sábado, 11 de março de 2023

White Skull: Renovado e Autobiográfico

 


Fundado em 1988, a banda italiana White Skull tem em sua dupla central Tony Fontò e Federica De Boni a sua grande força motriz, com o grupo tendo excelente repercussão com seus terceiro e quarto álbuns, "Tales From The North" e "Público Glory, Secret Agony", lançados em 1999 e 2000 respectivamente.

Por questões pessoais Federica teve que mudar-se para os EUA em 2001, deixando o WS, que seguiu lançando bons álbuns, tendo nesse período de 2001 até final de 2010 o Argentino Gus Gabarrò (2001 a 2007) e a italiana Elisa de Palma (2007 a 2010) nos vocais.

Apesar dos bons trabalhos sem Federica, com ela parece que a energia é outra, e o White Skull lançou 3 álbuns desde seu retorno, tendo um hiato relativamente grande entre os muito bons "Under This Flag" (2012) e "Will of The Strong" (2017). 

O terceiro álbum após o retorno de Federica foi lançado ano passado, "Metal Never Rusts",o primeiro pelo selo ROAR. O disco foi sendo concebido durante o período em que a banda estava trabalhando no livro sobre a sua história, o que inspirou-lhes a compor as músicas.

Portanto, após álbuns conceituais falando sobre os vikings, império romano, santa inquisição e outras lendas e fatos históricos, "Metal Never Rusts" tem como conceito a história da banda e devoção pelo Metal, e o título é muito adequado, demonstrando esse amor que eles possuem pelo Heavy Metal.

Na capa uma bela homenagem a frontwoman da banda, trazendo-a personificada como uma shield-maiden, afinal é uma guerreira do Metal e a figura central do White Skull, pois sem a voz dela a banda perde muita identidade.

"Metal Never Rusts" traz uma banda com energia renovada, e coloco o álbum logo abaixo dos seus dois melhores discos, o "Tales..." e o "Públic Glory...". A sonoridade traz as características que mais agradam aos fãs do grupo, e acredito que também agrade aos aficionados pelo Heavy Metal naquele estilo dos álbuns mais épicos do Grave Digger, por exemplo 

Liderado pela voz marcante, por vezes áspera, mas que também sabe andar por caminhos mais limpos, e cheia de energia de Federica, o White Skull nos apresenta um Heavy Metal com nuances épicas e sinfônicas e doses de Power Metal, tendo um uso bem dosado dos teclados, que neste álbum aparecem bem mais, e claro, o que não pode faltar num disco de Metal, um bom trabalho das guitarras, com riffs marcantes e bons solos, tendo boas doses de virtuose quando necessário. 

Nota-se o cuidado de ter riffs, melodias e refrãos marcantes, além de corais de vozes que dão aquele ar épico em várias passagens, juntamente com as melodias do teclado, que em alguns momentos traz uma característica mais sinfônica. 

Como ressaltei antes, "Metal Never Rusts" me remeteu aos melhores álbuns da banda, com um Metal que dosa muito bem velocidade, melodia e trechos épicos, com aqueles refrãos que ficam na mente. Bom, e a letra, assim como em todo o álbum, é de declarações de amor ao Metal, e de situações que a banda passou nesses anos de estrada. E o que Federica prega nesta letra é a pura verdade, quando tudo está uma porcaria, basta apertar o play e colocar um bom heavy metal pra rodar que a mente alivia.

"Skull in The Closet" é veloz, com os teclados aparecendo bastante e trazendo um ar bem sinfônico; "Black Ship", alterna peso e melodia entre passagens mais velozes e outras mais cadenciadas, com nuances épicas e medievais, e um refrão bem melódico e com aqueles coros de vozes, estilo Accept.

"Pay to Play" é um Metal direto e que dá uma cutucada num fato corriqueiro, que muitas bandas iniciantes ou que buscam se colocar melhor no cenário, se deparam, que é ter de pagar pra tocar abrindo algum show ou tour de bandas maiores. Tem até uma citação ao tema principal de "O Poderoso Chefão".

"Scary Quiet", alternando velocidade e melodia, traz a participação de Chris Boltendahl, que se tornou um grande parceiro da banda, inclusive produzindo e participando do "Tales From The North". Aqui ele e Federicam bradam que a vida no Metal é sempre alta e nos faz sentir completos. E fechando, a balada pesada e épica "Weathering The Storm".

O autobiográfico "Metal Never Rusts" traz o White Skull em uma excelente forma, tendo como leve diferença uma presença maior dos teclados, e traz ótimos momentos em um álbum carregado de energia metálica, com muito bom trabalho nos riffs e refrãos, e claro, e os vocais marcantes de Federica, que trazem muito do estilo de Boltendahl. Particularmente, amei o álbum, tendo o colocado na minha lista de melhores de 2022.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação e arquivo da banda

Banda: White Skull
Álbum: "Metal Never Rusts" (2022)
Estilo: Heavy Metal, Epic Metal, Power Metal
País: Itália
Selo: Rock of Angels Records

Tracklist

"Hammer On Thin Ice”

“Metal Never Rusts”

“Skull In The Closet”

“Black Ship”

“Heavily Mental”

“Scary Quiet”

“Ad Maiora Semper”

“Jingle Hell”

“Pay To Play”

“Weathering The Storm” 


White Skull é:

Federica Sister De Boni – Vocals

Tony Mad Fontò – Rhythm Guitar

Valentino Francavilla – Lead Guitar

Alexandros Muscio – Keyboards

Jo Raddi – Bass

Alex Mantiero – Drums


Convidados no Álbum:

Chris Boltendahl (Grave Digger) – Special Guest vocal em “Scary Quiet”

Marzia Fontana, Francesca Battistini, Irene Trinca, Fabio Simonato, Rossano “Ross” Casarin, Dario Cisotto, Edoardo “Dodo” Fusaro (background vocals)











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