sábado, 1 de maio de 2010
Resenha de Shows: Dream Theater Pela Primeira Vez em Porto Alegre (Revisado)
Trata-se da resenha do show do Dream Theater já postada no blog no mês anterior (dia 09). A novidade são fotos exclusivas, cedidas por Fernando em seu Orkut, de Santa Rosa/RS, além de outras pessoas que disponibilizaram em locais restritos.
Costuma-se dizer que a primeira vez a gente nunca esquece. Com certeza os cerca de 5 mil fãs que compareceram no Pepsi On Stage em Porto Alegre no último dia 16 sabem que isso é a pura verdade.
Com uma espera de mais de uma década (desde que a banda passou a vir ao Brasil regularmente), a capital gaúcha pode ver os norte-americanos do Dream Theater, mestres do Metal Progressivo, na sua turnê Latina Americana do álbum “Black Clouds and Silver Linings” (2009).
A banda já havia tocado no México e Argentina quando chegou no dia 15/03 em Porto Alegre, para fazer na noite seguinte a primeira de quatro apresentações no Brasil.
Havia muita expectativa quanto ao set list do show, afinal, a banda também é conhecida por variar bastante seu set list de show para show. Boatos circulavam na fila de espera (este que escreve estava lá desde as 08:00 da manhã) de que a banda daria mais atenção ao novo lançamento, fazendo um set list mais curto que de costume (quem foi nos shows em Buenos Aires disse que não durou mais de 90 minutos cada).
Mas, antes do Dream Theater subir ao palco, a atração local de abertura Richard Powell chega com sua guitarra e virtuosismo (afinal, aquele era a noite do Progressivo). Tocando sozinho (utilizando playback dos outros instrumentos), já que por causa da outra atração de abertura não havia espaço para a banda completa, agradou satisfatoriamente aos fãs, especialmente ao dos chamados Guitar Heroes, lembrando a sonoridade de Joe Satriani. Para animar mais a apresentação, Powell fecha com Van Halen, para delírio dos fãs de plantão.
Pouco depois de sair, Bgelf entra no palco. Logo chamam atenção pela presença no palco de instrumentos antigos, incluindo um órgão e teclados de distorção.
Bgelf foi convidada especialmente pelo Mike Portnoy (baterista do Dream Theater) para essa turnê, sendo a primeira vez do lendário (mas pouco conhecido) grupo de Rock progressivo montado ainda na década de 80 na Califórnia, EUA.
Muitas pessoas não conheciam a banda, mas saíram satisfeitas e impressionadas com a presença de palco especialmente do vocalista e instrumentista Damon Fox, que, além de cantar com uma vocalização forte e bem pegada, também “viajou” com a psicodelia que conseguiu produzir no palco (sem falar na cartola que usou durante o inicio e fim do show).
Mas o restante da banda não deixa a desejar e tocam clássicos da carreira, como “Evil Rock and Roll” e “Blackball” (essa pedida em coro por quem conhecia a banda).
Se mostraram bastante receptivos e ganham a platéia, inclusive o vocalista brincando com as meninas e filmando as 5 mil pessoas gritando o nome da banda. Com certeza, depois dessa noite, uma grande parcela que não conhecia a banda irá tentar ouvi-la em casa.
É chegada a hora quando a Bgelf sai do palco. Depois de alguns minutos enquanto a equipe do Dream Theater desmontava os instrumentos da banda de abertura, começou-se a ouvir uma artista cantando acusticamente “As I Am” e “Pull Me Under”, clássicos do grupo que estava para subir ao palco. Foi de arrepiar os fãs cantando junto frase por frase, para espanto dos rodies e da segurança.
Começa a rodar uma abertura com música clássica, e quando podíamos ver a sombra dos músicos e seus instrumentos atrás do pano do palco, a galera vai a loucura quando este cai e a banda toca “A Nightmare to Remember”, primeira faixa do último álbum. O som do público estava ensurdecedor, enquanto Portnoy ficava de pé e cumprimentava o público.
Outro estouro quando da chegada de James LaBrie (vocal) cantando os primeiros versos. Com a disposição já conhecida da banda, John Myung (baixo) estava à esquerda do palco, à frente de Jordan Rudess (teclados), enquanto John Petrucci (guitarra) ocupava o lado oposto e James corria pelo palco, chegando muito perto do público várias vezes.
Enquanto os telões (um da cada lado do palco e outro ao fundo) mostravam a banda e cenas da produção, o grupo continua com “A Rite of Passage”, seguindo o previsto de que a banda estaria tocando mais músicas do novo álbum.
Interessante como o público em geral sabia cada letra dessas músicas, mesmo o álbum sendo recente, o que demonstra o carinho e admiração que os músicos tem aqui no Brasil.
Quando as caixas de som começam a tocar os sons saídos do teclados de Rudess e um solo atmosférico de Petrucci, muitos sentem que aí vem um dos maiores clássicos da banda: “Hollow Years” (do álbum de 1997 “Falling Into Infinity”) ecoa por todo o Pepsi On Stage, e James retorna ao palco com seu banquinho enquanto canta.
Vi gente chorar nessa canção e que com certeza foi um dos pontos altos do show, inclusive com o grupo mudando alguns acordes e o pré-refrão, em relação ao original do disco. Com essa, começa a enxurrada de surpresas.
A banda entra quebrando tudo com “Constant Motion” (do álbum “Systematic Chaos” de 2007), mostrando que o Pepsi On Stage tem estrutura para suportar o show do grupo, já que o áudio estava perfeito, todos os instrumentos eram audíveis.
Quando Rudess novamente puxa (após um solo curto e intenso, seguindo uma animação nos telões do “Mago Jordan”) para mais um clássico, seu teclado anuncia “Erotomania”, uma das grandes surpresas da noite, canção essa instrumental do disco “Awake” (1994). A galera enlouquece e não é pra menos. Uma parada na parte final da música dá um clima de expectativa, eu acreditando que o grupo iria realizar apenas um Medley de clássicos. Mas me engano e eles continuam com a canção, emendando com “Voices”. Assim, tivemos uma dobradinha do disco de 1994, o que foi uma grande surpesa, mesmo a banda já tendo tocado elas nessa ordem em outras turnês.
O vocal de James está impecável e a impressão que tínhamos era de estar vendo um DVD do grupo, tamanha a técnica de seus membros e qualidade de som e imagem do show.
O teclado de Rudess denuncia que mais uma grande surpresa se fará. James começa a cantar “Where did We Come From?”, e foi de arrepiar o dueto entre os dois e a interpretação emocionante do vocalista nessa bela canção do álbum “Scenes From a Memory” (1999). “The Spirit Carries On” não era esperada por ninguém e um clima calmo toma conta de todos, pessoas com as mãos levantadas, balançando de uma lado para o outro, enquanto um jogo de luzes azuis tomava todo o lugar, e o telão passava cenas de um céu azul.
Após essa, um mini-trecho inicial de “Metropolis” e a banda começa “As I Am”, música que se tornou um dos clássicos da banda (do disco “Train of Thought”). Incrível como o público em geral queria essa canção, mas muitos acreditavam que não veriam a banda tocando-a, já que em Buenos Aires optaram por “In The Name of God”, do mesmo álbum.
O público cantando a canção era ensurdecedor, e no refrão a voz de James simplesmente sumia perante as milhares de vozes que critavam “Take Me As I Am”.
Outra surpresa foi a banda tocar um medley de “Pull Me Under” e “Metropolis”, ambas do segundo álbum da banda, “Images and Words” (1992), primeiro com o atual vocalista. Aqui o Pepsi On Stage foi ao chão, afinal, dois dos maiores clássicos do Metal Progressivo de todos os tempos eram executados pela primeira vez em Porto Alegre.
Ao fundo, cenas de uma cidade, de alguma metrópole enquanto a banda mostra que sabe fazer um show eletrizante, calando a boca de quem esperava calmaria.
Sabíamos que o show estava chegando ao fim e o desejo de que a banda voltasse para um bis tomou conta de todos quando estes de despedem e saem do palco.
Logo, a banda retorna e os dedilhados inicias de “A Count of Tuscany”, faixa que fecha o álbum de 2009 é ouvida. Foi de arrepiar e os seus mais de 19 minutos (a versão ao vivo foi maior devido aos solos mais extensos), afinal, trata-se de mais um clássico e, para este que escreve, a melhor faixa do último trabalho do Dream Theater.
Repete o fato de todos estarem cantando a música e, certo momento, tudo se apaga e Rudess traz a atmosfera seguida de Petrucci que com sua guitarra prepara o terreno para a passagem acústica da música, de arrepiar e ali posso dizer que me emocionei, tamanha a majestade que estava vendo ao vivo.
Ao término da canção, a banda se despede, sendo muito ovacionada, assim como eles ovacionam ao público, numa clara demonstração de humildade e gratidão nessa terra em que tocam pela primeira vez e que só sabe agradecer a oportunidade de tê-los nessa noite que será para lembrar a vida toda.
Stay on a Dream
Texto: EddieHead
Fotos: Fernando
Set List Dream Theater
A Nightmare to Remember
A Rite of Passage
Hollow Years
Constant Motion
Erotomania
Voices
The Spirit Carries On
As I Am
Pull Me Under/Metropolis
A Count of Tuscany
Marcadores:
2010,
Dream Theater,
Metal Progressivo,
Resenha de show
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário