Read the English version HERE
Lea la versión española AQUÍ
O que mais me impressiona no Heavy Metal em si é a qualidade e
diversidade que o underground apresenta, pois surgem bandas a todo instante, e
algumas com qualidade ímpar, não tendo medo de ousar e de mesclar
estilos.
Este é o caso da banda californiana Black Oil, que chega em 2015
com seu segundo trabalho, intitulado de “Resist to Exist”.
Para quem não sabe o Black Oil é liderado pelo guitarrista
brasileiro Addasi Addasi, que colocou ótimos elementos latinos na sonoridade da banda, como o mesmo explica:
“A música brasileira é muito
rica e tem muitos músicos e bandas realmente foda no Brasil, que precisam de
mais espaço e respeito. Todo lugar que o Black Oil toca o pessoal respeita e
gosta muito da pegada brasileira, tento fazer tudo sem exagero,
temperamos as composições com ritmos brasileiros e deixamos nossa identidade.”
Essa musicalidade brasileira aliada ao Thrash, Death e Groove
Metal, mostra um som explosivo e contagiante, além da mensagem de revolta e
revolução que o disco passa.
“Este álbum foi escrito
durante momentos importantes de "revolução" pelo mundo, a maioria das músicas
estão em base do que estava e continua acontecendo no Brasil, México,
Palestina… Na verdade está é a maneira que nós temos de gritar para todo mundo,
que tem muita coisa errada acontecendo e chegou a hora de mudar.”
E essa mensagem é claramente explicita em cada composição, como
é o caso de “Rise Up”, “Callate” (que conta com a participação do renomado
baixista Tony Campos e do monstro das baquetas Aaron Rossi), “Combustion” (que
conta com a participação do músico brasileiro Silvério Pessoa, mestre em ritmos
nordestinos) onde apresentam riffs potentes e de fácil assimilação, com a boa
mescla entre Thrash/Death/Groove aliado a musicalidade latina, não deixando a
técnica de lado, mas mostrando muito feeling.
“Resist to Exist” ainda conta com as participações de Ricardo
Vignini (violeiro brasileiro e produtor musical), o boliviano Hector Guerra
(estudioso de ritmos latinos), Zero (conhecido pelos seus trabalhos com o trio de
Hip Hop El Vuh), e do baterista Raymond Herrera (ex-Fear Factory, ex-Asesino e
ex-Brujeria).
“No álbum tem muita gente
bacana tocando e produzindo, todos fizeram um grande trabalho, demorou um pouco
para gravar alguns convidados pelas turnês de cada um com suas bandas, mas no
final deu tudo certo e já estou preparando o próximo disco que também contará
com alguns convidados.
Agradeço muito a participação
de cada um: Tony Campos, Aaron Rossi, Hector Guerra, Zero El Vuh, Ricardo Vignini,
Silvério Pessoa, Raymond Herrera, Rick Piveta, Rodney de Asis, Mosquito
Capoeira... Aos amigos na produção Cristian Machado, Logan Mader e Erik Reiches.”
A sonoridade moderna que permeia o álbum é de muito bom gosto,
assim como a produção, que deixou tudo extremamente pesado e agressivo, soando
simples, mas muito eficiente.
E nesse emaranhado de influências e modernidades, a musicalidade
latina é um dos pontos altos, principalmente nos refrãos de algumas faixas, que
mesclam o português e espanhol, mas trazendo o mesmo significado das palavras,
algo diferente e muito interessante, o que deixa a mensagem de revolução e revolta ainda mais latente.
Addasi comenta esta peculiaridade da banda e diz que foi algo
natural nas composições:
“Surgiu tudo naturalmente, especialmente morando aqui na Califórnia que se fala muito espanhol misturado com inglês, e também pelas raízes latinas do Black Oil.
E deu certo, a galera curte muito
essa mistura de inglês e espanhol, inglês e português e até mesmo portunhol.”
De fato, o Black Oil mostra muita personalidade e uma sonoridade
abrasiva, cheia de vida e porque não, um suspiro de vida nova para o Heavy
Metal. Uma pena muitas pessoas não olharem para o underground e enxergarem como
temos excelentes bandas que nos rodeiam e fazem a diferença.
De quebra, o Black Oil gravou o primeiro clipe de divulgação de “Resist
to Exist” para a faixa “Callete”, que conta com a participação de Tony Campos e
Aaron Rossi (no clipe também), em uma faixa forte e instigante, que de fato é o carro chefe do
trabalho.
Não deixe de conhecer mais está excelente banda do underground,
que leva com muito orgulho para o mundo toda sua latinidade e paixão pelo Brasil.
Resenha/entrevista por: Renato Sanson
Tracklist:
01 Rise Up
02 Justified
03 Callate (feat. Tony Campos /
Aaron Rossi)
04 Exoskeleton
05 Combustion (feat. Silvério
Pessoa)
06 Revolution (feat. Raymond Herrera)
07 Stand Against Everything (feat. Hector
Guerra / Zero / Ricardo Virgini)
08 Paper Slave
Formação:
Mike Black (Vocal)
Addasi Addasi (Guitarra)
Drew Petropoulos (Baixo)
Aaron Rossi (Bateria)
Acesse
e conheça mais a banda:
Nenhum comentário:
Postar um comentário