segunda-feira, 27 de março de 2023

Kamelot: "The Awkening" traz grandes momentos em meio a cancões "mais do mesmo"

 


Em seu novo álbum o Kamelot traz uma continuidade do que vinha fazendo nesta era com Tommy nos vocais, porém com um plus de qualidade com relação aos dois últimos trabalhos, com composições muito boas, mas peca por alguns excessos, o que torna certos momentos repetitivos, e cansativos, e não conseguiu manter a régua alta em todas as músicas de "The Awakening".

O início é excelente, com a grandiosa e empolgante "The Great Divide", precedida pela intro "Overture". Dinâmica, com melodias marcantes e base pesada, variações bem estruturadas e remete aos melhores momentos do Kamelot, com a dramaticidade característica.


A sequência com "Eventide" é ainda melhor, trazendo ótimas expectativas para o restante. Ela traz peso nos riffs e cozinha, destacando as belas melodias no teclado e um refrão marcante e melodioso. Tommy está mostrando mais de sua personalidade, parecendo mais solto. Esta é um bom exemplo de que valorizar mais as melodias e não encher demais as canções de elementos, pode ser bem mais positivo.

A seguinte, "One More Flag on The Groud" dá uma freada na empolgação, não que seja uma má composição, mas não traz nada muito memorável, e soa meio repetitiva.

"Opus of The Night (Ghost Réquiem)" eleva a régua novamente, com belos arranjos sinfônicos, grandes melodias vocais (inclusive backing vocais femininos que encaixaram muito bem no dramático refrão). Temos aqui a convidada Tina Guo (violoncelista talentosa, já conhecida por seus vídeos no YouTube, indicada a Grammy e elogiada por Hans Zimmer), que contribui com a dramaticidade da música,trazendo um algo a mais nos arranjos. Tina também participa da balada "Midsummer's Eve", que vem na sequência. Com arranjos suaves, mas que carece de ganchos memoráveis. 

Tina Guo, convidada especial, com seu talento destacado no cello

"Blood Moon" e "Nightsky", são ok, mas sem muito brilho, seguindo a linha Power Sinfônico. mas aquele porém de pecar em alguns elementos repetitivos, e não ter grandes ganchos. A primeira ainda traz uma batida e refrão bem "acessíveis".

"The Looking Glass" vem para trazer o sorriso novamente para o rosto, com uma melodia de teclado muito bonita e marcante, traz ótimas linhas de Tommy, cantando com muita personalidade e emoção. Ótimo exemplo de que os caras são ainda capazes de construir canções com melodias memoráveis.

Na sequência, "New Babylon", com Melissa Bonny (Ad Infinitum) como convidada nos vocais, chega com grandiosas orquestrações e arranjos vocais. Traz aquele ar de trilha sonora, dramaticidade e boas variações, inclusive tendo um trecho mais pesado e com vocais guturais. Instrumental intrincado, mas valorizando as melodias.


"
Willow" é uma balada sem grandes atrativos, outra que falta ganchos marcantes. "My Pantheon (Forevermore)" é a música com mais peso e agressividade do álbum, trazendo intervenções sinfônicas e melodias, certa dramaticidade, mas também carecendo de momentos memoráveis. Em contra partida, gostei da variação nos vocais de Tommy 

Fazendo um trocadilho infame, o novo álbum pode ter sido um despertar para o que a banda pode produzir de melhor, como em "The Black Halo" ou "Silverthorn", os destaques de "The Awakening" mostram isso. Creio que é um álbum que deixa os fãs, mesmo que alguns parcialmente, satisfeitos, e até gerando novamente interesse dos menos aficionados pela banda.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Lançamento Napalm Records/Shinigami Records 

Kamelot é:
Tommy Karevik: vocais
Thomas Youngblood: guitarras
Oliver Palotai: teclados
Alex Landenburg: bateria
Sean Tibbetts: baixo


TRACKLIST


1. Overture (Intro)

2. The Great Divide

3. Eventide

4. One More Flag In The Ground

5. Opus Of The Night (Ghost Requiem)

6. Midsummer's Eve

7. Bloodmoon

8. Nightsky

9. The Looking Glass

10. New Babylon

11. Willow

12. My Pantheon (Forevermore)

13. Ephemera (Outro)





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