sábado, 10 de dezembro de 2016

Cobertura de Show - Black Sabbath: O adeus dos mestres (28/11/16 - Porto Alegre - FIERGS)


Então no dia 28/11 Porto Alegre recebia o primeiro show da tour brasileira “The End” dos pais do Heavy Metal, o Black Sabbath. A expectativa era grande, mesmo tendo se passado apenas três anos de sua última vinda a capital gaúcha, até porque aquela seria a última chance de ver os mestres.

O local escolhido para o show, foi novamente a contestada FIERGS, mais precisamente o seu estacionamento como em 2013, mas deixaremos esses detalhes dentre outros pontos mais para o final.

Ao chegar no local boa parte do público já estava dentro do estacionamento que teve uma entrada tranquila e organizada, tanto na pista premium como na pista comum, a estrutura montada era magnifica, assim como a boa localização de banheiros e lanchonetes dentro do recinto. A parte destinada para pessoas com deficiência não era num ponto ruim, mas ficou de certa forma meio deslocada, sendo à direita do palco, não tendo uma ótima visibilidade como em 2013.

Uma grande expectativa que carregava comigo era sobre o show de abertura dos gaúchos do Krisiun, pois era a maior e melhor banda de Death Metal da atualidade fazendo história novamente, e passando um pouco das 19h30min os monstros Alex, Moyses e Max adentram o palco para uma verdadeira aula de Metal Extremo, com um som muito bem equalizado e sem falhas o Krisiun literalmente quebrou tudo, tendo o belo entardecer de Porto Alegre ao fundo.

Por se tratar de uma banda de Death Metal e tendo ali cerca de 30 mil pessoas, a grande maioria não os conhecia, mas muitos ficaram impressionados com o som veloz e pesado dos gaúchos e outros nem tanto, o que se pode notar uma certa divisão de opiniões, mas mesmo assim o Krisiun agitou a galera e cumpriu com sombras está abertura histórica em sua terra natal.

Se em 2013 o Megadeth foi a banda que acompanhou o Black Sabbath em sua tour, desta vez os escolhidos foram os americanos do Rival Sons, que confesso, a banda não me agrada, mas vinha carregada de bastante expectativa por boa parte do público.

E isso se provou assim que entraram em cena, com seu som bem calcado na escola Led Zeppelin, mas mostrando competência e energia, fazendo a felicidade de quem estava ali para vê-los também.

Eis então o grande momento, após a rápida desmontagem do belo palco do Rival Sons tudo estava preparado para receber as lendas Iommi, Butler e Ozzy e por volta das 23h a intro ecoava nos PA’s da FIERGS e uma bela introdução computadorizada surge nos telões (e dessa vez os telões laterais funcionaram, o que foi muito bom, já que em 2013 os mesmos não foram ligados), e em seguida e de forma bem despojada a banda surge para delírio dos presentes e logo de cara abrem o espetáculo com a antológica “Black Sabbath”, fazendo a alegria de todos.

A produção de palco era fantástica, assim como a bela bateria de Tommy Clufetos, que encarnou o espirito de Bill Ward nesses últimos anos que vem tocando com o Black Sabbath, tocando as composições de forma fiel, e sentando o braço sem dó em seu kit monstruoso.

 Tanto o som como a iluminação beiraram a perfeição e as imagens que se intercalavam nos telões eram muito bem sacadas, assim como a imagem em alta definição do show que facilitava a visão para os que estavam mais atrás.

A sequência com “Fair Wear Boots” e a inesperada “After Forever” foi de derramar lagrimas, assim como o ótimo entrosamento da banda, claro que Ozzy está cada vez mais debilitado e com sua voz bem enfraquecida, mas mesmo assim deu conta do recado e mesmo com um deslize aqui e ali mandou muito bem, sem contar que o Madman é um verdadeiro show-man tendo a plateia na mão a todo instante.

E clássicos foi o que não faltaram, como “Into the Void”, “Snowblind” ou ”War Pigs”, porém nas não tão clássicas assim para o grande público como as fantásticas “Behind the Wall of Sleep” e “Dirty Woman” era notável uma certa amornada nos ânimos onde só os que realmente “conheciam” cantavam e se emocionavam, pois, verdade seja dita, impossível não se emocionar com Tony Iommi fazendo o solo de “Dirty Woman”, épico no mínimo!

E falando no mestre dos riffs, dispensa qualquer comentário, sorridente do começo ao fim e despejando seus riffs monstruosos e seu solos marcantes, com um peso absurdo, mostrando todo o poder de sua superação mesmo enfrentando sua luta pessoal contra o Câncer, um verdadeiro Iron Man.

Em termos individuais é impossível não se impressionar com Geezer Butler, seu baixo estala como trovão e suas linhas deslizam ao meio da técnica apurada e do puro feeling, tocando como um garoto.

Para quem acompanhava os shows antes da tour no Brasil já sabíamos que o setlist da mesma era mais enxuto, mas quem se importa, em um show onde temos “N.I.B.” e logo em seguida “Rat Salad” onde imagens do Black Sabbath nos 70 surgiram, o que foi muito bacana, assim como o solo de bateria de Clufetos, que achei um pouco demasiado, mas que na verdade era um tempinho a mais para os velhinhos descansarem e voltarem para encerrar a noite, que ainda teve “Iron Man”, “Children of the Grave” (com Ozzy se perdendo no tempo no início, mas voltando e concertando) e “Paranoid”.

Vale ressaltar o momento em que Ozzy fez a apresentação da banda, e ao falar o nome de Iommi a comoção tomou conta de Porto Alegre, em uma saudação calorosa e ensurdecedora, simplesmente de arrepiar, assim como o final do show onde mais uma animação computadorizada invadiu os telões criando a imagem do “The End” enquanto a banda estava abraçada e se despedindo do público, que fez um grande show e que encerra um ciclo sem tamanhos para o som pesado, em um legado irreparável.

Questões adicionais:

Como mencionado anteriormente sobre a escolha da FIERGS para o show, não podemos deixar de falar sobre pontos já citados anteriormente em 2013, desde a má localização da mesma, que dificultou o acesso de todos, e também a saída tumultuada ao final do show, que infelizmente se torna uma péssima escolha para shows desse porte.

Outro ponto que chamou a atenção negativamente foi o preço abusivo das águas, cervejas e lanches, sendo de fato um desrespeito muito grande, pois se tratando de um show dessa magnitude muitos estavam na fila a dias, e você ter que pagar 10 reais em uma mísera garrafa de água é muita falta de respeito com o consumidor, que está ali já pagando um preço exorbitante no ingresso.

E fechando e explicando aos nossos leitores, infelizmente os veículos de imprensa não tiveram a aprovação da produtora para fotógrafos, sendo que fomos orientados pela mesma a não levar nenhum tipo de máquina fotográfica, pois estava proibido tirar fotos ou fazer filmagens.

Mas o que pergunto é: como proibir algo desse tipo no mundo atual em que vivemos onde um simples celular já é melhor que muita máquina fotográfica? Ok, respeitei tal decisão, mas vi muitas pessoas lá dentro tirando fotos com maquinas semiprofissionais, mas se era proibido acredito que isso não poderia acontecer né?


Devido a isso, infelizmente nossa resenha não terá imagens, mas no mais agradecemos a parceria e o credenciamento.


Cobertura por: Renato Sanson


Setlist:
Black Sabbath
Fairies Wear Boots
After Forever
Into the Void
Snowblind
War Pigs
Behind the Wall of Sleep
N.I.B.
Rat Salad (e solo de bateria)
Iron Man
Dirty Women
Children of the Grave

Bis:
Paranoid 

Um comentário:

Micael Machado disse...

Parei de ler no "a estrutura montada era magnifica, assim como a boa localização de banheiros e lanchonetes dentro do recinto". Pior local para shows de Porto Alegre, acesso e saídas horríveis, palco muito baixo, som bosta... Um local assim não será magnífico nunca!