Entrevista por: Renato Sanson
Em toda trajetória do MX a banda teve duas pausas, uma nos
anos 90 e outra no começo dos anos 2000. Mas é inegável a importância do MX
para o Thrash Metal nacional, sendo um dos pilares do estilo, e sempre
reverenciado fora do país. Mas o baterista Alexandre
Cunha comenta sobre estas pausas que na visão do mesmo não teve nada de
positivo.
“O MX teve períodos fora da
cena, a primeira ocorreu em meados de 1990 onde estávamos alcançando uma
posição de grande destaque, infelizmente no momento em que tínhamos tudo para
virar de forma forte isso aconteceu, não vejo nada de positivo nisso, foi uma
grande cagada, éramos imaturos demais. Depois disso a banda continuou sem estar
na ativa efetivamente apesar dos dois álbuns lançados em 1995 e 1998 só tocavamos
esporadicamente. Considero que nosso retorno mesmo foi no final de 2012.”
Antes
mesmo de lançaram um novo disco de inéditas, o MX colocou no mercado “Re-lapse”, que conta com regravações de
diversas épocas e Alexandre nos
conta como surgiu tal ideia:
“Eu lembro
que conversava com amigos e comentei sobre regravar as músicas antigas para
marcar a volta da banda, dar a oportunidade de quem não conhecia ver como eram
as músicas de 20, quase 30 anos atrás. Eu considero um ato de muita coragem,
regravar sem alterar as composições que foram feitas quando éramos quase
crianças, foi uma ousadia, e por isso acredito que foi tão bem aceito. O álbum
ficou bem legal e as músicas com uma qualidade melhor de gravação, o objetivo
foi alcançado.”
Mas ressalta que o vindouro novo álbum chegara com tudo.
“Finalizei agora em setembro a gravação de
bateria do novo disco, batera gravada em tempo recorde cerca de 4 horas
tocadas, tudo tocado, nada feito digitalmente, muito feliz com o resultado até
aqui. Esse álbum vai ser um divisor de águas para a banda, muito pesado, linhas
de voz, batidas, arranjos, muito acima de tudo que já fizemos. Vai ser um álbum
completo, podem esperar.”
Politicamente e economicamente nosso país vai de
mal a pior, mas que traz inspirações para compor segundo Alexandre:
“O momento do país
não é dos melhores, politicamente, economicamente, socialmente, poderíamos
estar vivendo num país melhor, mas aqui nada é fácil, culturalmente muita coisa
se corrompe, se destrói e o povo se vira pra sobreviver. Ironicamente falando o
único lado positivo que vejo é que sobra assunto e tema para compor,
infelizmente.”
E faz um pedido aos headbangers que não briguem por política:
“Gostaria de fazer um apelo aqui, deixem as diferenças políticas fora do metal,
não percam amigos por divergências políticas, não vale a pena, acreditem.
Respeitem para serem respeitados!”
Como citado anteriormente é inquestionável a
importância do MX ao cenário
nacional, mas algumas coisas mudaram desde sua volta à cena.
“Depois da volta oficial em 2012 estamos mais
maduros, é outra época e tivemos que nos adequar, como não poderia deixar de
ser. Os shows continuam com muita energia. Acredito que hoje vivemos uma fase
incrível e aposto muito no álbum novo que mostrará para que voltamos.”
E
aproveita o gancho para falar da importância da era digital na música:
“Sabemos que hoje é mais complicado as vendas
de CDs e LPs fisicamente, mas temos alcançado números expressivos com muita
aceitação. A importância das músicas e vídeos de forma digital é indiscutível,
e vamos fazer parte disso de forma mais forte.”
Falar de clássicos nem
sempre é fácil, como é o caso dos absolutos “Simoniacal” e “Mental Slavery”, Alexandre deixa claro que não mudaria
nada nas composições se pudesse voltar no tempo, mas sim acertaria outros
quesitos:
“Dois grandes álbuns sempre
citados entre os melhores já lançados no estilo aqui no Brasil, ambos já
tiveram vários relançamentos, os mais recentes em Digipack e LP, se eu pudesse
mudaria o tempo que tivemos para gravar que foi muito pequeno, a estrutura e
uma divulgação melhor, só isso, as músicas seriam aquelas mesmo.”
E
finaliza nos falando sua visão sobre o cenário underground e o que poderia ser
feito para fortalece-lo novamente:
“Apesar
de tudo que vem acontecendo na cena de uma forma não tão relevante, o MX sempre
é lembrado e chamado para shows, festivais inclusive fora do Brasil, não temos
ninguém correndo atrás disso, recebemos os contatos e não posso reclamar.
Concordo que poderia ser melhor, mas temos uma imensa quantidade de bandas,
vários estilos dentro do metal e isso logicamente segmenta a cena, não teria
como ser diferente. Acho que o público é a chave para melhorarmos cada vez
mais, temos que conquistar o público, senão nada sai do lugar. Aproveitando
para fechar gostaria de agradecer ao Road to Metal e Renato pela
grande oportunidade, estamos juntos nessa jornada, apoiando a cena e
respeitando os profissionais do meio e principalmente ao público que é o motivo
principal de tudo isso que fazemos. Um abraço a todos, aguardem nosso novo
lançamento que vai surpreender muita gente!”
Links:
www.bandamx.com.br
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