 de maio de 2025

Cobertura de Show - Gloria & Treze Black - Porto Alegre RS - 17/05/2025

 


No dia 17 de maio, o Espaço Marin, em Porto Alegre, recebeu uma noite muito aguardada pelos fãs de metalcore. Um encontro que carregava uma expectativa enorme, reunindo quem há tempos esperava viver esse momento ao lado de bandas que fazem parte da sua própria história dentro da cena.

Localizado no coração da capital, o Marin une estrutura sólida com uma atmosfera intensa. O som bem ajustado, a proximidade do palco e um ambiente que permite tanto a movimentação das rodas quanto a conexão direta entre banda e plateia criaram o cenário perfeito para o que estava por vir.

Nem o frio gaúcho, sempre presente nessa época, foi capaz de diminuir a energia. Do lado de dentro, a casa lotada vibrava, ocupando cada espaço — da pista aos mezaninos — em clima de pura expectativa.


A Treze Black Abre a Noite e Mostra ao que Veio!



Quem abriu a noite foi a Treze Black, formada por Diandro Soares (vocal), Gabriel Leão (guitarra), Bruno Chaves (baixo) e Felipe Krauser (bateria). E não precisou de muito para conquistar quem estava ali. 

Com uma sonoridade pesada, direta e cheia de atitude, a banda deixou claro que é dona de uma identidade forte, que dialoga com diferentes referências e fala direto com quem está na linha de frente. Quem chegou sem conhecer, aprendeu rápido.

O show ganhou ainda mais força com participações especiais, como o Johnny, vocal da Die For You, que se juntou à banda para um cover de “Bodies” que levou o público à loucura. 

E, no encerramento, a presença de Robbert, da Abysunn, que fez dueto com Diandro em “Roots Bloody Roots” selou uma apresentação que deixou marca. O clima, que já estava quente, virou puro movimento, gritos e braços erguidos.

Mas foram as músicas autorais, como “Submerso” e “Antivírus”, que mostraram o peso real da Treze. A resposta do público foi impressionante — rodas constantes, gente pulando, e, talvez o mais simbólico, uma galera mais jovem se entregando como se estivesse ali há anos. A Treze Black não só correspondeu — se firmou.






"O Espaço Marin Virou Templo." - Gloria Entra em Palco 


Quando o Glória subiu ao palco, formado por Mi Vieira (vocal), Peres Kenji (guitarra), Vini Rodrigues (guitarra) e Leandro Ferreira (bateria), o sentimento era quase palpável. A espera foi longa, e dava pra sentir no olhar de cada pessoa ali o quanto esse momento era especial. 


Afinal, não era só mais um show — era o reencontro do Glória com Porto Alegre, dentro da turnê comemorativa de [Re]Nascido, álbum que desde 2012 representa um marco na trajetória da banda.

Mais do que uma das maiores referências do metalcore nacional, o Glória carrega também um papel fundamental dentro do movimento emo no Brasil. 

Seja pela estética, pelas letras que transitam entre a agressividade e a vulnerabilidade, ou pela capacidade de transformar dor, amor e conflitos internos em catarse coletiva, a banda consolidou-se como trilha sonora de uma geração inteira que se encontrou — e se formou — na cena alternativa dos anos 2000 e 2010.

A abertura com “Bicho do Mato” foi o estopim. A vibração do público parecia coisa acumulada por anos — e transbordou de uma vez. E quando veio “Vai Pagar Caro Por Me Conhecer”, ficou claro o quanto essa espera valeu a pena.

O setlist foi certeiro. Além das faixas do [Re]Nascido, o Glória resgatou clássicos que acompanham sua história, entregando uma sequência intensa, honesta e carregada de significado. Não era só música — era memória, era resistência, era a reafirmação de tudo que construiu a relação da banda com seus fãs.

O encerramento com “Minha Paz” foi aquele momento que transforma qualquer noite em algo inesquecível. Depois de tanto peso, intensidade e entrega, vieram os abraços, os olhos marejados, os sorrisos apertados. Porque, no fim, tudo isso também é sobre pertencimento. Sobre saber que, não importa o tempo que passe, esse som sempre vai ser casa. 


E se existe um momento que sintetiza tudo isso, é a citada “Minha Paz”. Mais do que uma música, ela é uma verdadeira declaração de amor dentro do universo emo — um hino afetivo que, desde seu lançamento, embala casais de olhos delineados, corações partidos e mãos entrelaçadas. 

Naquele refrão cantado a plenos pulmões, fica evidente que, no meio de tanto peso, breakdowns e gritos, há espaço — e muito — para o amor. Um amor que também carrega cicatrizes, mas que encontra no outro a própria paz


Quando as luzes se apagaram, ficou a certeza: Porto Alegre esperou — e foi recompensada. O Espaço Marin virou templo. O Glória entregou tudo. E a Treze Black provou que faz parte, com mérito, desse momento da cena.


Texto: Melissa Freitas

Fotos: Vinny Vanoni

Realização: Seven Music

Agradecimentos especiais a Priscila Guerra e assessoria Seven Music 


4 comentários:

Bruno disse...

Review certeira! Conseguiu capturar de forma cativante a experiência que foi estar no Marin naquele dia.

Experiência é isso - é emoção, é vibração - o sentimento de pertencimento e camaradagem que sempre foi o forte do Metal como um todo.

Espero mais reviews desse tipo no futuro!

Rodrigo disse...

Excelente cobertura! Palavras muito bem colocadas e que descrevem muito bem a experiência do show.

Ansioso pelas próximas!

DiandroDymme disse...

Texto foda! Faz toda a imersão de quem esteve lá! Parabéns!!

Sarah jessy disse...

Ficou foda representaram aquele dia muito bem, melhor que isso, só sabe quem viveu o momento!🔥🤘🏻