Por Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas
Uma carreira solo que vem se consolidando e uma lenda viva do Black Metal mundial, tendo seu nome feito a frente da banda Immortal. Indo além, sendo a faceta dos mesmos. Esse é Olve Eikemo, mais conhecido como Abbath e que retornou a capital gaúcha após seis anos com sua carreira solo instigante e pulsante.
A turnê desta vez trazia o seu
terceiro disco à tona “Dread Reaver” e mostrando que sua força segue mesmo
longe do Immortal.
Tivemos uma sexta-feira chuvosa no
dia 17/11. Um clima cinzento e soturno combinando perfeitamente com a noite incrível
que iriamos presenciar (ou não).
As portas do Bar Opinião se abriram pontualmente às 19h30min e apesar de não termos um grande público (o que é uma pena, pois Abbath merecia muito mais) os fãs que chegavam ao local se demonstravam ansiosos em ver essa lenda novamente em solo gaúcho. Para muitos assim como eu, era a primeira vez que veríamos ao vivo a identidade própria do Immortal.
O belo palco montado com o logo
da banda a frente da bateria chamava bastante a atenção e as 21h as luzes se
apagam, as caixas de som gritam e os músicos entram em cena para delírio dos
fãs. Com Abbath sendo o último a adentrar ao caldeirão.
Na trinca inicial “Acid Haze”, “Dream
Cull” e “Hecate” o som não estava muito nítido, principalmente o microfone de
Abbath que não jogava para fora sua voz e em alguns momentos era possível ouvir só a bateria, mas que ao decorrer do show foi se
resolvendo. Algo que me chamou bastante atenção foi a boa receptividade de suas
músicas novas, com todos cantando os refrãos e batendo muita cabeça.
Particularmente gosto bastante desta nova fase do norueguês que continua sendo
um compositor de mão cheia.
O seu carisma é notável e poder vê-lo desferindo riffs cortantes e suas linhas vocais características já é o suficiente para ganhar os presentes. O legitimo frontman que não precisa interagir muito para soar carismático.
Mas falar de Abbath e não pensar
em Immortal seria uma heresia e para o deleite dos fãs mais old schools tivemos
em sequência “In My Kingdom Cold” e “Beyond the North Waves” transformando o
Bar Opinião em um verdadeiro inferno com muitos olhando fixamente não acreditando
no que estavam presenciando, a alma do Immortal tocando seus clássicos.
A ótima “The Artifex” surge ao
meio desse momento nostálgico e que abriu caminho para um dos maiores clássicos
do Immortal e uma das músicas mais incríveis do Black Metal, a monstruosa “One
by One” e é incrível ver Abbath disparando os riffs intrincados e cantando ao
mesmo tempo. Sensacional!
Tudo se encaminhava para mais uma noite épica, mas inesperadamente o show se encerra e deixa os presentes sem entender o que aconteceu, pois, ficou faltando muitas músicas do set. A banda nem ao menos se despediu com exceção do baterista.
Mais tarde foi apurado que Abbath vinha sofrendo com uma forte gripe o que impediu de continuar. Uma pena, já que os fãs saíram decepcionados por não poderem curtir o espetáculo completo.
Mediante a isto vale destacar os excelentes músicos
que acompanham Abbath, uma banda que soa incrivelmente poderosa ao vivo. Nada
mais justo para um ícone sagrado do Heavy Metal mundial.
Um ponto negativo (além do som) foi o excesso
de gelo seco e luzes vermelhas, o que dificultou em muito o trabalho dos fotógrafos. Era tanto gelo seco que até para nós que estávamos na pista próximo ao palco ficava meio
turva a visão. Além de atrapalhar para ótimos registros em fotos e vídeos.
Um show visivelmente mais curto do que nas datas anteriores na Argentina e Uruguai, mas não podemos negar que tivemos uma apresentação competente e empolgante mostrando que Abbath continua nos entregando música de muita qualidade com um show monstruoso para a sua base de fãs.
P/S: a banda de abertura Paganheart por motivos que desconhecemos acabou não realizando seu show.
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