Leia a primeira parte da Monsters Tour "O Outro Lado" AQUI.
Se o dia 30/04 reservou muitas surpresas (negativas) a Porto Alegre pela vinda da Monsters Tour, os shows em si eram esperados ansiosamente.
Se o dia 30/04 reservou muitas surpresas (negativas) a Porto Alegre pela vinda da Monsters Tour, os shows em si eram esperados ansiosamente.
ZERODOZE
Então era hora do trio gaúcho
Zerodoze iniciar os trabalhos, e logo de cara a produção de palco da banda
impressionava, assim como o som, que estava perfeito! O trio formado por Cristiano
Wortmann (guitarra/vocal), André Lacet (baixo) e Jean Montelli (bateria)
fizeram um ótimo show, demonstrando domínio de palco e cativando bastante o público que ainda chegava ao Estádio.
A abertura do show com “Essa
Mulher” mostrou grande competência, arrancando muitos aplausos dos presentes,
assim como “Esperança e Redenção”, “Ninguém” e os covers de “Wrathchild” (Iron
Maiden) e “Symphony of Destruction” (Megadeth).
Uma grande apresentação que
ficará marcada na carreira da banda.
MOTÖRHEAD
Então era hora de uma das lendas
Rock N’Roll mundial entrar em cena (mais precisamente sua terceira apresentação
em solo gaúcho, a primeira em 1989 e a segunda no ano 2000), e após uma rápida
troca de palco o trio inglês mais “barulhento” do mundo chega para mostrar sua força!
Aos poucos entrando em palco
Lemmy reverencia os presentes e diz logo de cara: “Nós somos o Motorhead e tocamos Rock and Roll”. E aí amigo, o que
se viu foi uma chuva de clássicos, por um trem desgovernado (um pouco mais
contido é claro), do calibre de “Shoot You in the Back”, “Damage Case” e “Stay
Clean”, que iniciaram a apresentação.
Claro que notamos a certa
fragilidade de Lemmy ao vivo, as músicas também estão com um andamento menos
veloz, mas não se engane, pois o que se viu foi uma usina de energia
transbordando força.
Era notável cada esforço de Lemmy,
que empunhando seu belíssimo Rickenbacker tirou um som estrondoso, algo que só os
mestres conseguem.
Phil Campbell é um show à parte,
além de ser a força motriz dos riffs, agita o tempo todo e interage muito com a
galera, tomando pra si o posto de "porta voz oficial", já que Lemmy visivelmente poupava todo esforço que fosse possível, embora tenha comunicado-se com o público algumas vezes, inclusive cobrando uma empolgação maior, dizendo que ele estava ali, mesmo sentindo dor, então pediu mais entusiasmo, sendo saudado a cada palavra e cada gesto. E nem seria preciso elogiar o espetacular Mikkey Dee, que esmurrou seu kit sem dó.
“Metropolis” vem para tirar
lágrimas de qualquer marmanjo, assim como “Over the Top”, que antecedeu o ótimo
solo de guitarra de Campbell, que deu uma aula de puro Rock N’Roll.
Após o clássico inesperado “Rock
It”, duas composições de seu mais recente álbum “Aftershock” são tocadas, “Do
You Believe” e “Lost Woman Blues”, que antecederam a poderosa “Doctor Rock”
onde abriu espaço para o solo de bateria destruidor de Mikkey.
Algo que temos que comentar foi o
certo “desânimo” do público, Mikkey Dee ficou instigando os presentes para
agitarem, fazerem barulho, mas parecia não ser correspondido. Creditamos um pouco disso, ao fato de que muitos preferiram assistir com atenção, aproveitando cada segundo de estar em frente a uma lenda, e que talvez fosse a última vez que teriam essa oportunidade.
Após as ótimas “Just 'Cos You Got
the Power” e “Going to Brazil” estávamos chegando ao fim dessa apresentação
épica e histórica, e Lemmy dá um certo puxão de orelha nos presentes dizendo
que eles são apenas três e fazem muito barulho e querem ver todos agitando
agora, e “Ace of Spades” chega para delírio de todos os fãs.
E ainda teve o bis com a poderosa
“Overkill” e seus bumbos na “cara”.
Então chegava ao fim o sonho de
muitos que queriam ver o Motorhead ao vivo, e podemos dizer que Lemmy mesmo com
todos seus problemas de saúde se mostrou carismático e se esforçando ao máximo
em dar o seu melhor, pois a expressão de dor e cansaço eram visíveis, mas deu aos
seus fãs uma aula de som pesado, comprometimento e amor pelo que se faz.
Se esse é o último show da banda
ou um dos últimos não sabemos, só podemos dizer que sim, vimos DEUS, LEMMY IS
GOD!
Setlist:
Shoot You in the Back
Damage Case
Stay Clean
Metropolis
Over the Top
Guitar Solo
The Chase Is Better Than the Catch
Rock It
Do You Believe
Lost Woman Blues
Doctor Rock (com solo de bateria)
Just 'Cos You Got the Power
Going to Brazil
Ace of Spades
Encore:
Overkill
JUDAS PRIEST
Chegava a hora de mais um gigante
que retornava a Porto Alegre, mas desta vez marcando sua 4° passagem (a
terceira com Halford) e promovendo seu mais recente disco “Redeemer of Souls”,
além de apresentar o novo guitarrista Richie Faulkner (que está com a banda
desde 2011).
O que você esperaria de uma banda
com quase 50 anos de estrada e que de fato é o próprio Heavy Metal? Precisa
explicar?
Um show avassalador, uma banda
coesa e que transborda energia (com exceção de Faulkner o restante dos
integrantes já passaram dos 60 anos), com ele o Metal God dando show, cantando
como nunca, despejando seus agudos fantasticamente, calando a boca de muitos
sobre suas performances ao vivo nos últimos tempos, era visível a satisfação e admiração de muitos bangers com a lição de Halford.
Como a banda vem divulgando seu
novo trabalho o show se iniciaria com ele e após a intro “Battle Cry”, “Dragonaut”
vem para esquentar a noite fria que acompanhava os gaúchos, com seu refrão
cantado em uníssono.
E para explodir de vez o Estádio
Zequinha “Metal God” chega com suas batidas fortes e marcantes, com Halford
marchando em direção da plateia e dominando os presentes, assim como o peso
descomunal do baixo de Ian Hill e seu timbre monstruoso, mais parecendo um
trovão.
“Devil’s Child” mantém o alto
nível do show com Glen e Faulkner roubando a cena, esse último então, deixou
claro ser a pessoa certa para o Judas Priest, dando um novo gás a banda,
agitando muito, interagindo o tempo todo, além de cantar todas as músicas, demonstrando ser, além de grande músico, um grande fã.
A produção de palco também impressionava,
um telão ao fundo que mudava a cada música e com Halford mudando de roupa a
todo instante, dando diversos climas ao show, além de sua movimentação
constante pelo palco.
E que viria a brilhar ainda mais
com a execução de “Victim of Changes”, fazendo o público explodir,
principalmente nas partes em que o Metal God era exigido em seus agudos
característicos, deixando até mesmo o fã mais incrédulo impressionado.
“Halls of Valhalla” do novo disco
abre as portas com muito peso para uma das melhores da noite, “Turbo Lover” e
seu clima épico, com Halford comandando todos no seu refrão marcante e
grudento.
Seguindo a aula metálica “Redeemer
of Souls” abriu caminho para uma sequência no mínimo fantástica, arrancando
lágrimas dos fãs com “Jawbreaker”, “Breaking the Law” e “Hell Bent for Leather”
(sim e nessa Halford entrou com sua Harley Davidson em palco para delírio
geral), o entrosamento de Tipton e Faulkner é incrível, além da precisão sonora
da cozinha, com o Sr. Ian Hill despejando trovoadas e com Scott Travis mostrando
muita precisão e técnica a cada nota tocada.
Mas como estamos falando de Judas
Priest, eles ainda tinham mais munição e “The Hellion” seguida de “Eletric Eye”
vem para deixar todos de punho erguido cantando com a banda, que logo receberia
a arrasa quarteirão “Painkiller”, mas antes Scott provocou perguntando qual música
gostaríamos de ouvir, e claro que ela seria a pedida para simplesmente botar o
Estádio abaixo, com sua introdução animalesca na bateria, e com Halford dando
conta do recado e até fazendo vocais guturais em determinadas partes.
Para fechar essa aula do mais
puro Heavy Metal “Living After Midnight” dando o ar de despedida e a sensação
que a banda ainda tem muita lenha para queimar.
Com esse show podemos constatar
que o Judas Priest é o verdadeiro Heavy Metal!
Setlist:
Battle Cry (Intro)
Dragonaut
Metal Gods
Devil's Child
Victim of Changes
Halls of Valhalla
Turbo Lover
Redeemer of Souls
Jawbreaker
Breaking the Law
Hell Bent for Leather
Encore:
The Hellion / Electric Eye
Painkiller
Encore 2:
Living After Midnight
OZZY OSBOURNE
Para encerrar o Monsters of Rock
nada melhor que um dos pais do Heavy Metal, o “príncipe das trevas” Ozzy
Osbourne!
Acompanhado por uma excelente
banda de apoio (que se mantém desde 2010), o Madman retorna a Porto Alegre pela
3° vez (uma com o Black Sabbath e duas vezes solo), e como de costume o “velho
mais louco do Rock” sabe como dominar uma plateia, seu carisma é contagiante, o
que ficou visto no começo do show com os clássicos “Bark at the Moon” e “Mr.
Crowley” que incendiaram os presentes, que cantaram a plenos pulmões junto com
Ozzy.
A banda que acompanha o Madman é
simplesmente fantástica, a começar pelo guitarrista Gus G. (Firewind) que
esbanja uma técnica absurda, além de estar muito mais à vontade em comparação
ao show de 2011 no Gigantinho.
Rob “Blasko” (ex-Danzig e Rob
Zombie) mostra muita segurança nos graves, além de ter ótima presença de palco.
A banda se completa com o tecladista Adam Wakeman (filho do lendário Rick
Wakeman) e o destruidor de peles Tommy Clufetos, que simplesmente rouba a cena
pelo seu modo enérgico de tocar.
Além dos clássicos que Ozzy
trouxe nesses mais de 50 anos dedicados ao Heavy Metal, veio consigo seus jatos
de água e espuma para os fãs, onde de fato fez os seguranças e fotógrafos
passarem trabalho, pois o Madman não se importava e molhava a todos, já os fãs
sabiam e vibravam cada vez que Ozzy molhava todos na primeira fila.
“I Don't Know” veio na sequência
(junto com muitos “Eu Amo Todos Vocês”), abrindo os portais do inferno para o
primeiro clássico do Black Sabbath “Fairies Wear Boots” e seu riff tocado
fielmente.
O que chama atenção nos shows do
Ozzy é que tudo é feito milimetricamente para o “príncipe das trevas” brilhar,
um show muito bem ensaiado, e com um setlist na ponta para ganhar o público,
disparando clássicos atrás de clássicos, aliado a inquietude de Ozzy, que se
movimentava a todo instante, além de sua voz estar boa para ocasião, se
comparado com a última passagem junto ao Black Sabbath.
“Suicide Solution” e “Road to
Nowhere” mantiveram o alto nível do espetáculo, assim como “War Pigs” (com
destaque a Tommy).
A excelente “Shot in the Dark”
deu uma esfriada nos ânimos (podemos dizer a menos clássica do set), assim como
a instrumental do Black Sabbath “Rat Salad” (que não precisaria estar no
setlist, ainda mais com os excessos de solo de bateria e guitarra).
Mas com a volta do Madman ao
palco o clássico “Iron Man” esquentou os gaúchos novamente, com todos cantarolando
seu riff clássico, e sem tempo para respirar “I Don't Want to Change the World”
e “Crazy Train”, levando todos ao êxtase.
Fechando a apresentação a já
carimbada e sempre funcional “Paranoid”. De fato, esse foi o melhor show de
Ozzy desde sua primeira vinda a Porto Alegre, contagiou a todos e mostrou que
mesmo com 66 anos ainda tem muitas tours pela frente.
Setlist:
Bark at the Moon
Mr. Crowley
I Don't Know
Fairies Wear Boots
Suicide Solution
Road to Nowhere
War Pigs
Shot in the Dark
Rat Salad
(Guitar
and Drum solos)
Iron Man
I Don't Want to Change the World
Crazy Train
Encore:
Paranoid
Algo que não se pode reclamar do
Monsters foi a qualidade sonora apresentada, pois sim o som estava perfeito,
desde a banda de abertura até o último show, soando cristalino e potente.
Os telões posicionados também
ficaram ótimos, o que facilitava para o pessoal que estava mais atrás.
Entre erros e acertos os shows
compensaram a maioria dos problemas, pois tivemos na mesma noite três lendas do
Heavy Metal mundial, que não pouparam esforços e deram o seu melhor para os
fãs.
Fotos: Diogo Nunes
Revisão: Carlos Garcia
Revisão: Carlos Garcia
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