Começar esse texto com as
palavras de Josh Homme - Queens of The Stone Age/Kyuss
“A melhor banda que já ouvi na minha vida!”
Realmente faz todo sentido, pois
durante a apresentação, Ozo (baixo e voz) e Dango (guitarra), núcleo principal
e remanescentes desde o início da formação, confirmaram a fama de que, ao vivo,
a banda se destaca pela execução de qualidade e vivacidade de atuação. A
energia sonora e performance que a banda possui em cima do palco realmente é algo
que me deixou hipnotizado.
Mas vamos lá, pois a estreia do
Truckfighters em Porto Alegre, na quarta-feira (18/05), no Obra Club, veio com
a carga de peso que se espera do trio sueco. Mas, o caminhão desgovernado,
abastecido com graves inflamados, passou pela capital gaúcha com velocidade
acima da média. Foram apenas cinco músicas, algo em torno de 33min, de acordo
com um videomaker que registrou toda a apresentação. O motivo da correria foi
porque a banda tinha de embarcar para o Uruguai, onde continuaria a tour pela
América do Sul, logo após tocar. O evento estava previsto para iniciar,
originalmente, às 20h, com dois grupos fazendo a abertura: Muñoz (MG) e Cattarse
(RS). Porém, desde o dia anterior aos shows, a organização usou as redes
sociais para avisar que o horário seria antecipado e que a atração principal
tocaria entre os conjuntos brasileiros, com previsão de dar os primeiros
acordes às 20h.
Contudo, o cronograma alternativo
para facilitar a viagem dos Truckers não funcionou como o previsto. Algo que
estamos acostumados de presenciar em shows pequenos de bandas locais, que
muitas vezes é usado para “esperar público”, porém não foi esse o caso, já que o
Truckfigthers não é uma banda local e o público já estava em peso desde cedo
esperando a abertura da casa. A Muñoz, primeira banda da noite, deveria iniciar
os trabalhos às 18h40min, e subiu ao palco só depois das 19h30min, pouco após a
abertura da casa. O duo entrou em cena com o público ainda chegando no espaço
para mostrar seu stoner blueseiro à base de bateria, guitarra e voz. No começo,
a dupla não chamou tanto a atenção, talvez pelo frenesi da entrada ou os
contratempos de atraso. Só que, na sequência, com sons mais arrastados e/ou com
groove extra, mostrou-se interessante. O set dos mineiros durou até umas
20h20min. Logo que a Muñoz anunciou o fim do repertório, enquanto recolhiam
seus equipamentos, os próprios músicos da Truckfighters entraram no palco para agilizar
o início da performance.
Em menos de 10min, lascaram “Mind
Control” e começaram a jornada por uma estrada de riffs consistentes, batidas
concisas e graves intensos. As músicas escolhidas para a ocasião foram
pinçadas, basicamente, do disco mais recente (“Universe”, de 2014) e do
primeiro álbum (“Gravity X”, de 2005). O show seguiu com “Monte Gargano”,
“Manhattan Project” e “The Chairman”, faixas que mostram a versatilidade do
Truckfighters com partes mais pegadas, outras mais lentas, momentos de instrumental
lisérgico e, até, e as clássicas que caracterizam o gênero de stoner rock. Foi
então que anunciaram a última música, seguido com o espanto da galera que
estava sedenta por mais riffs e pedradas stoner, eis que rolou a clássica
“Desert Cruiser”, composição que abre o primeiro registro dos caras e das que
causa mais agitação na plateia.
Mesmo com o tempo restrito, eles
não perderam a oportunidade de instigar a plateia e até ensinar expressões em
sueco. Ao encerrar o espetáculo, aparentemente com pressa, o trio botou a mão
na massa novamente para otimizar a desmontagem. Na pista, a choradeira em razão
do pouco tempo de show dividia espaço com reclamações pela falta de cerveja na
casa, que precisou de alguns minutos para repor o estoque.
Logo após a Cattarse, trio
porto-alegrense formado em 2013, já tem certo prestígio no cenário
independente, fechou a noite, com uma performance impressionante, segurando o público
até o final e com uma interação que não se vê muito em bandas locais. No meio
de seu repertório já estão presentes músicas do seu 2° álbum, que está para ser
lançando em breve.
Enfim, foi uma noite incrível que
quem esteve presente não vai se esquecer, tanto pela energia e um show
destruidor dos “Trucks”, quanto pelo gostinho de quero mais, afinal, foi a primeira
vez da banda com um show extremamente curto, parecendo mais repertório de banda
de abertura do que banda principal.
Cobertura por: Billy Valdez/Homero Pivotto
Fotos: Billy Valdez
Revisão/edição: Renato Sanson
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