quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Resenha de Show - Festival Coletivo Extremo: O Covil dos Lobos


O covil dos velhos (e não tão velhos) lobos da estrada recebeu uma sacudida no dia 23/08/2014 (sábado), foi o anfitrião para o I Festival Coletivo Extremo. Festival porque foi uma celebração máxima da podreira contando com a participação de cinco bandas. Coletivo, porque só existiu com a colaboração, empenho e auxílio de todos os envolvidos no Fest (bandas, produtores e colaboradores) e Extremo, porque quando trouxermos os nomes das bandas, será muito claro entender esse termo.

Por volta das 23h25m os portões foram liberados, cada um que adquiriu ingresso ganhou, também, um número de identificação que lhe garantia uma chance de estar entre os sortudos que participaram de vários sorteios durante a noite. Alem disso os primeiros 24 primeiros que entraram ganharam um CD e um adesivo (sem direito de escolha, o brinde era aleatório).

Primeiro gostaria de falar um pouco sobre o organismo vivo chamado “Artemísia absinthium”, traz propriedades afrodisíaca, antisséptica, estomáquica, digestiva, tônica e vermífuga. Porém se consumida em excesso pode causar tremores, convulsões, tonturas ou delírios.  Tendo contextualizado a introdução da convidada, Senhoras e Senhores, aqui apresento a nossa primeira banda da noite e agora não usarei mais o nome científico. Claro que a descrição dos efeitos colaterais deu uma pista que se trata da LOSNA.

LOSNA
Fernanda Gomes, Débora Gomes e Marcelo “Índio” Pedroso deram o start do fest com muita energia. Nossa vida terráquea vem se contaminando pelos milênios que seguem com o pensamento que o gênero feminino é frágil, fraco e que seu lugar é na cozinha. Seria até engraçado (se não fosse desastroso) ver alguém tentando convencer as gurias da Losna dessa máxima. Fernanda e Débora desfilaram muita atitude acompanhada de feminilidade e sensualidade, passando muito (mas muito) longe do vulgar.  O trio disparou canções de autoria própria, e ao perceber, muitas não era novidade entre os bangers. O que denota que estávamos entre conhecidos e amigos.

 Bom, hora de confortar a garganta com um bom gole de cerveja e deixar a Morterix subir ao palco e sem permitir que a energia se dissipe. Mais um trio no palco, dessa vez foi à oportunidade de Lucas "Dirty Rotten" Jacomelli, Fábricio "Thrasher” e Rodrigo "HC" Chávez demonstrarem todo poder do seu Thrash Anti-Politics. Foi uma noite muito especial e tudo estava colaborando positivamente: O local, o público e o som estava valente o suficiente para suportar tamanha violência. Em uma das introduções Rodrigo anuncia:

 - “Esse som que a gente vai fazer agora, no refrão a gente manda tomar bem no meio “daquele lugar”. Mas não vocês! Mandamos os neonazi de merda essa ideologia porca. Aqui vocês não se criam seus merdas”.

MORTERIX
Automaticamente a Morterix foi ovacionada no palco e o Thrash reassumiu seu lugar na noitada. Uma apresentação sóbria, poderosa e veloz, merecedora de todo respeito e sucesso garantido.

Já estávamos beirando a madrugada e os equipamentos estavam sendo ajustados novamente. Pois que, de Montenegro veio à peste platelminta em forma de Death Metal representada pela Cestycercosi. Eis que Surge o primeiro foco de micro Circle of Death em frente ao palco, impulsionado pelo Death “matador” da Cestycercosi. Tenho a impressão que vontade de “se quebrar” não faltou, mas levado em conta o tamanho do lugar, a mesa de sinuca no meio da galera e a mesa de merchandise ao canto da parede, a galera deu uma segurada na quebradeira. Afinal de contas, estamos habitando o santuário dos Mutantes e o respeito prevaleceu.

CESTYCERCOSI
E até nisso, a noite foi um verdadeiro show, e todos beberam o suficiente para se perder na euforia, mas o respeito sempre esteve presente e em nenhum momento os ânimos se elevaram. Parabéns à Cestycercosi, quando estiver achando Montenegro monótona, Porto Alegre aguarda ansiosamente por uma nova apresentação.

STEEL GRINDER
A Steel Grinder chega ao palco para se apresentar e veio com toda força do Heavy Metal “moendo” tudo pela frente. Jonas Torres, Jay Torres, Marcelo Pedroso (O índio? Sim, o próprio) e Matheus Souza conduziram com maestria, a desgraceira sonora. Uma mistura de Heavy e Thrash Metal formou a combinação perfeita para que o estopim continuasse aceso noite adentro, realmente uma agradável surpresa o som da banda. Via-se o Flávio Soares (Leviæthan) passeando entre a galera neste instante, não era de graça, algo importante ainda estava por vir.  Quem pensou assim, como eu, teve enorme prazer em receber o presente da Steel Grinder + Flávio Soares = ACE OF SPADES. As reações foram as mais variadas possíveis, todas positivas claro!

Fundada em 2007, a Natural Chaos vem pra fechar a noitada, já na eminência do nascer do sol. Havia que se ter um pouco de pressa, pois precisaríamos das forças escuras do Death/Thrash Metal antes que o sol se fizesse presente. Tivemos esse tempo, claro. Cada banda usou da mesma parcela temporal para se apresentar jogo limpo, direto e reto como um soco na cara. O Caos Natural vem estruturado pelos “macro-organismos” Sidney "Sapão" Benites (Que na ocasião homenageava Eric Draven usando a camiseta com a estampa do Corvo), Carlos "indulgence" Oliveira, Anderson "gt" e Paulo Peixoto.

NATURAL CHAOS
Despejaram uma sequencia sonora destruidora e pra coroar a apresentação e a noitada, fecharam com Black Magic do Slayer (antológico disco “Show No Mercy” de 1983).  Até que o último riff tivesse sido libertado, até que o último Amp tivesse sido desligado e até que o último prato da bateria fosse desconectado, o clima do I Coletivo Extremo foi de pura euforia, comparado a um vulcão em erupção.

Entre as apresentações das bandas, João Henrique (produtor do evento junto com Renato Sanson) fez os sorteios de alguns prêmios com a ajuda do público. Cinco bandas que aguçaram todos os sentidos nessa noitada e vale um agradecimento especial para o sexto componente especial que garantiu o sucesso da noite: O Público. 

Final do show com todas as bandas e produtores em cima do palco
O Fest foi pensado e organizado para vocês, obrigado pela resposta! Mais de cem pagantes compareceram no Mutantes, um número que superou a expectativa. Qualquer um com conhecimento básico em matemática deu-se por conta que, pagou dez reais (10,00) para ver cinco bandas excepcionais. Numa conta simples, a média de custo do ingresso para cada banda custou dois reais (2,00). Em nenhum outro lugar isto será visto novamente!

Com o bar lotado o pensamento que fica evidente mais uma vez é: Sim, as pessoas sentem falta de eventos e lugares underground! Obrigado, também, ao João Henrique (Metal Celebration) e Renato Gimli Sanson (Heavy and Hell Press) pela idealização do projeto.

Cobertura por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas/Mony Ventura


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