quarta-feira, 27 de maio de 2015

Cobertura de Show - Grave Digger: O Retorno dos Ceifeiros ao RS (Rock And Roll Sinuca Bar - 09/05/15, Novo Hamburgo/RS)


Dois anos se passaram desde a última passagem do Grave Digger pelo Rio Grande do Sul. Se em sua 2° visita tocaram na capital gaúcha no tradicional Beco, desta vez os alemães invadiram Novo Hamburgo, mais precisamente o Rock And Roll Sinuca Bar no dia 09/05 (sábado), onde promoveram a turnê de divulgação de seu mais recente trabalho “Return of the Reaper” (2014).

Uma ótima escolha, já que o local é de fácil acesso, sendo que o horário do show também colaborou para o deslocamento e volta para casa (pois consentiu com os horários do transporte público).

O que notamos ao chegar no local era o pouco público, que infelizmente não compareceu em peso. O show estava marcado para iniciar as 21h, antes de seu começo o organizador do evento fez um pedido, para que ninguém subisse ao palco, pois em São Paulo um fã subiu e praticamente “enforcou” o vocalista Chris Boltendahl, então se alguém subisse o show iria parar.


Após esse pedido (e claramente respeitado pelos presentes) a intro “Return of the Reaper” ecoa nos PA’s e o primeiro a entrar em cena é o “novo” tecladista Marcus Kniep (que substitui H.P. Katzenburg), que chega vestido de morte causando euforia nos bangers.

Não demora muito para Stefan Arnold (bateria), Jens Becker (baixo), Axel Ritt (guitarra) e Chris Boltendahl (vocal) assumirem seus postos e logo de cara despejarem “Hell Funeral” (de seu novo álbum), deixando os fãs enlouquecidos.


E para manter o nível lá em cima o clássico “The Round Table” (“Excalibur” – 99) chega, e transforma a casa em um verdadeiro caldeirão, assim como “Witch Hunter” (“Witch Hunter” – 85), mostrando que a noite seria mais do que especial.

Os músicos do Grave Digger são realmente fantásticos, se divertem em palco, conquistando cada fã e não poupando energia, se entregando ao mais puro Heavy Metal. E é isso que eles entregaram sem piedade e “The Dark of the Sun” (“Tunes of War” – 96) vem para todos cantarem seu refrão épico e marcante.

O som da casa desta vez não estava muito bom, principalmente em seu começo, que foi sendo ajustado ao decorrer do show. Mas nada que comprometesse a apresentação. Já a estrutura de palco estava excelente assim como o jogo de luzes.


Chris é um frontman espetacular, além de ser extremamente carismático interage com os fãs, conversa, se demonstra muito bem-humorado, e com toda essa simpatia apresenta uma das melhores músicas criadas pela banda nos anos 2000, a poderosa “Ballad of Hangman” e seu refrão pomposo e grudento. Sem contar sua velocidade estonteante, fazendo os presentes irem ao headbanging até o seu final.

Então era hora de uma sequência bem oportuna, com “Seasons of the Witch”, “Lionheart” e “The Last Supper”, deixando muito marmanjo com os olhos marejados, mas a um ponto que devemos ressaltar, o Grave Digger sempre teve uma mudança constante de guitarristas, mas sempre manteve músicos de qualidade, não que Axel não seja um ótimo músico, porém essa mudança excessiva que ele faz nos solos tira toda a característica das músicas, pois sim o Digger é daquelas bandas que se decora até os solos e você espera por eles ansiosamente, mas se decepciona, pois atualmente com Axel tomam um rumo “diferente”.


“Hammer os the Scotts” do bom “The Clans Will Rise Again” (2010) também deu suas caras, assim como “Tattooed Rider” do novo disco, o que deu uma certa esfriada nos fãs.

Mas após a ótima “The Curse of Jaques” uma trinca que valeu a noite: “Excalibur”, “Knights of the Cross” e “Rebellion (The Clans Are Marching)”, certamente seus maiores clássicos, fazendo todos cantarem a plenos pulmões. Mostrando que nesses mais de 30 anos a serviço do Heavy Metal não foram em vão, criando clássicos que passaram no teste do tempo, e mantendo uma sonoridade relevante e poderosa.

O show chegava ao seu fim, e antes do já famoso “final fake”, tivemos “Highland Farewell” e a inesperada “Morgane Le Fay”. Para então retornarem ao palco e “Heavy Metal Breakdown” fazerem todos cantarem junto com punho erguido, um dos clássicos mais tradicionais do Heavy Metal mundial.


Mais um grande evento feito pela Ablaze Productions, onde trazem ao Sul mais um gigante do Heavy Metal. 

Fica nosso pesar pelo público, que infelizmente dá “sinais” de fraqueza, pois sem público não se há espetáculo, e aquela frase manjada que muitos músicos e produtores usam faz total sentido: “São vocês (público) que fazem o show”.


Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Diogo Nunes






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