Matéria por: Renato Sanson
Segundo os cientistas a idade
entre 30 – 39 anos é considerado o auge de um ser humano, pois nesta etapa
muitos já conseguiram sua estabilidade financeira e profissional, galgando
passos maiores para demais conquistas e sucesso.
Chegando nesta faixa de idade
temos três clássicos atemporais do Heavy Metal mundial, são eles: “Kill ‘Em All” (37 anos), “Ride the Lightning”
(36 anos) e “Cowboys From Hell” (30 anos).
Venho aqui expressar a minha
opinião de o porquê esses grandes discos do Metallica e Pantera
mudaram o rumo do som pesado, trazendo novas perspectivas e esperanças a esse
estilo que tanto amamos. Mas não só
isso, mas a minha visão como fã e o quanto me impactou musicalmente ao ouvi-los
com os meus saudosos 15/16 anos (já me sinto o velho
hehehehe).
Renato Sanson com as três perólas que revolucionaram o Heavy Metal |
O ano era 2003 e a estava na reta
final do Ensino Médio, nessa época já me debandava para o mundo do Heavy Metal,
o Rock em si pouca coisa me atraia, mas o som mais extremo me caia muito bem
aos ouvidos. Não sei se era por questão da idade e toda aquela vibe de “true”, que todos passam, mas neste
período o som mais melodioso que eu escutava era Iron Maiden e Rush.
Já conhecia o Metallica e tinha em minha coleção –
pasmem – o “ReLoad” (presente da minha querida Vó em um dos meus aniversários)
que por mais que eu goste muito desse álbum, eu o escutava e ficava aquele
gosto de “esses caras podem fazer melhor
que isso”, e obviamente o deixava de lado, até o momento em que escutei
diretamente de uma fita k-7 o grandioso “Kill
“Em All” e ali tive aquele misto de sentimento, onde a agressividade se
entrelaçava com boas melodias e vocais extremamente esganiçados, além da
bateria (que acabou transformando o Lars em meu
baterista preferido, hahaha, hoje nem anto), tínhamos as linhas de baixo
monstruosas de Cliff Burton fazendo minha cabeça explodir com tanta informação
em um único disco.
Acabou não sendo diferente com “Ride The Lightning”, pois após aquele
choque de realidade eu fui atrás de todo o passado do Metallica, e ao escutar o disco da “cadeira elétrica” – como eu e meus amigos o batizamos – tive o primeiro
contato com a evolução de um estilo e banda, o Thrash continuava ali, mas as
melodias mais sofisticadas e acessíveis se faziam presentes, com uma maturidade
musical estupenda.
O início de uma nova era |
Os anos 70/80 estavam tomados
pelo Hard Rock, Heavy Metal Tradicional e a onda Punk continuava crescendo,
porém em San Francisco viria a tomar conta do mundo com a chamada Bay Area, e o primeiro nome a se
destacar foi o Metallica que de fato
junto ao Exodus (sim, vocês gostem ou não)
criavam um novo estilo, mais agressivo e rápido que o Metal Tradicional, letras
acidas e um estilo visual simples, mas que causava impacto.
25 de julho de 1983 nascia o primeiro álbum de Thrash Metal da
história – isso tudo porque o Exodus não tinha grana e
nem apoiadores para lançar o “Bonded By Blood” que estava pronto bem antes
– mudando para sempre os caminhos do Heavy Metal e consolidando um novo
movimento que mexeu eternamente nas estruturas musicais.
A evolução musical que já mostrava que seriam um dos maiores nomes do Metal |
Mas lembra aquela vibe “true” que muitos bangers ficam? O Metallica mostrou que não ficariam
nessa e evoluir seria necessário, então no dia 27 de julho de 1984 o mundo recebia “Ride the Lightning” e a consolidação que os americanos se tornariam
um dos maiores nomes da história do estilo, pois a maturidade musical foi
latente e o equilíbrio entre agressividade e melodia se encontraram de forma
sublime, o resto é história...
Se com 15 anos me impressionava
com o Metallica, com 16 tive uma nova perspectiva ao pegar em mãos o disco “Cowboys From Hell”, em uma época de
muitas descobertas e entendimentos sobre evolução e estagnação de estilos. Por
si só, o nome da banda já me atraia e me remetia a um som violento sem ao menos
ter escutado.
Se entendi a evolução de uma
banda com os dois primeiros álbuns do Metallica, com o Pantera entendi o que seria revitalização de um estilo, é verdade
que nos anos 90 o Thrash Metal estava sucumbido pelo o Grunge e as muitas das
bandas de Thrash estavam “suavizando”
a sua musicalidade em busca do mainstream e de
grandes contratos financeiros com gravadoras.
Mas aí o Pantera resolveu reescrever essa história, até então não pensada lá
nos idos dos anos 80, pois nessa época a sonoridade do grupo era voltada ao
Glam Metal, mas uma mudança brusca foi iniciada após a entrada do vocalista
Phil Anselmo, para no dia 24 de julho de
1990 nascer o animalesco “Cowboys
From Hell” e ganhar o mundo de todas as formas possíveis.
Revitalizando um estilo e mostrando novas alternativas para o mesmo |
Se minha cabeça quase explodiu
com as diversas informações contidas em “Kill
“Em All”, em “Cowboys From Hell”
fiquei meses pensando naquelas linhas de bateria, riffs, solos enigmáticos,
vocais insanos e melodiosos e um som de baixo que se cruzava enquanto Darrel
solava sem pensar que algum adolescente estivesse querendo tocar guitarra e
desistindo no mesmo momento ao escutar suas linhas (risos).
Três álbuns que mudaram a
história de formas diferentes, o Metallica
criando um estilo e evoluindo em cima do mesmo, já o Pantera, revitalizando o Thrash Metal e mostrando que é possível
agregar outras vertentes a sonoridade sem perder peso, agressividade e melodia.
Ambos ganharam o mundo com suas
ousadias musicais, e quem saiu ganhando com tudo isso foram os fãs, pois penso,
se o Metallica não tivesse lançado o
“Kill ‘Em All” certamente eu não
estaria aqui escrevendo essas linhas, assim como o Pantera não existiria e não teria a chance de mostrar as novas
alternativas para o Thrash Metal sem se vender e continuar agressivo, inquieto
e crítico.
Só tenho a dizer muito obrigado Metallica e
Pantera.
Um comentário:
Obrigada por compartilhar. Passa um filme na cabeça. São clássicos mesmo. 🤘
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