No dia 6 de outubro, a capital paulista recebeu a tão aguardada apresentação da lendária banda alemã de Thrash Metal Destruction, em uma noite que celebrou seus 40 anos de carreira. A expectativa era alta, especialmente com a presença do Sextrash, um ícone da cena nacional, que infelizmente não pôde se apresentar nem em São Paulo e nem em Belo Horizonte.
A coincidência das eleições no domingo trouxe um clima caótico à cidade, e a proximidade do show da banda Lucifer acabou dividindo a atenção dos fãs de Heavy Metal. No entanto, em uma reviravolta de última hora, os paulistanos do Válvera assumiram a abertura do evento, oferecendo um set curto, mas energético, que levantou o público e preparou o terreno para o espetáculo principal, com direito a moshes tímidos e uma atmosfera de grande expectativa.
Formada por Glauber Barreto (vocal e guitarra), Rodrigo Torres (guitarra), Gabriel Prado (baixo) e Leandro Peixoto (bateria), a banda - que mistura vários gêneros do metal - soube escolher perfeitamente as músicas do setlist, com canções dos álbuns “Cycle of Disaster” (2020) e “Back to Hell” (2017), e trazendo ainda uma música nova que fará parte de seu próximo álbum. Com toda a certeza o Válvera saiu dali com novos fãs.
Válvera - Setlist
The Skies Are Falling
Bringer of Evil
The Damn Colony
Reckoning Has Begun
Nothing Left to Burn
Demons of War
Previsto para subir ao palco às 20h15 (antes de sabermos da apresentação do Válvera), o Destruction iniciou sua performance às 20h35. Embora a casa não estivesse lotada, estava quase cheia, e a atmosfera prometia uma noite memorável. Ao som de “Curse the Gods”, a energia no ar era palpável, como se o local pudesse desabar a qualquer momento. Um mosh pit se formou bem no meio da pista - e permaneceu ali até o fim do show -, enquanto os fãs se uniam em gritos de ‘hey, hey’, sinalizando que aquela seria uma apresentação inesquecível.
“Invincible Force” deu sequência ao set, e em “Nailed to the Cross” o som do público parecia ser até mais alto do que a própria banda.
A seguir, o vocalista e baixista Schmier saudou o público, compartilhando seu amor pelo Brasil. Revelando a conexão especial que a banda tem com São Paulo, ele anunciou que na noite estava sendo gravado o próximo clipe da banda, o que foi outra decisão em cima da hora. Schmier também comentou que a próxima música, "Mad Butcher", tinha um significado especial para ele, pois foi o primeiro riff que escreveu. Esse anúncio fez com que a roda de mosh se intensificasse ainda mais, refletindo a empolgação do público e a importância daquela noite na trajetória da banda.
“Life Without Sense” e “Release from Agony” mantiveram a energia. A banda puxou um coro de “We’re Destruction! We’re Destruction”, que o público prontamente atendeu e, Schmier, avisou que a próxima música será o videoclipe, a ótima “Armageddonizer”, do álbum Day of Reckoning de 2011.
“Total Desaster” e um solo de guitarra, que iniciou com Damir Eskic, mas que teve a participação de Martín Fúria também, foram bem recebidas, assim como “Eternal Ban” que veio na sequência.
O último single da banda, “No Kings No Masters”, foi anunciado por Schmier com os dois dedos do meio levantados e como uma dedicatória a todos os políticos.
Antes do encerramento da primeira parte do set, a banda “voltou no tempo” - como disse o vocalista -, com “Antichrist” e “Death Trap”, ambas do álbum Infernal Overkill de 1985.
Com uma breve pausa, a banda voltou com “Diabolical”, faixa do álbum de mesmo nome de 2022. A faixa instrumental “Thrash Attack” foi bem recebida pelos fãs, que apesar de não terem o que cantar, não deixaram de agitar, ou de tornar a roda ainda maior.
Schmier mencionou que faltava uma música muito conhecida e, foi subitamente interrompido por um fã que subiu no palco. Em uma interação de poucos segundos, ele contou ao gigante alemão que um grande fã da banda conhecido como “Big Hands” faleceu algum tempo antes. Schmier, apesar de parecer levemente nervoso, dedicou a fantástica “Bestial Invasion” a ele.
O hino “Thrash ‘Til Death” encerrou essa noite, que foi energia pura e realmente uma grande celebração dos 40 anos de carreira do Destruction. Com dezenas de passagens no Brasil ao longo dos anos, a recepção calorosa do público com certeza fará com que tenhamos muitos e muitos shows da banda por aqui.
Texto: Jessica Valentim
Fotos: Gabriel Gonçalves (Sonoridade Underground)
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Estética Torta
Mídia Press: Lex Metalis Assessoria
Destruction - Setlist
Curse the Gods
Invincible Force
Nailed to the Cross
Mad Butcher
Life Without Sense
Release From Agony
Armageddonizer
Total Desaster
Solo de guitarra
Eternal Ban
No Kings, No Masters
Antichrist
Death Trap
Bis
Diabolical
Thrash Attack
Bestial Invasion
Thrash ‘Til Death
2 comentários:
Muito legal !!! 😎 Informações relevantes de quem manja da cena ☆☆☆☆☆
Ótima resenha!
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