Ano passado quando o Possessed se apresentou no Vip Station em SP, o vocalista lendário Jeff Becerra publicou nas suas redes sociais nossa matéria que fizemos aqui na Road to Metal, espalhando a consideração e o respeito que temos pelo maior representante vivo e criador do death metal do século XX. Esse peso histórico que a banda possui quando está em território brasileiro não passa só por uma atração do “feriado com a banda certa”, mas por serem criadores de uma técnica e jeito de tocar com letras hostilizantes que fez do Possessed uma lenda entre bandas, fãs e seguidores de todo mundo. Fizeram um show histórico! Nesse nessa única apresentação no Brasil, o clássíco disco da capa mais consagrada da história do death metal na carreira do Possessed foi tocado na íntegra: Seven Churches que completou 40 anos agora em 2025.
Antes do massacre sonoro, a abertura ficou por conta da banda Throw Me to the Wolves. Aparentemente novos na cena, mas com músicos experientes, o quinteto formado por Diogo Nunes (vocal), Gui Calegari (guitarra), Lucas Oliveira (guitarra), Rodrigo Gagliardi (baixo) e Maycon Avelino (bateria) flertavam entre a linha mais melódica do death metal e metalcore durante seu set, que incluiu “Fragment”, “Gates of Oblivion” e “Gaia”. Não foi uma banda que acompanhou o estilo clássico da banda principal, mas fizeram uma apresentação pontual e muito honesta. Vale destacar para som ao vivo, que usaram plugins de guitarra e baixo transmitidos direto nas caixas sem usar os amplificadores - o que não tirou o peso da banda.
Com um pouco de atraso mas casa lotada, Jeff Becerra é ovacionado ao entrar no palco e fez um show com voz 100% afiada para o repertório da noite - visto que ano passado seu vocal estava prejudicado pela extensa turnê sul americana e mudanças no clima - porém, desta vez e de forma exclusiva, conseguimos ouvir a intensidade, potência e o carisma com a energia de 17 anos de quando gravou seu primeiro disco. Abriram com “The Eyes of Horror” seguida de “Tribulation” e “Demon”, do espetacular último álbum disco de estúdio, Revelations of Oblivion (2019).
A sequencia mais esperarada estava pronto pra começar: “The Exorcist”, “Pentagram”, “Burning in Hell” e “Evil Warriors”, seguidas por “Seven Churches”, “Holy Hell”, “Satan’s Curse” e, pra fechar sem tempo pra respirar, “Death Metal”. É quase inexplicável sentir a banda tocar esse disco na sua frente de forma fiel, alinhado e com uma execução impressionante em todos os sentidos. Não havia nada de volume sobrando ou notas fora do tempo ou fora do compasso no contratempo. Todos os timbres de guitarra vindos do Marshall, solos de guitarra, a bateria muito bem equalizada, baixo pesado na cara e a ótima estrutura de som da casa deixou uma sensação de um show intimista onde a banda estava muito a vontade para tocar. Ainda tiveram gás para tocar “Grave” e “Swing of the Axe” do Revelations of Oblivion (2019). A sintonia com o público e a simpatia de Jeff Becerra, Daniel Gonzalez, Claudeous Creamer (que encontramos do lado de fora horas antes do show tirando fotos, conversando e bebendo com os fãs), Robert Cardenas e Emilio Marquez fazem do Possessed um patrimônio cultural histórico do metal.
Após o final do show, Jeff Becerra atendeu autógrafos e fotos com o público, totalmente agradecido pela noite que estivem em São Paulo. Mesmo com a data trocada do show, a sensação de sair do lugar é de sentir que algo está mais vivo do que nunca e pode-se começar tudo de novo. Esse é um exemplo de legado que o Possessed deixa para cena mostrando o quanto um clássico pode ser vivido, desafiado ao vivo e continuar emocionando o antigo e o novo público desse século e do século passado.
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