sexta-feira, 26 de abril de 2019

Hatomic: “[...]a música é muito maior do que ter uma banda só de mulheres ou homens...”


Entrevista por: Renato Sanson


A renovação no Heavy Metal é necessária, e não digo de criação de estilos ou alguma peripécia deste nível, mas sim de novos nomes que continuem o legado dos medalhões da cena. O underground respira e vai muito bem obrigado, já que o Brasil é um dos grandes celeiros do som pesado, e vindo de Caxias do Sul temos a excelente Hatomic, quarteto feminino que despeja seu Heavy Metal sem piedade e mostra a força dos novos nomes que estão surgindo.

A vocalista Jennifer Poletto nos conta um pouco da trajetória da Hatomic até o momento:

A Hatomic teve seu início em meados de 2017 partindo dos meus planos musicais e, logo depois, com a guitarrista Thais Dal Magro demos nossos primeiros passos nas composições. Sempre focadas em som próprio, cuidamos muito para que todas as músicas lançadas tenham sua devida importância. De lá até hoje conseguimos uma formação muito legal e que consegue trabalhar muito bem.

Sua musicalidade transita entre o Thrash e o Heavy Metal tradicional, mas com boas pitadas modernas o que deixa suas características mais latentes. Mas não foi um caminho tão fácil.

Quando comecei a estudar música senti que aquilo era muito maior do que eu e queria estar naquele meio, queria conseguir compor e estar em cima do palco passando a minha mensagem. Música é simplesmente uma das coisas mais importantes da minha vida e esse sentimento não para mais de crescer.

Desde meus primeiros meses de estudo tive bandas e fazia shows por Caxias do Sul e região, porém em todas as bandas que tive notava que faltava um pouco de comprometimento e administração. Muitas pessoas que tocaram comigo não estavam na mesma sintonia de levar a música como profissão para a vida toda. Foi neste ponto, depois de um recesso de bandas, que resolvi encabeçar um projeto e tomar as rédeas da situação. Afinal, se eu estou buscando algo não posso depender dos outros para dar o primeiro passo. Me sinto muito feliz por hoje estar ao lado de pessoas que se mostram firmes e fortes em busca de algo maior, a música.


Quando o processo de maturação de uma banda é ao natural, a fluidez é algo constante, o planejamento é necessário, mas quando estamos focados em algo muitas vezes não nos damos conta e de repente estamos com a formação certa ou quase lá. No caso da Hatomic não foi diferente e ser uma banda só de mulheres foi apenas um mero detalhe.

“O fato da banda ser composta apenas por mulheres não foi algo previamente planejado. Sempre curti a ideia de ter uma banda feminina e a Hatomic me proporcionou essa experiência maravilhosa. Porém a música é muito maior do que ter uma banda só de mulheres ou homens, o que quero dizer é que a Hatomic não se prende ao rótulo de “banda de mulheres”, mas sim ao sentimento que a música leva aos amantes das melodias.

Não é de hoje que as mulheres vêm dominando o Heavy Metal em si, se em outros tempos a resistência em aceitar era grande, hoje já temos uma nova realidade, não tendo essas barreiras, como nos comenta Jennifer:

Nunca sofremos nenhum tipo de ataque por ter integrantes mulheres. Preconceito é uma palavra que não faz parte do nosso repertório, afinal quem destrata uma banda apenas por ter integrantes mulheres é um grande babaca. Temos que colocar em destaque também a diferença entre preconceito e gosto musical, muitas pessoas podem não gostar do nosso som e isso é absolutamente normal, nunca vamos conseguir agradar a todos, porém quem está nos apoiando tem toda a nossa gratidão e respeito!


A Hatomic segue forte em suas composições para o vindouro lançamento e Jennifer nos fala um pouco mais desta expectativa e do Single de estreia, “Disorder”:

Disorder é nosso primeiro som, este que dá nome ao primeiro EP. Ele traz consigo uma letra bem reflexiva baseada na história da banda Pantera, uma de nossas influências, que trata sobre como pequenas atitudes podem mudar tudo ao seu redor. Desde os primeiros ensaios com essa música até sua gravação houveram vários ajustes, mas acreditamos ser um trabalho verdadeiro e temos muito orgulho dele.


Por ser uma banda relativamente nova, os shows ainda não apareceram com tanta frequência, mas as meninas já fizeram sua estreia nos palcos, onde participaram do Festival “Ladies In Black” na cidade de São Leopoldo no mês de março deste ano.

Foi simplesmente demais. A estreia da Hatomic nos palcos foi algo que ficará na nossa história para sempre, ainda mais por ser fora da nossa cidade natal (Caxias do Sul). Fomos muito bem recepcionadas pela galera e adrenalina correu solta.


2019 ainda nem chegou na sua metade e a Hatomic ainda tem muita estrada para percorrer e muito trabalho pela frente, já que as gravações de seu EP de estreia seguem a todo vapor.

Os planos para um futuro próximo é lançar nossa segunda música, “Trash”, com um clipe muito especial. Além disso estamos compondo e gravando as próximas faixas do EP “Disorder”, então podem esperar muito peso. Só ficar ligado nas redes sociais da banda que todas as novidades estarão lá!

Muito obrigada pela oportunidade e pelo espaço!

Hatomic é:
Jennifer Poletto - Lead vocals
Thais Oliveira - guitars
Dani Borges - drums
Bruna Cruz - Bass

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