quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Blues Pills: "Holy Moly!" é Irrepreensível e Pulsante

 

Após uma edição ao vivo do seu segundo disco, sai finalmente "Holy Moly!". O Blues Pills como sempre não decepciona. Fazem uma revisitação decente apropriando-se de algumas tendências do r&b contemporâneo num psycho blues ocultista anos 70. Acresceram peso e  ampliaram as possibilidades harmônicas. "Holy Moly!" continua seguindo a risca o que apresentaram desde o início, sem perder o capricho. 

Elin Larsson ostenta versatilidade, canta com bastante garra músicas roqueiras, noutras situações assemelha-se a cantoras de soul e blues. Os instrumentistas também aparentam maior experiência, estão um passo à frente dos grupos stoner padrões. Não hesitam em mesclar o hard psicodélico a direções soul e mais pop sem diluir a força da sua música. 

As escolhas de timbres e arranjos são outro destaque de Holy Moly. Essa liberdade em cruzar certas barreiras impostas no rock psicodélico da atualidade, se assemelha muito mais ao pensamento dos grupos originais. 

Em "Proud Woman", Larsson puxa algo de Aretha Franklin e desdobra isso numa linha de spiritual. "Low Road", outra arrasa quarteirão, soa similar a uma versão metalizada de "Dignitaries of Hell" do Coven. "Dreaming My Life Away", mantém a força do disco, com Larson trazendo seu lado Jinx Dawson. 

"California" é uma balada blues cravada de power chords robustos e vibratos lacrimejantes na guitarra do novo dono das 6 cordas do BP,  Zack Anderson, enquanto Elin  puxa seu lado bluesy até soltar agudos potentes na voz. 

"Rhythm in the Blood", realça a qualidade do baterista André Kvarnström iniciando a música num ritmo marchado, depois aplica boas viradas e síncopes dentro da ideia básica. Lembra muito o Ram Jam e também entraria com facilidade no set dos seus contemporâneos Rival Sons. 

"Dust" soa um jazz blues estilo Ella Fitzgerald caso fosse coverizado pelo Black Sabbath no começo de carreira. A cantora continua a contrariar o clima lúgubre ao aplicar fúria na hora de cantar. O solinho sinistro e backing vocals sampleados dão um toque extra.   

Vale citar a balada soul "Wish I’d Known" de nuances gospel; "Bye Bye Birdie", presenteando o ouvinte com um solo muito legal e bateria potente e "Song From A Mourning Dove" um slow blues extremamente passional. 

"Holy Moly!" é um disco irrepreensível, as faixas apesar de apresentarem proximidade, valorizam algum ponto, mudam a ênfase e a vocalista mantém as faixas pulsando todo o momento com sua voz cheia de rompantes.

Texto: Alex Matos (Canal Rock Idol)

Edição\Revisão: Carlos Garcia

Selo: Nuclear Blast Records  (Lançamento no Brasil via Shinigami Records)

Tracklist:

01. Proud Woman

02. Low Road

03. Dreaming My Life Away

04. California

05. Rhythm In The Blood

06. Dust

07. Kiss My Past Goodbye

08. Wish I’d Known

09. Bye Bye Birdy

10. Song From A Mourning Dove

11. Longest Lasting Friend


 Blues Pills é:

Elin Larsson – vocals, backing vocals

Zack Anderson – guitar

André Kvarnström – drums

Kristoffer Schander – bass

 

 Blues Pills Youtube

      

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