terça-feira, 9 de abril de 2019

Cobertura de Show (30/03/19 - Porto Alegre/RS) - Black Label Society: São as águas de março fechando o verão”...



Pois mal o poeta sabia que, em 2019, quem fecharia o verão Porto Alegrense seria a horda fiel que segue o Lord Berzeker Zakk Wylde. Então eis que, no dia 30 de março de 2019, através das mãos da Liberation + Opinião Produtora, a Black Label Society desembarcou na capital do Rio Grande do Sul, para fazer o Bar Opinião ferver novamente.

A noite começou embalada pela gaúcha Rebel Machine. Nunca é uma tarefa fácil fazer o “Warm Up” para um colosso que está por vir. A conterrânea, composta por Marcelo Pereira (vocal), Murilo Bittencourt (guitarra), Marcel Bittencourt (baixo) e Chantós Mariani (bateria) pisou no palco exatamente às 19 horas e teve uma complicada missão para resolver, mas o cozimento de palco mostrou o real motivo da banda estar lá naquela noite. Na “Don't Tell me I'm Wrong”, a presença do baixo preencheu qualquer espaço vazio que houvesse no Opinião. “Down the Road” arrancou fists in the air da galera e trouxe à tona o espirito da banda: rebeldia sem conformismo.

Após Chantós disparar um coeso solo de bateria, rolaram os agradecimentos da noite (nós é que devemos agradecer, por vocês. Obrigado!). E com lenha máxima na fornalha a Rebel Machine, orgulhosamente, botou todo mundo pra banguear. Vocativos de indignação e protestos, além de uma porrada sonora no crânio, foram os ingredientes básicos que a banda utilizou para aquecer a noite. De alma lavada, a Rebel Machine batizou o palco e se retirou, humilde e cordialmente, ao som de palmas, para que os reis da noite pudessem assumir.

 “Square One” e a “Full Throttle” estarão no segundo álbum, que deve ganhar vida em maio de 2019.

Setlist:
-Don't Tell me I'm Wrong
-Down the Road
-Square One (novo single)
-Run Away
-Full Throttle
-Life is Fuckin'Good


Se a Black Label Society fosse um lutador de Boxe, eu arriscaria dizer que ela entrou no ringue (Bar Opinião) trocando rápido “jogo de pés” e desferiu um Jab de direita certeiro, que quase acertou a multidão em cheio. Digo “quase” pois, quando Zakk assume o vocal do primeiro som da noite, a “Genocide Junkies” já havia sido reconhecida pela galera, que acompanhou uníssona. “Foi por pouco!”.

O mais interessante é que antes da banda entrar no palco, a turba foi recepcionada por um “medley” (apelidado de Whole Lotta Sabbath) que se inteirou por fragmentos, sobrepostos dos hinos: Heaven and Hell + Wholla Lota Love + War Pigs. Conseguem imaginar? Pois é, deveriam estar lá para ver os arrepios que o medley arrancou da galera.

Desse ponto em diante foi uma sequência sonora que fez valer cada centavo do ingresso, desde “Funerall Bell” até “Suicide Messiah” (quando o roadie assume o megafone no refrão).


Um dos destaques da noite, que não pode deixar de ser notado é o agigantamento de Zakk Wylde. Primeiro como guitarrista, pois é sonoramente claro o quanto ele está melhor a cada performance. Segundo como Frontman. Apesar de poucas falas, apesar de poucos gestos, a cada interação com o público ele conseguia arrancar o máximo de expressão da galera. Frequentou a “velha escola” e sabe muito bem o que fazer quando o “PA” é acionado.

Entre trocas de guitarras, outro detalhe impressionante percebido foi a coesão da banda. A BLS atualmente se move e se comporta como um organismo complexo sonoro perfeito, sem margem para suspiros ou erros. Não é apenas mais um show, é um espetáculo de precisão cirúrgica.

Outro momento que merece atenção é a sequência de três sons do novo disco: “Trampled Down Below”, “All That Once Shined” e (prefaciada por um majestoso solo) “Room of nightmares”.

Uma noite marcada por detalhes importantes, como por exemplo a importância que Dario Lorina assumiu dentro do BLS. Além de excelente multi-instrumentista, Dario demonstra total sintonia com o espírito da banda. Acredito que a Black Label atingiu o ápice do entrosamento com a formação atual (e assumo responsabilidade da afirmação).


“Spoke in the wheel”, tradicional no setlist, ganha nova roupagem com Laila (Eric Clapton), no teclado, ao finalzinho (de arrepiar). Logo após, rolou o momento “alicate de pressão cardíaco”: “In This River”, momento sempre muito esperado da noite. É a hora em que Zakk declara seu amor ao velho amigo Dimebag († 2004).

O que poucos sabiam ou esperavam, é que aconteceria uma segunda homenagem naquele momento: surge a imagem do Vinnie Paul († 2018) estampada em uma segunda bandeira, na outra extremidade do palco. Haviam dois fortes abraços perdidos, soltos, pelo palco. Foi complicado segurar a emoção nesse instante.

Após muita euforia, muita energia, o hino final é anunciado e contextualizado pelo gelo seco subindo: “Stillborn”. E assim, Zakk Wylde, no comando da banda, vestindo seu charmoso tradicional Kilt Xadrez, se despede da capital Gaúcha ao majestoso som de “New York, New York”. A pergunta que ecoou no ar: Para que tanto Glamour? (risos).

Alguns sentimentos e percepções não estão descritas nessa resenha, mas aí já se tratam de particularidades dos que estiveram presente no show. Aqui, a intenção é ilustrar um pouco do que foi visto e ouvido. Quando a BLS vier novamente (e virão), não perca a chance de assistir na melhor casa de shows que Porto Alegre tem hoje – Bar Opinião.

Pois muito bem, Black Label Society deixou mais uma marca na alma dos que estiveram no Bar Opinião, na noite do dia 30 de março de 2019.

Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Glauco Malta
Edição/revisão: Renato Sanson 

Black Label Society é:
Zakk Wylde – Vocal, guitarra e teclado
John DeServio – Baixo
Jeff Fabb – Bateria
Dario Lorina – Guitarra

Setlist:
*Whole Lotta Sabbath
Genocide Junkies
Funeral Bell
Suffering Overdue
Bleed for Me
Heart of Darkness
Suicide Messiah
Trampled Down Below
All That Once Shined
Room of Nightmares
Bridge to Cross
Spoke in the Wheel
(Zakk Wylde teclado)
In This River
(Zakk Wylde teclado)
The Blessed Hellride
A Love Unreal
Fire It Up
Concrete Jungle
(Zakk e Dario num duelo de Riffs)
Stillborn
New York, New York (Frank Sinatra)



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