quinta-feira, 13 de maio de 2010

Matéria Especial: Black Sabbath Completa 4 Décadas - Parte II


Com apenas dez anos de carreira, muito reconhecimento e turnês por toda a Europa e América do Norte, o Black Sabbath se vê num impasse: continuar com nova formação, tentando não errar novamente com as gravadoras e emresários, ou dar por finalizada a história dessa banda, como outras bandas fizeram (vide o Led Zeppelin e sua carreira precoce).

Mas Iommi, Geezer e Ward resolvem seguir em frente sem Ozzy e encontam no jovem mas já conhecido vocalista Ronnie James Dio o substituto ideal.

Dio é um norte-americano que começou sua carreira ainda nos anos 60, cantando em alguns projetos de bandas, até cantar e tocar baixo no Elf, grupo que conseguiu certa notoriedade. Porém, seu maior reconhecimento foi ser vocalista da nova banda de Richie Blackmore após este sair do Deep purple, o Rainbow.

Com essa banda, gravou quatro álbuns que o colocaram como uma das revelações do Rock mundial. Porém, como se tratava mais de um grupo de Blackmore do que de qualquer outro membro, Dio acaba aceitando o convite e ingressa no Black Sabbath em 1979.

Como lenda pouca é bobagem, não se sabe ao certo se Dio foi convidado a se retirar do Rinbow e estava desempregado e acabou se oferecendo ao Sabbath para ser vocalista, ou realmente Iommi e companhia apostaram em trazê-lo a banda.

Mas, de qualquer modo, o Black Sabbath estava completo de novo e logo de cara Dio fica responsável por todas as letras do novo álbum que sairia em 1980 “Heaven and Hell” (confira resenha neste blog).

Esse álbum foi um estrondoso sucesso e um dos melhores discos da história do Heavy Metal, sendo lembrado e louvado até hoje como um dos melhores discos de toda a carreira da banda e o melhor trabalho de Dio de sempre.

É desse álbum “Neon Knight”, que abre o dsico com sua rapidez e peso. “Children of the Sea” apresenta a banda de volta a atmosfera obscura, com teclados perfeitos, dedilhados no mesmo nível de Iommi e o vocal melódico de Dio.

Mas, com absoluta certeza, o maior petardo do álbum e um dos grandes clássicos do Metal é “Heaven and Hell”. E faixa-título é simplesmente perfeita e mostra o velho Sabbath de volta, mas agora com os pés nos anos oitenta sem ser uma cópia de si mesmo, ao mesmo tempo que não a vergonha dos últimos dois discos.

Esse é um álbum só com clássicos, destacamos também “Lady Evil” (ritmo contagiante), “Die Young” (que ganhou um video clip) e a obscura “Lonely is the World” que fecha o álbum.

A banda volta ao topo do Metal, com suas turnês ao longo dos continentes e levando milhares de fãs aos shows. A recepção ao novo vocalista foi ótima e mesmo as músicas da fase Ozzy eram cantandas com tamanha habilidade que já não se falava mais na volta de Ozzy a banda.

Um ano depois, o segundo disco dessa nova fase é lançado. “Mob Rules” (1981) segue a mesma linha do disco anterior, novamente Dio o dono das letras. Porém, a maior mudança foi a saída de Bill Ward ainda na turnê do disco anterior e a entrada do amigo de Dio Vinnie Apice para as baquetas.

A recepção ao novo membro também foi boa, mesmo com um estilo diferente do anterior, a banda ainda mantinha sua proposta de som e o novo disco foi um sucesso, contendo grandes músicas como a faixa-título “Mob Rules”, “Turn Up the Night”, que abre no mesmo ritmo que “Neon Knights”, mas menos pesada. Também é de se tirar o chapéu “The Sign Of The Southern Cross”, uma das baladas do disco cuja atmosfera é perfeita, do jeito que a banda sempre soube fazer. Agrada muito “Country Girl”, “Slipping Away” e “Falling Off the Edge of World” que é de arrepiar.

Mais uma turnê de sucesso se segue e nesse período circula pelo mundo um ao vivo gravado na turnê do quarto disco da banda. Assim, como retaliação, a gravadora passa a gravar vários shows do grupo na turnê norte-americana e lança em 1982 o primeiro ao vivo oficial da banda, chamado apropriadamente “Live Evil” (confira resenha neste blog).

Nesse ao vivo encontra-se os maiores clássicos do grupo, mesmo que outros tenham ficado de fora. Porém, a produção não é lá essas coisas e antes do lançamento, Dio se desintende com Iommi por este acusá-lo de ter mexido na mixagem para deixar sua voz mais alta, e acaba pedindo demissão e leva consigo Apice. Iommi foi acusado por Dio de que queria deixar sua guitarra mais alta que os demais instrumentos. É o fim provisório dessa nova e promissora fase da banda.

Porém, segundo entrevista recente de Iommi, na verdade, não se sabe até hoje quem alterou o material no estúdio, dando a entender que houve um desentendimento por outras causas e o fato da produção não ser grande coisa acabou levando a culpa.

Talvez tanto quanto com a saída de Ozzy (que estava fazendo muito sucesso na sua carreira solo), o mundo metálico toma um choque com a saída dos dois novos integrantes e a incerteza de continuação do grupo no mesmo nível. Dio inicia sua carreira solo ao lado de Apice em 1983 e durante toda a década de 1980 lançaria grandes discos de Heavy Metal. A banda Dio continua a gravar e excursionar até 2008.

Porém, como a banda é cheia de surpresas, uma notícia abala as estruturas da música quando Ian Gillan, que havia deixado o posto de frontman do lendário grupo Deep Purple, é anucniado como o terceiro vocalista do Black Sabbath.

Muito grande era a curiosidade para saber como se daria o novo vocalista que cantava num grupo basicamente diferente do sabbath. Além disso, para completar as boas notícias, Bill Ward retorna a banda alegando que não perderia a oportunidade de tocar ao lado de Gillan.

É assim que em 1983 sai o 11º disco de estúdio do Black Sabbath: “Born Again”. O disco é o legítimo paradoxo: ou se ama ou se odeia. Muitos passaram a dizer que aquilo não era Sabbath, nem Purple. Outros pensam ser um dos pontos mais fortes da carreira da banda sem Ozzy ou Dio.

Para quem vos escreve, o disco é muito bom. Realmente diferente, mas afinal, estavam com os dois pés nos anos 80. Gillan está cantando mais agressivamente, com mais vocais “gritados”, Iommi capricha nos sintetizadores e no peso das guitarras, seguido da dupla Geezer e Ward.

Destaques do disco para “Thrashed” (maior clássico dessa fase da banda), “Zeto the Hero” (estranho, mas único), “Disturbing the Priest” é pesada e caótica, de assustar em se tratando da banda (curta s gargalhadas de Gillan) e “Hot Line”, com uma pegada mais dançante. As demais podem passar desapercebidas.

Como se pode ver, a banda conseguiu um meio acerto pelo menos com esse grand nome junto ao grupo. Entretanto, com a volta do Deep Purple, Giallan deixa a banda sabática e volta aos coloridos clássicos do Purple, deixando o posto de vocalista do “almadiçoado” Sabbath sem ninguém, novamente. Em 13 anos de existência, quatro vocalistas e dois bateristas.

Ward sai no meioda turnê, novamente, e Bev Bevan o substitui por algum tempo, e o Sabbath apssa pelo seu pior momento.

O Fim Inevitável

Sem conseguir dar continuidade a banda, pressão dos empresários que sugeriam vários nomes, Iommi e banda se separam. É o fim do Black Sabbath. Imaginem o baque que isso causou na cena fonográfica da época.

Sem compromisso com a banda, iommi resolve lançar um dsico solo. Porém, como confusão pouca é bobagem, o dsico sai como um lançamento do Sabbath, tal qual aconteceu com o Kiss quando os quatro membros lançaram discos solos com o logo do Kiss.

“Seventh Star- Black Sabbath featuring Iommi” (1986) é, declaradamente, um disco solo. Para os vocais, mais um ex-Deep Purple (e Trapeze), Glenn Hughes, Eric Singer (ex-Kiss e Alice Cooper) na bateria, Geoff Nicholls nos teclados e o baixista Dave Spitz.

Pela primeira vez desde o inicio da banda, Iommi se vê sozinho. E gostou. Tanto que anos depois, lançaria mais dois discos com Hughes nos vocais.

Voltando ao disco, “Seventh Star” é a coisa mais estranha da banda, tanto que não deveria realmente levar o nome do grupo. Não que Hughes não cante muito, aliás, talvez desse certo (como provou ao gravar em 2005 com Iommi novamente) como vocalista oficial da banda. Singer também não decepciona, mas Spitz faz um trabalho pobre, assim como Iommi.

Como video promocional, é escolhido “No Strange to Love”. Música bonita de ouvir e tal, mas uma vergonha no nível do Iommi. O clip também é um dos mais ridiculos da história do Rock.

Do disco, apenas se salva a faixa de abertura, “In for the kill”. Com o fracasso, Iommi e a gravadora decidem voltar com o Sabbath.

E o Sabbath Respira...

Para sorte dos fãs, agora a escolha de vocalista e da sonoridade traz um Black Sabbath revigorado. Não mais como nos anos 70, mas isso jamais voltaria a acontecer.

Com a saída de Hughes, com problemas nos vocais, Ray gillen, outro desconhecido, grava o disco de volta da banda. Porém, por motivos internos, deixa o grupo e é substituído por Tony martin, que regrava o álbum que viria a sair em 1987 com o nome de “The Eternal Idol”.

Ao lado do novo vocalista, Eric Singer é oficializado no grupo nas baquetas, ao lado de Bob Daisley (que gravou com Ozzy os clássicos dois primeiros discos do Madman) no baixo, mantendo Nicholls nos teclados.

Embora o disco não seja um grande trabalho, é, ccom certeza, uma maneira do grupo respirar e voltar à vida nessa segunda metade da década de 80, década essa muito turbulenta para os ingleses.

A escolha de Martin foi eprfeita. O cara possui um vocal único, que chegou a ser equiparado a Dio em qualdiade. Além disso, também particpou ativamente das gravações, mostrando ser membro da banda e não apenas um contratado.

Iommi voltou a tocar o que lhe é destinado. Nada de blues nas músicas, e a volta do lado sombrio da banda, especialmente na faixa-título. Destaques para “The Shining” (com video clip), que Martin mostra seu alcance vocal. Também “Lost Forever” e “Hard Life to Love” merecem atenção especial.

A banda volta com uma turnê apenas européia, retomando parte do terreno perdido, já que faziam 4 anos que não lançavam nada.

Mas é com o disco “Headless Cross” (1989) que o Black Sabbath deslancha mais uma vez. A faíxa-título é um dos maiores clássicos da banda, Martin detonando novamente, Iommi tirando da guitarra seus melhroes riffs em muitos anos. O disco é recheado de ótimas canções, como “Devil & Daughter”, “Whe Death Calls” (clima perfeito e um desfecho marcante) e “Black Moon”.

A formação mudou novamente nesse disco (há grupo com maior quantidade de mudança que o Sabbath?). Laurence Cottle toma conta do baixo no disco, e Singer sai para a entrada de Cozy Powell, que também ajuda a produzi o disco ao lado de Iommi. Nicholls permanece e faz um belo trabalho.

O disco marca também, pela primeira vez desde 1982, a permanência do mesmo vocalista em dois álbuns consecutivos. Convenhamos que já é uma grande evolução que se repetiria no ano seguinte.

O 14º disco da banda é “TYR” (1990) marca a mesma formação, com a participação nas gravações de Neil Murray (ex-White Snake), que substituiu Cottle na turnê anterior.

Esse disco prova que a banda estava indo de vento em poupa. Embora o título do dsico não tenha muito à ver com a temática que o Sabbath costuma usar (Tyr é um Deus da Mitologia Nórdica), o dsico é muito bom.

Não tem como não curtir e se arrepiar logo de cara com “Anno Mundi”, clima obscuro e peso de volta. “Jerusalem” traz uma das melhroes performances de Martin, que inclusive regravou a faixa em um dos seus discos solos. Não posso deixar de citar “The Sabbath Stones”, outra com a marca da obscuridade característica da banda.

Aqui temos uma das baladas mais interessantes da banda. Falo de “Feels Good To Me” (que ganhou video clip), é contagiante e tem um riff matador de Iommi.

“Vahalla” é ótima, melhor ainda “Heaven in Black”, que fecha o disco deixando a certeza de que, finalmente, o Black Sabbath encontrou um vocalista fixo e que iria dar continuidade ao legado dos pais do Metal.

Porém, como veremos na terceira parte dessa matéria especial, novamente o barco balança e as ondas dos anos 90 irão trazer boas e péssimas notícias aos fãs.

Aguarde!

Stay on the Road

Texto: EddieHead

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