Fundada em 2011, na cidade de São José do Rio Pardo, o Maverick vem colhendo os frutos de toda a dedicação e trabalho para o lançamento do seu debut, "The Motor Becomes My Voice" (2015), e o Thrash/Groove Metal do quarteto despertou muita atenção, recebendo várias menções nas listas de melhores álbuns e de revelação no ano passado, incluindo a 25º posição no portal Headbangers Latinoamerica. (read the english version)
Neste primeiro semestre de 2016, as boas notícias e novas conquistas continuam aparecendo, e a banda segue a divulgação do seu álbum, e para levar para vocês um pouco mais sobre a banda, o interessante título do CD, curiosidades sobre a produção e lançamento do álbum e outros assuntos, conversamos com Gabriel Sernaglia (guitarra e vocal), que nos contou mais a respeito desses assuntos, e muito mais, onde podemos decifrar mais a respeito da força motriz que move o quarteto Maverick! Confira!
RtM: Para início de conversa, gostaria
de saber como vocês avaliam até agora os resultados obtidos com o seu debut,
"The Motor Becomes My Voice".
Gabriel Sernaglia: Primeiramente, muito obrigado pela oportunidade Road to Metal, é um prazer!Acredito que a palavra certa para descrever é “Surpresa”, nos empenhamos muito desde o processo de composição até o resultado final do disco, porém mesmo que por dentro você almeje muito os resultados, você só acredita quando realmente os colhe, sabe? Tem sido tudo muito surpreendentemente positivo...
Gabriel Sernaglia: Primeiramente, muito obrigado pela oportunidade Road to Metal, é um prazer!Acredito que a palavra certa para descrever é “Surpresa”, nos empenhamos muito desde o processo de composição até o resultado final do disco, porém mesmo que por dentro você almeje muito os resultados, você só acredita quando realmente os colhe, sabe? Tem sido tudo muito surpreendentemente positivo...
RtM: Foi muito legal você terem o álbum
incluído em 25º na listagem dos 250 principais lançamentos de 2015, no portal
Headbangers Latinoamerica, além de ser citados como revelação e em listas de
melhores álbuns em vários sites especializados. Certamente são conquistas que
devem ter rendido mais frutos para a banda, estou certo?
GS: É exatamente esse tipo de coisa que a gente não espera!Isso tudo foi muito surreal cara, chegamos a pensar que tinha sido erro do estagiário saca?(risos)
GS: É exatamente esse tipo de coisa que a gente não espera!Isso tudo foi muito surreal cara, chegamos a pensar que tinha sido erro do estagiário saca?(risos)
Mas agora falando sério, tem
rendido muitos frutos, graças ao “The Motor Becomes My Voice”, nós fomos
finalmente ouvidos, entramos em campo sabe? Realizamos o sonho de abrir um show
do mestre “Max Cavalera” com o Soulfly, recebemos o convite para tocar em um
dos mais conceituados festivais do Brasil, o “Roça ‘n Roll” em Varginha – MG,
vamos abrir pro Krisiun em junho também... Tudo isso graças a repercussão do
álbum.
RtM: Falando em reconhecimento, e aproveitando o link, vocês
tiveram a oportunidade de abrir para o Soulfly em Ribeirão Preto SP, dia 09/04,
contem pra gente como foi esse show?
GS: Foi fantástico, tínhamos uma missão
importantíssima a cumprir, abrir o show de uma das maiores bandas da historia
do metal e fazer valer a oportunidade que nos foi entregue pela produção e por
todos os votos que recebemos na fase de seleção…Foi o nosso primeiro show em
Ribeirão Preto, fomos muito bem recebidos pelo público presente, acredito que
fizemos valer a pena, saímos de cabeça erguida e com as melhores histórias
possíveis para contar! Nunca vamos esquecer essa noite!
RtM: "...É minha voz pela sua voz, é o grito que as palavras não podem descrever!", assim diz uma das frases da faixa título. Contem-nos um pouco mais a respeito do recado que a banda quer passar com a letra dela, e também sobre o título do álbum, que é diretamente ligado ao nome da banda.
RtM: "...É minha voz pela sua voz, é o grito que as palavras não podem descrever!", assim diz uma das frases da faixa título. Contem-nos um pouco mais a respeito do recado que a banda quer passar com a letra dela, e também sobre o título do álbum, que é diretamente ligado ao nome da banda.
GS: “Motor Becomes My voice” apesar de ser
a última a ser composta, acabou sendo a faixa título. Foi nossa maneira de
expressar determinação, se você tem uma causa pela qual valha à pena lutar,
você deve fazer isso com tudo o que tem, procurar seu ponto de equilíbrio e
partir pra cima do seu objetivo. Nós relacionamos com a nossa causa e o nosso
tema o motor se tornando a nossa voz. Seria expressar através da banda o que
muitos de nós não temos coragem de dizer, não aceitar condições miseráveis que
muitas vezes nos são impostas diariamente, mesmo que pra isso tenhamos que
incitar uma revolução.
RtM: Vocês poderiam falar um pouco mais
do Thrash Metal do Maverick? Percebi nas primeiras audições que possui bastante
groove, tem aquela influência do Thrash moderno, vi algo de Pantera e Sepultura
aí, com a diferença que é mais voltado aos riffs e levadas, não tendo muito
espaço para solos. Como vocês foram lapidando essa identidade e quais as
influências principais da banda?
GS: Na verdade, desde que começamos a
compor, não tínhamos exatamente um estilo, uma linha específica a seguir dentro
do Metal, os sons foram surgindo naturalmente, acredito que acabamos
reproduzindo a nossa versão da mistura que são nossas influências, sobre a
questão dos solos, tanto eu (Gabriel Sernaglia) quanto o Caio (antigo
guitarrista) éramos “Riffeiros”, e meio que quisemos explorar ao máximo essa
questão dos riffs, naquele momento não sentimos uma real necessidade de
introduzir muitos solos. Sobre as influências, como temos gostos bem
diferentes, vou citar as influências em comum, basicamente são Sepultura,
Pantera e Claustrofobia.
RtM: E sobre o processo de composição do
álbum? Quanto tempo vocês levaram para conceber o debut? Vocês já tinham tudo
composto e fizeram alguma pré-produção antes de decidir ir para o estúdio e
registrar o trabalho?
GS: Nós formamos a banda em 2011, mas somente no final de 2012/começo de 2013 que conseguimos formação estável e a partir daí começamos a compor aos poucos e de forma experimental. Quando começamos as gravações em Outubro de 2014 já tínhamos todos os sons prontos, e não passamos pelo processo de pré-produção e optamos pelo Studio Atthena’s, em Poços de Caldas MG, pois tivemos ótimas referências do trabalho do Adilson Garcia, que gravou, mixou e masterizou o álbum, nós já o conhecíamos há algum tempo, e as referências se consolidaram, ficamos muito contentes pelo resultado, ótimo profissional. Então, desde o início das gravações até o CD em mãos demoramos cerca de 10 meses.
GS: Nós formamos a banda em 2011, mas somente no final de 2012/começo de 2013 que conseguimos formação estável e a partir daí começamos a compor aos poucos e de forma experimental. Quando começamos as gravações em Outubro de 2014 já tínhamos todos os sons prontos, e não passamos pelo processo de pré-produção e optamos pelo Studio Atthena’s, em Poços de Caldas MG, pois tivemos ótimas referências do trabalho do Adilson Garcia, que gravou, mixou e masterizou o álbum, nós já o conhecíamos há algum tempo, e as referências se consolidaram, ficamos muito contentes pelo resultado, ótimo profissional. Então, desde o início das gravações até o CD em mãos demoramos cerca de 10 meses.
RtM: E a oportunidade da parceria com a
Shinigami Records para o lançamento do álbum? Que aliás, é um selo que tem
lançado muitos álbuns de Metal nacional. Como chegaram a essa parceria e se
vocês estão satisfeitos com ela?
GS: A Shinigami Records literalmente
“Caiu do céu” para nós, de início, entramos em contato com eles em busca de um
serviço que eles oferecem de “Assessoria de Prensagem”, onde eles cuidam de
toda a parte burocrática da prensagem do disco, mas nada além disso. Quando
enviei a master pra eles, o William, que é o proprietário, ouviu o álbum, gostou
muito e nos ofereceu a oportunidade de ter o nosso debut lançado pela Shinigami
Records, que acredito eu, foi o primeiro grande passo para nós, pois já
acompanhávamos os lançamentos da gravadora e sabíamos do grande alcance que o
trabalho deles proporcionaria. Grande gravadora, é uma honra muito grande
trabalhar com eles.
RtM: É muito legal também a arte da capa, então gostaria que vocês comentassem também sobre ela. E a parte gráfica é muito importante, a apresentação, uma capa bem feita, para chamar a atenção, causar uma boa impressão.
RtM: É muito legal também a arte da capa, então gostaria que vocês comentassem também sobre ela. E a parte gráfica é muito importante, a apresentação, uma capa bem feita, para chamar a atenção, causar uma boa impressão.
GS: Foi mais um desafio pra nós, com a
gravação, estávamos praticamente zerados financeiramente, então decidi chamar
essa responsabilidade e desenvolvê-la. A arte simboliza “caveiras mecânicas
gritando”, tive a ideia quando a faixa título estava sendo composta e ouvi o
trecho: "as peças foram escolhidas cuidadosamente... o que estamos construindo
aqui é a minha voz pela sua voz, é o grito que as palavras não podem
descrever..."
Por que caveiras mecânicas? Além de
fazer analogia direta ao nome da banda, por ter esse lado "mecânico,
motorizado", ainda passa a sensação direta da perda de sensibilidade crescente
que a humanidade vem sofrendo, que é um dos principais temas que abordamos no
álbum. Estamos nos tornando cada vez mais mecânicos.
RtM: Que legal Gabriel, foi uma ideia bem interessante! Achei também interessante a decisão de disponibilizar o álbum inteiro para audição na net, e vejo muitas bandas fazendo isso, afinal, impossível um álbum não ser encontrado para download hoje na rede, então, o público que gostar do som, vai adquirir o álbum original. Sabemos que a internet tem esses dois lados, mas é um veículo incrível de divulgação, principalmente para novas bandas, então aos poucos o mercado e as bandas foram, e continuam, se adaptando e criando novas formas de conviver com esta realidade. O que vocês pensam a respeito? Para as bandas underground é algo que tem mais prós do que contras pela questão da divulgação?
RtM: Que legal Gabriel, foi uma ideia bem interessante! Achei também interessante a decisão de disponibilizar o álbum inteiro para audição na net, e vejo muitas bandas fazendo isso, afinal, impossível um álbum não ser encontrado para download hoje na rede, então, o público que gostar do som, vai adquirir o álbum original. Sabemos que a internet tem esses dois lados, mas é um veículo incrível de divulgação, principalmente para novas bandas, então aos poucos o mercado e as bandas foram, e continuam, se adaptando e criando novas formas de conviver com esta realidade. O que vocês pensam a respeito? Para as bandas underground é algo que tem mais prós do que contras pela questão da divulgação?
GS: Temos exatamente a mesma opinião, é
impossível que não se encontre pra download, e porque alguém compraria algo de
que nunca se ouviu falar? A nossa principal intenção desde o início era atingir
o maior número de pessoas possível e continua sendo, disponibilizar o álbum
para audição nesse caso era imprescindível. Temos que nos habituar com o que a
atual situação nos disponibiliza, e acredito que no contexto de divulgação os
prós são infinitamente maiores. Hoje em dia, muita gente não tem nem onde ouvir
um CD físico, eu mesmo não tenho CD Player, e mesmo assim quando curto
determinado som, não deixo de adquirir o material e percebo que funciona assim
pra muita gente também, pois a venda desse material nos shows continua sendo
muito legal, já fora desse ambiente, são raras.
RtM: O que vocês gostariam de acrescentar para as novas composições, ou seja, em que almejam evoluir para os próximos trabalhos, ou pontos que gostariam de fazer de diferente do debut?
RtM: O que vocês gostariam de acrescentar para as novas composições, ou seja, em que almejam evoluir para os próximos trabalhos, ou pontos que gostariam de fazer de diferente do debut?
GS: Pretendemos seguir a mesma
estrutura, porém torná-la mais complexa. Para o próximo trabalho temos dois
fatores que vão influenciar muito nessa complexidade, o fato da experiência no
estúdio, buscando uma pré-produção, que até então nunca tínhamos sequer entrado
em um antes de gravarmos, e a entrada do César na guitarra, que é um guitarrista
muito virtuoso e de perfil completamente diferente do meu, ele já é mais
voltado para a questão dos solos e as primeiras experiências de novas
composições tem sido muito legais!
RtM: Aproveitando que tocamos na questão de evoluir, buscar um trabalho mais complexo, gostaria de saber sua opinião sobre o que uma banda precisa buscar para conseguir se destacar no
cenário, em uma cena tão concorrida, e ter também uma longevidade?
GS: Acredito que é o que todos que
temos esse sonho estamos a procura dessa resposta... Procurar uma nova fórmula,
algo que ainda não foi explorado,trabalhar sempre com a questão de ser
verdadeiro, fazer de verdade, trazer do fundo da alma, primeiramente se
encontrar pra depois se expor sabe? Longevidade, acredito que se deva a união
entre a banda, enxergar esse contexto como uma família e ao mesmo tempo como uma
empresa, em minha opinião, se não houver união, provavelmente os dias estarão
contados.
RtM: E quais foram os maiores desafios
encontrados pela banda até agora?
GS: O maior desafio se deve a questão
financeira, é tudo muito caro no Brasil, desde o básico para se tocar, que são
seus instrumentos pessoais, passando pela produção de material, até a
divulgação do mesmo. Para uma banda que está começando no Underground, se você
conseguir zerar os gastos com o retorno já é considerado bem sucedido, e
não deveria ser assim né? E essa questão financeira, muitas vezes as próprias
bandas contribuem para que continue assim; principalmente não valorizando o
próprio trabalho e se sujeitando muitas vezes a tocar de graça, isso é
inadmissível, pois se você, em primeiro lugar não se valorizar, ninguém vai.
RtM: E a principal motivação em formar e
manter uma banda de Metal, diante das sabidas dificuldades?
GS: A motivação maior é o
reconhecimento, por exemplo, estar nas listas de melhores do ano que já foram
citadas acima, ou quando você fica sabendo que estão falando bem do seu
trabalho, principalmente quando não é diretamente pra você; outro exemplo é ser
convidado para um entrevista muito legal como essa da Road to Metal, são
detalhes que realmente fazem a diferença e te mantém de pé, mesmo diante a
todas as dificuldades.
RtM: Obrigado Gabriel, que bom que curtiu a entrevista, também gostei bastante de saber um pouco mais do seu trabalho e suas ideias, agradecemos a
oportunidade, e fica o espaço para sua mensagem aos leitores e aos fãs da
banda! Parabéns pelo trabalho, e sucesso para vocês nos próximos desafios!
GS: Nós é que agradecemos o convite e o
interesse no nosso trabalho, muito obrigado e muito sucesso, contem sempre com
o nosso motor!
Aos leitores e aos nossos amigos, apoiem e acreditem no que nasce no quintal de casa também, o metal nacional é muito promissor, mas precisa de cada um de vocês, diga não as panelas, as competições entre bandas, as comparações desnecessárias, não façam da verdade de vocês a verdade de sites de “metal-fofoca” ou de “youtubers sabe tudo”, procure, conheça, forme a sua própria opinião, às vezes a retórica convence, mas ela não é necessariamente verdadeira.
Acenda dentro de vocês o espírito de rebeldia e questionamento do Rock n' Roll outra vez, as bandas estão aí, lutando e lutando muito por uma cena melhor. Juntos temos certeza que seremos sempre mais fortes.
Aos leitores e aos nossos amigos, apoiem e acreditem no que nasce no quintal de casa também, o metal nacional é muito promissor, mas precisa de cada um de vocês, diga não as panelas, as competições entre bandas, as comparações desnecessárias, não façam da verdade de vocês a verdade de sites de “metal-fofoca” ou de “youtubers sabe tudo”, procure, conheça, forme a sua própria opinião, às vezes a retórica convence, mas ela não é necessariamente verdadeira.
Acenda dentro de vocês o espírito de rebeldia e questionamento do Rock n' Roll outra vez, as bandas estão aí, lutando e lutando muito por uma cena melhor. Juntos temos certeza que seremos sempre mais fortes.
UNIÃO e HUMILDADE sempre!
Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Arquivo da banda
Maverick é:
Gabriel Sernaglia: Guitarra e Vocais
César `Perdão: Guitarras
Lucas Silva: Baixo
Gustavo Polississo: Bateria
Assessoria: Metal Media
Assessoria: Metal Media
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