quarta-feira, 10 de junho de 2015

Entrevista/Resenha - Black Oil: Levando Com Muito Orgulho o Nome do Brasil Mundo Afora

Read the English version HERE

Lea la versión española AQUÍ


O que mais me impressiona no Heavy Metal em si é a qualidade e diversidade que o underground apresenta, pois surgem bandas a todo instante, e algumas com qualidade ímpar, não tendo medo de ousar e de mesclar estilos.

Este é o caso da banda californiana Black Oil, que chega em 2015 com seu segundo trabalho, intitulado de “Resist to Exist”.


Para quem não sabe o Black Oil é liderado pelo guitarrista brasileiro Addasi Addasi, que colocou ótimos elementos latinos na sonoridade da banda, como o mesmo explica:

A música brasileira é muito rica e tem muitos músicos e bandas realmente foda no Brasil, que precisam de mais espaço e respeito. Todo lugar que o Black Oil toca o pessoal respeita e gosta muito da pegada brasileira, tento fazer tudo sem exagero, temperamos as composições com ritmos brasileiros e deixamos nossa identidade.”  

Essa musicalidade brasileira aliada ao Thrash, Death e Groove Metal, mostra um som explosivo e contagiante, além da mensagem de revolta e revolução que o disco passa.

Este álbum foi escrito durante momentos importantes de "revolução" pelo mundo, a maioria das músicas estão em base do que estava e continua acontecendo no Brasil, México, Palestina… Na verdade está é a maneira que nós temos de gritar para todo mundo, que tem muita coisa errada acontecendo e chegou a hora de mudar.


E essa mensagem é claramente explicita em cada composição, como é o caso de “Rise Up”, “Callate” (que conta com a participação do renomado baixista Tony Campos e do monstro das baquetas Aaron Rossi), “Combustion” (que conta com a participação do músico brasileiro Silvério Pessoa, mestre em ritmos nordestinos) onde apresentam riffs potentes e de fácil assimilação, com a boa mescla entre Thrash/Death/Groove aliado a musicalidade latina, não deixando a técnica de lado, mas mostrando muito feeling.

“Resist to Exist” ainda conta com as participações de Ricardo Vignini (violeiro brasileiro e produtor musical), o boliviano Hector Guerra (estudioso de ritmos latinos), Zero (conhecido pelos seus trabalhos com o trio de Hip Hop El Vuh), e do baterista Raymond Herrera (ex-Fear Factory, ex-Asesino e ex-Brujeria).

No álbum tem muita gente bacana tocando e produzindo, todos fizeram um grande trabalho, demorou um pouco para gravar alguns convidados pelas turnês de cada um com suas bandas, mas no final deu tudo certo e já estou preparando o próximo disco que também contará com alguns convidados.

Agradeço muito a participação de cada um: Tony Campos, Aaron Rossi, Hector Guerra, Zero El Vuh, Ricardo Vignini, Silvério Pessoa, Raymond Herrera, Rick Piveta, Rodney de Asis, Mosquito Capoeira... Aos amigos na produção Cristian Machado, Logan Mader e Erik Reiches.


A sonoridade moderna que permeia o álbum é de muito bom gosto, assim como a produção, que deixou tudo extremamente pesado e agressivo, soando simples, mas muito eficiente.

E nesse emaranhado de influências e modernidades, a musicalidade latina é um dos pontos altos, principalmente nos refrãos de algumas faixas, que mesclam o português e espanhol, mas trazendo o mesmo significado das palavras, algo diferente e muito interessante, o que deixa a mensagem de revolução e revolta ainda mais latente.


Addasi comenta esta peculiaridade da banda e diz que foi algo natural nas composições:

Surgiu tudo naturalmente, especialmente morando aqui na Califórnia que se fala muito espanhol misturado com inglês, e também pelas raízes latinas do Black Oil.

E deu certo, a galera curte muito essa mistura de inglês e espanhol, inglês e português e até mesmo portunhol.


De fato, o Black Oil mostra muita personalidade e uma sonoridade abrasiva, cheia de vida e porque não, um suspiro de vida nova para o Heavy Metal. Uma pena muitas pessoas não olharem para o underground e enxergarem como temos excelentes bandas que nos rodeiam e fazem a diferença.

De quebra, o Black Oil gravou o primeiro clipe de divulgação de “Resist to Exist” para a faixa “Callete”, que conta com a participação de Tony Campos e Aaron Rossi (no clipe também), em uma faixa forte e instigante, que de fato é o carro chefe do trabalho.


Não deixe de conhecer mais está excelente banda do underground, que leva com muito orgulho para o mundo toda sua latinidade e paixão pelo Brasil.


Resenha/entrevista por: Renato Sanson


Tracklist:
01 Rise Up
02 Justified
03 Callate (feat. Tony Campos / Aaron Rossi)
04 Exoskeleton
05 Combustion (feat. Silvério Pessoa)
06 Revolution (feat. Raymond Herrera)
07 Stand Against Everything (feat. Hector Guerra / Zero / Ricardo Virgini)
08 Paper Slave


Formação:
Mike Black (Vocal)
Addasi Addasi (Guitarra)
Drew Petropoulos (Baixo)
Aaron Rossi (Bateria)


Acesse e conheça mais a banda:


Nenhum comentário: