domingo, 31 de agosto de 2025

Entrevista: Greg Mackintosh fala sobre Ascension e o legado eterno do Paradise Lost

 


Entrevista Por: Jéssica Valentim
Fotos: Divulgação 

Com mais de três décadas de estrada e mais de dois milhões de álbuns vendidos, o Paradise Lost consolidou-se como um dos nomes mais influentes do metal sombrio. 

Desde a estreia em Halifax, em 1988, a banda abriu caminhos ao criar o gothic metal, unindo peso, melodia sombria e atmosferas densas em discos que se tornaram referência, como Gothic (1991). 

Ao longo da carreira, não se prenderam a fórmulas: partiram do doom-death arrastado, alcançaram o mainstream com a grandiosidade de Draconian Times (1995) e ousaram experimentar com sonoridades eletrônicas, influenciando uma geração inteira de artistas, de Cradle of Filth e HIM a Gatecreeper e Chelsea Wolfe.

Agora, prestes a lançar seu 17º álbum de estúdio, Ascension, o quinteto de Yorkshire mostra que segue em plena forma. Produzido pelo guitarrista e cofundador Greg Mackintosh, o disco transita entre peso e melodia, sem abandonar a melancolia que se tornou marca registrada da banda. Conversamos com Greg sobre o processo criativo de "Ascension", suas inspirações, dicas para quem quer começar a ouvir Paradise Lost e, claro, a expectativa para a próxima turnê no Brasil.



RtM: Em entrevistas deste ano, você mencionou como a regravação de "Icon" em 2023, com todos os desafios de revisitar e reaprender as músicas, teve impacto no novo material. 
Então, até que ponto essa experiência moldou a composição e o som de "Ascension'? Você diria que ele é inteiramente inspirado na era "Icon" e na mentalidade que vocês tinham nos anos 90, ou há outras influências envolvidas?
Gregory Mackintosh: Acho que… não é… o álbum não é inteiramente inspirado pela regravação de "Icon". Acho que a forma de pensar nisso é… quando revisitamos aquelas músicas do início e meados dos anos 90, isso meio que reacendeu a inspiração para o que o álbum viria a ser. 

Há um tempo, eu já tinha escrito várias músicas, e acabei jogando tudo fora porque não estava satisfeito. Então tirei um tempo, e quando fizemos a regravação de "Icon", isso reacendeu, serviu como direção, algo para mirar. Então, sim, deu início ao processo de composição. 

Mas não é que o álbum inteiro siga só essa direção. Há pelo menos três ou quatro músicas que, sinceramente, não sei nem de onde veio a inspiração, são um pouco mais dark, ou diferentes. Tem uma que começa praticamente como uma balada acústica, outra que soa como uma versão mais sombria do nosso segundo disco. Então existe essa diversidade, mas sim, eu diria que o núcleo do álbum foi inicialmente inspirado por aquela regravação.


RtM: Para mim, uma capa de álbum é sempre uma declaração, e a arte de "Ascension" carrega um simbolismo religioso bem claro. Você pode nos contar sobre essa obra e por que a escolheu para representar o disco?
Gregory Mackintosh: Claro. Eu sempre procuro peças de arte, até porque tenho várias gravuras pela casa, gosto de diferentes formas de arte. Eu já conhecia essa obra, mas não sabia de quem era. Quando percebemos que tínhamos um novo álbum chegando e precisávamos definir a capa, queríamos algo histórico, mas não de um grande mestre clássico. 

Nós já sabíamos que o álbum se chamaria "Ascension", então precisava ser algo que evocasse esse título. Também era importante ter as cores certas, porque a maior parte desse material foi escrita no outono e inverno do ano passado, e o álbum acabou ganhando essa atmosfera de manhã fria, outonal. 

"The Court of Death", de George Frederick Watts, ilustra a capa de "Ascension"

Então precisávamos desses tons de vermelho, verde e dourado. A peça que escolhemos se chama The Court of Death, de George Frederick Watts, um pintor vitoriano. Não é uma obra muito conhecida, mas as cores eram perfeitas. Para mim, ela transmitia ascensão. Talvez o artista não tivesse essa intenção.Vá saber? 

Mas quando olho vejo aquela figura central em paz, quase como se tivesse alcançado um estado de nirvana, enquanto as figuras ao redor parecem em conflito. Isso combinava com a ideia de "Ascension", e eu gostei muito das cores. 

Minha faixa favorita do álbum é "Salvation", e quando estava compondo essa música, fiquei olhando para essa pintura e pensando: será que elas se conectam? E se conectavam perfeitamente. Então pedimos autorização para usar a obra, e gentilmente nos concederam.


RtM: Em algumas músicas novas, como Serpent on the Cross e Salvation, também parecem carregar referências religiosas. Já que esse tema percorre o álbum, qual foi a abordagem nas letras? Qual era a intenção que você queria transmitir?
Gregory Mackintosh: Bem, a razão de mergulharmos de novo nesse uso de iconografia religiosa, metáforas e imagens foi, em parte, por causa de "Icon", que também tinha muito disso. Mas também voltamos às origens, ao nome da banda e ao livro Paradise Lost, de Milton, que fala justamente sobre a luta do homem com sua identidade, vida e morte, esses conceitos abstratos que a religião tenta lidar, muitas vezes sem sucesso, mas de forma interessante. 

Nas letras, eu e o Nick trabalhamos juntos. Eu mostro a ele a música e deixo que seja guiado pelo que ela evoca. Nossa música é escapismo, queremos que as pessoas sejam transportadas para outro lugar, que formem imagens na mente. Em algumas músicas, a metáfora religiosa funcionava bem, como em Salvation e Serpent on the Cross. 

Mas em outras, como Silence Like the Grave, o clima era diferente. Ela abre com metais e soa bombástica, quase como uma marcha de guerra, e o Nick escreveu sobre a ascensão e queda de impérios, sobre por que as pessoas vão à guerra, o que conquistam com isso e por que repetimos os mesmos erros. Tudo depende do que a música desperta. É subjetivo, como a arte, cada um interpreta à sua maneira.


RtM: E ao longo de 17 álbuns, o Paradise Lost nunca se repetiu. Mesmo revisitando elementos familiares, sempre há uma progressão, como uma linha invisível conectando os discos. Existe algo, em termos de composição ou produção, que vocês ainda não fizeram, mas gostariam de explorar?
Gregory Mackintosh: Sim, acho que sim. Uma das nossas maiores influências, desde quase o início, foi o Dead Can Dance, especialmente os primeiros discos, como Within the Realm of a Dying Sun. Então, música sacra. 

Crescemos ouvindo música de igreja. É curioso dizer isso porque todos somos ateus, mas, na infância, nossos pais nos levavam à igreja. Mesmo sendo ateus, era algo social, uma forma de comunidade, de conhecer pessoas. Então, parte da nossa infância está enraizada nisso: estar nesses prédios antigos, como crianças entediadas ouvindo hinos ecoando pelos corredores. 

Acho que isso ficou em nós. Tenho interesse por música medieval, séculos XII e XIII, especialmente da Europa Oriental: cantos gregorianos, sons de catedrais. Em Salvation, por exemplo, tentei reproduzir nas guitarras algo parecido com sinos e coros. Talvez, em algum momento, seja interessante explorar isso mais profundamente. Mas é preciso inspiração, não dá só para copiar um estilo, é necessário trazer algo próprio.


RtM: Isso seria interessante.
Gregory Mackintosh: Sim, com certeza.


RtM: Hoje, mesmo com o retorno do vinil e do CD, as plataformas de streaming têm um papel enorme na forma como a música é consumida, especialmente pelas gerações mais jovens. Ao mesmo tempo, o Paradise Lost continua tocando em grandes festivais, onde muitos ouvintes os descobrem pela primeira vez. 
Para alguém que assistiu a um show da banda em um festival, mas nunca ouviu seus discos, qual álbum você recomendaria como ponto de partida?
Gregory Mackintosh: Essa é difícil. Acho que o mais abrangente, que reúne todos os estilos da banda em um só álbum, seria Obsidian. Ele tem elementos de praticamente todas as nossas fases. Claro, o Nick tem três ou quatro estilos vocais diferentes, e ele usou todos em diferentes discos. 

E, em termos de atmosfera, "Icon" é um álbum muito puro da essência do Paradise Lost. Mas se a ideia for ter um panorama de todos os estilos, eu diria que "Obsidian" é a melhor porta de entrada.


RtM: Perfeito. E no início deste ano, vocês tocaram no Bangers Open Air no Brasil, sob quase 40 graus, e o público chegou cedo só para ver a apresentação de vocês. Eu estava lá, foi um show incrível. Os fãs podem esperar que a turnê de Ascension venha ao Brasil no ano que vem?
Gregory Mackintosh: Com certeza. Demorou bastante para agendar a turnê que incluiu o Bangers, por causa da logística e da organização, mas quando conseguimos, deu tudo certo. Conversamos bastante com o promotor, inclusive no festival e em outros shows, como no Chile, e criamos uma boa relação. Então deve ser mais simples organizar uma próxima turnê. 

É claro que ajuda quando conseguimos alinhar com festivais. Eu detesto calor, não me dou bem no verão, mas fazia sentido vir ao Brasil e à América do Sul junto com alguns festivais. O Carcass, por exemplo, estava fazendo o mesmo e nos encontramos em várias datas. 

Então, provavelmente no fim do próximo verão, deve rolar. E, claro, tentando encaixar em festivais também. Foi uma turnê ótima, muito tranquila, tirando um detalhe: nosso tour manager teve o passaporte roubado e ficou preso no México. Tivemos que continuar sem ele.


RtM: Sério?
Gregory Mackintosh: Sim, ficamos rodando a América do Sul e depois a do Norte sem ele. Só conseguiu um passaporte temporário dois dias antes de voar de volta pra casa. Ele passou três semanas preso em um hotel no aeroporto do México. Mas fora isso, foi tudo excelente. E tivemos a ajuda do Vander, que normalmente trabalha com o Sepultura.


RtM: Sim, eu conheço ele, é meu amigo próximo.
Gregory Mackintosh: Ah, ele foi incrível, super profissional, ajudou demais. Especialmente por falar a língua, o que facilita muito em aeroportos. Então, se fizermos de novo, com certeza vou chamá-lo para ajudar outra vez.


RtM: Então, para finalizar… se você tivesse que descrever Ascension em apenas uma frase, qual seria?
Gregory Mackintosh: Hmm… posso resumir em três palavras: bombástico e melancólico. É o mais simples que consigo colocar.


RtM: Perfeito. Eu ouvi o álbum ontem, e é incrível. Para mim, é o álbum do ano até agora, e duvido que alguém supere. Está realmente muito bom.
Gregory Mackintosh: Isso é um grande elogio, muito obrigado. Estou ansioso pelo lançamento, porque o período entre entregar um álbum para o selo e ele sair é de uns cinco meses. Nesse tempo, você fica se perguntando se ainda é bom, se continua fazendo sentido. Então ouvir isso de você me dá confiança.


RtM: É sim. A produção, tudo… está exatamente onde precisa estar. Ficou maravilhoso. Muito obrigada pelo seu tempo. Desejo um ótimo dia, e espero vê-los novamente no próximo ano, com uma grande turnê e um lançamento de sucesso. Tenho certeza de que todos vão amar tanto quanto eu.
Gregory Mackintosh: Muito obrigado, Jessica, agradeço demais.


"Ascension" será lançado no dia 19 de setembro via Nuclear Blast e já está disponível para pre-save. Três singles já foram divulgados e você pode conferir abaixo.

Line-up: Nick Holmes – Vocal | Greg Mackintosh – Guitarra | Aaron Aedy – Guitarra | Steve Edmondson – Baixo | Jeff Singer – Bateria

Agradecimentos a Marcos Franke e à Nuclear Blast pela colaboração.








sábado, 30 de agosto de 2025

EPICA: uma música de cada disco para curtir até o show em São Paulo

Tim Tronckoe

Por Fernando Queiroz

Com uma discografia que já chega a nove álbuns de estúdio - sem contar discos ao vivo e EPs -, o que não falta ao Epica, uma das maiores bandas de metal sinfônico do mundo, e a maior no geral dos Países Baixos, escolher músicas para um setlist é sempre um desafio. Claro que, em muitos casos, algum álbum vai ficar de fora totalmente, mas sempre há aquela música de cada disco que mais as pessoas querem ouvir. Segue algumas que gostaríamos que fossem tocadas!

The Phantom Agony - Cry for the Moon

É inevitável falar sobre essa canção que é o primeiro grande sucesso da banda, aquela que os alçou ao estrelato no gênero. Também é, em termos gerais, o maior hit da banda até hoje, e está presente em todos os shows, desde o começo até hoje.

Consign to Oblivion - Dance of Fate

Outro grande hit, não é presença constante em todos os shows, mas é uma das mais icônicas músicas da banda. Diferente da maioria das mais famosas canções do Epica, Dance of Fate se aproxima do power metal em sua estrutura, e não tem os vocais guturais de Mark Jansen presentes - algo que, num geral, é uma exceção, não a regra na trajetória da banda.

The Divine Conspiracy - Chasing the Dragon

Uma das músicas mais longas da trajetória da banda, ela acaba sendo encoberta por músicas mais famosas do disco, como Never Enough. Porém, é possível dizer que foi essa canção que pavimentou os rumos que a banda seguiria nos discos subsequentes, com guturais mais fortes, baterias muito rápidas intercalando com momentos mais “balada”. Seria incrível vê-la novamente sendo tocada em shows.

Design Your Universe - Tides of Time

Composta por Coen Janssen, tecladista da banda, é um dos destaques do disco desde seu lançamento, há mais de quinze anos. Se tornou, inclusive, um símbolo da “nova fase” do grupo holandês.

Requiem for the Indifferent - Storm the Sorrow

Esse é, provavelmente, o álbum menos “querido” do Epica entre os fãs, e de forma alguma obteve um sucesso tão grande quanto os anteriores - foi a época, também, que Simone Simons teve cabelos loiros, o que causou estranheza entre seus fervorosos fãs. A canção Storm the Sorrow, porém, foi um dos destaques do disco, e sempre que grande parte dos fãs fala bem desse disco, citam essa canção.

The Quantum Enigma - Unchain Utopia

Mark Jansen acabou ficando conhecido como alguém muito interessado em física quântica, e supostamente estou muito sobre o assunto. Não para menos, usou o tema como base em muitas de suas músicas, e o álbum em questão, um dos mais adorados na fase mais recente da banda, foca especificamente nisso. A faixa Unchain Utopia, a mais curta do disco se tirarmos os interlúdios, foi o cartão de visitas para o que esperar do registro completo, e é presença constante em shows.

The Holographic Principle - Universal Deathsquad

Das canções do Epica, em toda sua carreira, essa é uma das mais pesadas, quase se aproximando do Death Metal! Levando em conta que a banda tocará junto ao Fleshgod Apocalypse em sua turnê brasileira, essa música é uma pedida infalível para agradar todos os presentes no evento, seja para ver os holandeses, quanto para quem quer assistir ao show dos italianos do FGA primariamente.

Omega - Abyss of Time-Countdown to Singularity

A abertura do penúltimo álbum dá a letra: sinfônico, pesado, com ótimos duetos entre Mark Jansen, também compositor da canção, e Simone Simons! O álbum, no geral, segue a linha proposta aqui, que é onde temos a ideia do que esperar.

Aspiral - Apparition

O polêmico último disco do Epica, claro, vai ser o foco do show. Um disco que foca mais no lado progressivo e modernizado da banda, para muitos foi de difícil assimilação; apesar disso, o disco já pode ser considerado um sucesso, e a atual turnê prova isso! Apparition foi tocada pela primeira vez no início de Agosto, e só foi executada duas vezes ao vivo. Porém, como foi assim nos dois últimos shows que a banda fez até o momento, podemos dizer que é uma séria candidata a vermos por aqui; com seus menos de cinco minutos de duração, encaixa perfeitamente no setlist.

O aguardado retorno, após mais de um ano, do Epica ao Brasil, ao lado dos italianos do Fleshgod Apocalypse, acontece no início de Setembro. Confira as informações completas!


SERVIÇO

Data: 14 de setembro de 2025 – domingo

Local: Terra SP

Endereço: Av. Salim Antônio Curiati, 160 – Campo Grande, São Paulo – SP

Horário: 18h


Ingressos:

PISTA – 1o Lote

Meia Entrada / Solidária: R$ 250,00

Inteira: R$ 500,00


PISTA PREMIUM – 1o Lote (Livre acesso ao setor premium em frente ao palco e ao camarote / mezanino)

Meia Entrada / Solidária: R$ 350,00

Inteira: R$ 700,00


CAMAROTE – 1o Lote

Meia Entrada / Solidária: R$ 350,00

Inteira: R$ 700,00


PACOTE VIP / MEET & GREET

É necessário comprar um ingresso separadamente! O PACOTE VIP inclui: •⁠ ⁠Meet & Greet com o Epica / •⁠ ⁠Oportunidade de tirar uma foto com a banda / •⁠ ⁠1 Camiseta exclusiva do Epica / •⁠ ⁠1 Credencial oficial do Epica / •⁠ ⁠1 Cordão oficial para a credencial / •⁠ ⁠Acesso à casa de shows antes do público em geral

Meet & Greet – Camiseta Tamanho P: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho M: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho G: R$ 600,00

Meet & Greet – Camiseta Tamanho GG: R$ 600,00

Venda: ⁠⁠Epica e Fleshgod Apocalypse - São Paulo | FasTix

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Lothlöryen: Uma Jornada Barda e Insana

Por Gabriel Arruda

Décadas se passaram e, até hoje, muitos afirmam que Minas Gerais é a capital do Heavy Metal brasileiro. Afinal, foi de lá que surgiu o maior nome do estilo no mundo, o Sepultura, além de excelentes bandas de death e thrash metal como Overdose, WitchHammer, Sarcófago e outras.

Anos mais tarde, a cena mineira também se tornou um celeiro do Folk Metal nacional, revelando nomes como Tuatha de Danann e Lothlöryen. É justamente esta última que, no próximo mês de setembro, lançará “…Of Bards and Madmen [Reimagined]”, uma releitura do álbum lançado há vinte anos.

Com novos arranjos e letras remodeladas, a obra  conduz ao universo bardo, explorado com maestria por Daniel Felipe (vocal), Leko Soares (guitarra e vocal), Leo Ghigiarelli (baixo) e Lucas Bello (orquestrações e vocais). O álbum reúne das dez faixas o inspiradissimas, regadas de orquestrações grandiosas, backing vocals imponentes, passagens acústicas e toda a riqueza sonora que são características do gênero.

Faixas como "Ruins Of Fantasy, "Elfic" e "There And Back Again" — esta última com a participação do talentoso vocalista Raphael Dantas (Ego Absence) — representam bem a proposta, surpreendendo pelo equilíbrio entre peso e toda a abundância sonora citada acima de forma condensada. A sequência com a faixa-título e "Moriality" trazem o poder magnético do Power Metal, com riffs e solos que grudam na memória como cola Super Bonder, além de linhas vocais impactantes e envolventes. "Another Tale" (com leve influência de Avantasia e participação de Shoujy) e "Someday" acrescentam uma boa dose de teatralidade, sendo duas baladas carregadas de emoção.

A produção é outro ponto forte. Mesmo sendo uma regravação, a qualidade impressiona pela clareza e pelo peso. Cada detalhe é audível, especialmente quando se ouve com fones de ouvido, que aproximam o ouvinte da experiência sonora completa.

Mesmo com alguns torcendo o nariz e afirmando que, uma vez concebida uma obra não deve mais ser alterada, muitos — inclusive este que vos escreve — acabam resistindo à ideia. Mas, no caso de …Of Bards and Madmen [Reimagined], a mudança é positiva e abrasiva, pois esta nova versão se mostra ainda mais polida e resistente que a primeira. Então, já deixe sua IPA, sidra ou hidromel à mão, pois este álbum merece ser degustado com cada gole e ouvido atento, assim como toda a experiência que ele oferece.

Entrevista - Dicentra: Cruzando as Linhas do Metal Nacional, Rumo ao Estrelato

 

- Olá Sandro. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Crossing”, pois o material ficou de primeira.

Eu que agradeço o interesse da Road To Metal pelo Dicentra. Todos nós ficamos sempre muito honrados.

- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?

Bom, em minha opinião, lançamos um genuíno álbum de Heavy Metal, carregado de influências oitentistas e que procura trazer toda essa essência em cada composição. No caso do “Crossing” nos reunimos duas vezes por semana para compor as canções com nossas influências. Essa junção da vivência de cada integrante ficou bem interessante e os sons foram saindo naturalmente. Temos no “track list” canções com “riffs” pesados e solos marcantes, bem como, as melodiosas baladas que caracterizavam a época. Vocais que variam do “clean” ao rasgado, com a bela contribuição das backing vocals Cintia Paiva e Sissi Maués e, linhas de baixo e bateria bem construídas em cada faixa. No final do álbum apresentamos o Dicentra em uma canção com elementos acústicos chamada “Aluminium”, para tentar mostrar também um pouco da versatilidade das bandas dos 80’. A meu ver ficou um disco bem completo e estamos muito orgulhosos dele. 

- Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

Acredito que cada pessoa que ouvir o “Crossing” vai interpretá-lo de forma diferente. Isso é mais um fator que deixa o trabalho, no mínimo, curioso. Os temas têm uma forte inclinação para a preservação ambiental, principalmente, a proteção aos animais. Várias canções falam disso em suas letras. Uma mágoa crescente do planeta para com seus algozes humanos também fica bem evidente. Recentemente, lançamos o “lyric video” da canção “Sweet Look” que, deixa claro a ideia da letra e um pouco do tema principal abordado pela banda. Acho que as pessoas que nos acompanham estão curtindo bastante o álbum e, se tiverem dificuldades de entender qualquer canção, podem conversar conosco. Quando eu começo a falar sobre uma letra específica, não quero mais parar. (kkk) 

- Existem planos para o lançamento de “Crossing” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês, no formato físico? Tivemos contato até agora, apenas o formato digital.

O álbum foi lançado no formato físico também com o apoio da MS Metal Records e da TerrorZone Produções. Prensamos 400 cópias do “Crossing” e, entre as vendas naturais em shows e eventos, procuramos por uma distribuição que seja viável e que nos traga bons resultados. Seria uma honra enviar uma cópia para a Road To Metal.

- Adorei o fato de trabalharem com o inglês, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado nacional?

O Underground é feito de obstáculos e dificuldades intensas. Desde o início da estrada temos que enfrentar todas as barreiras que surgem e, confesso que, a língua é a menor de todas. Como banda Autoral lutamos muito para que as casas de shows abram espaço para que, simplesmente, possamos mostrar nosso som. Atualmente, os donos de casas de shows preferem as cópias do que os originais, se é que você me entende. Não desmereço o trabalho de ninguém mas, não podem me forçar a reconhecê-los como parte do Underground. Se dermos importância a isso, chegaremos apenas à frustração. Portanto, buscamos fazer nosso som autoral, nos concentramos em melhorar cada vez mais e, aceitamos que, as pessoas que nos acompanham, apesar de poucas, são pessoas fiéis que cantam junto conosco a nossa própria música nos nossos shows. Isso é o pagamento que recebemos por todo o nosso trabalho e, te garanto, é gratificante demais! Como disse, temos que enfrentar problemas bem maiores que a barreira da língua para conquistar o mercado nacional. 

- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?

Com certeza. Fizemos o lançamento do álbum na Woodstock Rock Store em São Paulo e foi sensacional. A agenda se estende por algumas cidades do interior como Campinas, Paulinia, Sumaré e Americana, além da participação em alguns “podcasts” e programas de rádio onde lançaremos o disco analisando cada canção. A aceitação do álbum está sendo surpreendente. Muitas pessoas estão entrando em contato conosco para elogiar o trabalho e ressaltar a evolução do Dicentra de um disco para o outro. Muito legal!

- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

Trabalhamos desde o primeiro álbum “Bloody Heart” com a designer Kell Cândido e, se ela quiser, pretendemos trabalhar com ela por muitos e muitos álbuns. Suas sacadas são bem a cara do Dicentra e isso torna o trabalho de construção de artes bem tranquilo e satisfatório. A capa do “Crossing” mostra um mundo destruído e no centro da imagem, um portal para um lugar bem melhor, sem injustiças ou atrocidades, pelo qual, nenhum ser humano será capaz de passar. A letra da canção “Crossing” fala, justamente e de forma poética, dessa suposta passagem entre a vida e a morte. É a tal travessia que, a partir do entendimento da temática da banda, percebe-se impossível para a raça humana.

- “Crossing” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?

Não foi bem desta forma pois, assim como a Kell no comando das artes, também trabalhamos, desde o “Bloody Heart” com o produtor Fábio Ferreira (Sangrena) no MixMusic Studio em Amparo-SP e, sim, seguiremos por este caminho pois, a nosso ver, está dando muito certo. Apesar da distância que, termos que percorrer para chegar ao estúdio, cerca de 90 km, procuraremos manter o produtor por sua competência e total responsabilidade com os trampos que assina. A troca de ideias que temos durante todo o processo de gravações é fundamental para que a produção fique sempre coesa e satisfatória.

- Imagino que já estejam trabalhando em novas composições. Se sim, como está se dando o processo e como ele está soando?

Sim, já temos cinco novos sons para o próximo álbum. Continuamos nos reunindo duas vezes por semana e, entre uma cerveja e outra (um fardo e outro?), de forma bem descompromissada estamos construindo nosso terceiro álbum de estúdio. Devemos, dessa vez, compor mais faixas que o normal e depois escolher as mais marcantes para compor o álbum. Posso adiantar que as canções estão soando mais diretas e pesadas. Talvez esteja nascendo o disco mais pesado do Dicentra e, em 2026 quando entrarmos no estúdio, vamos colocar toda essa garra e honestidade em mais um álbum.

- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao DICENTRA.

Muito obrigado e Vida Longa ao Road To Metal!!!

 

Entrevista - Tropa de Shock: A Revanche da Mãe Natureza Contra os Abusos da Humanidade

 



Formada em São Paulo no final da década de 1980, a Tropa de Shock consolidou-se como uma das bandas mais consistentes e respeitadas do heavy metal nacional. Com uma trajetória marcada por energia nos palcos, letras densas e sonoridade que transita entre o tradicional e o obscuro, o grupo construiu uma base fiel de fãs ao longo de mais de três décadas. 

Sempre mantendo firme a identidade dentro do metal, a banda lançou discos importantes que ajudaram a sedimentar seu nome no cenário underground brasileiro. Agora, eles apresentam “Four Seasons of Darkness”, um trabalho que une maturidade musical, peso e atmosfera sombria, reafirmando o lugar da Tropa de Shock como uma das referências do gênero no Brasil.

- Olá Don. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Four Seasons of Darkness”, pois o material ficou de primeira.

TS - Oi para todos, muito agradecido.


- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?

TS - Foi um desafio, pois nesse novo álbum estavamos almejando uma sonoridade mais moderna, acrescentando no nosso estilo elementos do metal mais moderno tipo, trash, nu, death. 

Como já tínhamos um rascunho do conceito, fomos misturando estes elementos nas harmonias, hora velozes, hora densas, hora melancólicas, quando as bases ficaram prontas foi a hora das melodias, fui solfejando e sentindo cada uma delas para criar o clima vocal, tendo em mente as poesias, foi um caminho longo mais muito satisfatório para banda.


- Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias nesse mais recente trabalho. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?

TS - Provavelmente quando sair a HQ do álbum tudo se tornará mais claro, pois é difícil colocar em dez músicas um conceito tão complexo. Aqui está um resumo da estória

"FOUR SEASONS OF DARKNESS"

"O conceito por trás da obra."

O ano era 3099. Gaia descontente com as ações dos humanos que ainda a machucavam, a faziam sangrar, destruindo mares, matas, o ar, a fauna resolveu dar um fim aos humanos que não mais honravam ser seus filhos e se tornaram predadores letais. Gaia então transforma suas quatro estações Primavera, Verão, Outono e Inverno em estações de medo, sombrias e destruidoras tais como os quatro cavaleiros do Apocalipse trazendo guerra, fome, peste e morte)

Primavera – flores secas e frutos podres condenam os seres vivo à fome

Verão – passa a destruir tudo à sua frente por meio do fogo incontrolável

Outono – com o ar contaminado e ventos incessantes traz pestes e doenças aos humanos

Inverno – o próprio leito de morte para todos os pecadores

Desesperados e lutando mais uma vez por sua vida os humanos parecem cair em si e em uma tentativa de apaziguar a ira de Gaia  aperfeiçoam mais uma vez uma A.I (I.A) numa solução tecnológica mas que não vem do coração. Será que vão conseguir????

Está é a proposta deste álbum,

uma sonoridade diferente, que alguns ouvintes tem achado bem interessante, mas acreditamos que o álbum irá surpreender muitos ouvintes novos e os fãs mais antigos, por conta das escolhas destes novos elementos musicais. 

Nós buscamos nossas referências em sonoridades mais atuais e mesclamos com o nosso estilo,claro sem perder nossa essência.Então entendemos essa dificuldade, espero que o resumo venha clarear ao entendimento da obra.


- Existem planos para o lançamento de “Four Seasons of Darkness” no exterior, no formato físico ou digital? Tivemos contato até agora, apenas o formato digital...

TS - Sim estamos em sintonia com nossa gravadora MS Metal Records, e sim haverá lançamento físico conforme conversamos, incluindo um HQ no estilo da revista Heavy Metal dos anos 80. O trabalho de divulgação apenas começou pois o cd foi lançado no dia 4 de Julho, vamos em frente.


- Adoro o fato de vocês agora usarem as letras em inglês, mas isso nunca chegou a ser barreira para  vocês no mercado nacional?

TS - Que bom que lhe agradou, uma breve história para vocês: Nosso primeiro disco foi lançado em vinil no ano de 1990 com o título "Fragmentos", pelo selo BMG Ariola, foi todo em português, trabalhamos muito esse disco, tv, rádios, revista e muitos shows é claro, mas queríamos mais, atingir outros públicos, então resolvemos gravar na língua inglesa que é usada no mundo todo.

O primeiro trabalho foi o álbum intitulado "Angels of Eternity" de 1997, dai pra frente com a ótima aceitação de outros países, continuamos a compor em inglês. Hoje temos o público aqui do nosso Brasil e o público internacional.Veja que bom, da pra atingir todo mundo (risos).

- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?

TS - Estão começando bem.Queremos divulgar muito este novo álbum, para que ele alcance o maior número de pessoas ao redor desse mundo, e para que todos possam refletir sobre o futuro do nosso planeta, sim pretendemos excursionar  com certeza no Brasil e exterior com suporte de  nossa gravadora MS Metal Records.


- Quem assinou a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?

TS - Quem assinou a arte fui eu (Don), naturalmente até porque sou  eu que tenho criado todos os materiais gráficos e conceitos dos álbuns da banda desde sempre.e com esse não seria diferente. 

Dentro do meu conceito, eu queria criar uma arte onde fosse possível visualmente passar uma sensação de solidão e terror ao mesmo tempo, onde Lázarus, com todas as informações fornecidas pelos humanos,se desloca nas profundezas da mente de Gaia, para tentar a redenção para humanidade,os crânios representam os humanos culpados de destruir o planeta, e os pedaços de máquinas a nossa tecnologia usada "erroneamente", num ambiente hostil, sombrio e apocalíptico,criando algo como o Inferno de Dante moderno mental.


- “Four Seasons of Darkness” foi todo produzido pela banda, foi satisfatório seguirem por este caminho?

TS- Sim , escolhemos buscar este caminho para termos mais controle sobre a obra, que queríamos mais agressiva com timbres mais cortantes, que nos distanciasse dos anos 80. 

Acrescentamos também efeitos sonoros em alguns tracks para valorizar o conceito as letras, o track mais complicado foi a instrumental "Four Seasons of Darkness - Chapter II", onde temos 6 guitarristas e um tecladista convidados que interpretaram cada um a seu modo uma estação sombria.(a track tem mais de 9 minutos). E foi muito bom porque podíamos fazer qualquer coisa e ver se ia ficar satisfatório pra nós.


- E os planos para médio prazo? Já estão compondo novas coisas? Se sim,  como está se dando o processo e como estão soando?

TS - Sim já estamos criando um esboço, estamos criando o conceito que será bem forte,ai vamos partir para as harmonias,acho que vai ser bem impactante, ao meu ver é claro.


- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao TROPA DE SHOCK...

TS- Agradecemos muito à vocês pelo espaço cedido e pelo apoio que sempre nos dão,não esqueçam de vir conhecer nosso trabalho em nossas redes sociais e principalmente nosso novo álbum "Four Seasons of Darkness". Up the Tropas...




quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Revengin: Symphonic Heavy Metal com Essência Própria

Por Guilherme Freires

A banda carioca de Symphonic Heavy Metal, Revengin, lançou em 11 de abril de 2025 seu segundo álbum de estúdio, intitulado Dark Dogma Embrace. Composto por 10 faixas, o trabalho foi lançado pelo selo italiano Wormhole Death Records.

Produzido, mixado e masterizado pela própria banda, em parceria com Rômulo Pirozzi e Caio Mendonça, no renomado Tellus Studio, conhecido por trabalhos com Onslaught, Ektomorf e Borknagar.

Formada em 2008, a Revengin atualmente conta com Bruna Rocha nos vocais, Thiago Contrera nos vocais guturais e guitarra, Themys Barros na guitarra, Diego Pirozzi no baixo e Nacife Jr na bateria.

Com quase 17 anos de trajetória, a banda já se apresentou na Europa, passando por países como Hungria, Holanda, Eslováquia, Polônia e Alemanha. Sua sonoridade mistura Heavy Metal Tradicional, Metal Extremo e Metal Sinfônico, com influências góticas e vocais inspirados por artistas como Floor Jansen do Nightwish.

"Dark Dogma Embrace" revela uma sonoridade mais madura e conceitual, explorando emoções humanas em uma atmosfera sombria. As letras transmitem essa carga emocional de forma impactante, acompanhadas por uma execução técnica envolvente e poderosa.

A faixa de abertura, "Circle of Mistakes", apresenta bateria marcada, riffs pesados de guitarra, um groove intenso no baixo e uma voz misteriosa. A atmosfera gótica operística é reforçada pelos sintetizadores e pelo vocal lírico nos refrãos.

"Decadent Feeling" inicia com sons sintetizados e um solo de guitarra hipnotizante, acompanhado por uma bateria cadenciada que mantém o peso. A música constrói uma atmosfera plena até seu clímax final, onde bateria e vocal operístico se unem em um dueto impressionante com o vocal gutural.

"Wish You the Same but Worse" destaca-se pela sua estrutura mais encorpada, com sintetizadores criando uma atmosfera dark misteriosa. Os solos de guitarra e o vocal lírico se sobressaem nesse tema.

"Hall of Mirrors" possui bateria bem marcada que se integra organicamente às partes sintetizadas. Os vocais melódicos e guturais alternam com solos de guitarra hipnotizantes e baixo pesado, formando uma atmosfera épica.

"Huntress of Shadows" inicia com uma enxurrada pesada de bateria e baixo marcante. A combinação dos sintetizadores com vocais melódicos e guturais cria um clima épico típico do Symphonic Power Metal.

"No Saints in Glory" apresenta uma pegada mais cadenciada e leve na composição, com bateria marcada e riffs pesados de guitarra. O destaque fica para o dueto entre vocais melódicos e guturais.

"Caught in Dark" traz um ritmo mais alegre de balada, com sintetizadores que criam uma atmosfera envolvente. O vocal impecável e o solo de guitarra chamam atenção.

"Rising Sun" apresenta uma atmosfera misteriosa e sombria, com bateria marcada, baixo pesado e riffs duros. Os sintetizadores aumentam a sensação de crescimento e escuridão na música. Os vocais melódicos e guturais se destacam nesse clima crescente.

"Sublime Awakening" inicia com riffs pesados de guitarra, baixo groove intenso e bateria marcada junto aos sintetizadores. O vocal melódico e o solo de guitarra hipnotizante merecem destaque.

A faixa final, "Deep Within", encerra o álbum com maestria: uma peça instrumental cadenciada, com bateria suave, vocais em coro e solo de guitarra em escala junto aos sintetizadores que criam uma atmosfera épica de encerramento.

Dark Dogma Embrace é um álbum conceitual singular — maduro, técnico e que eleva a banda a um novo patamar dentro do gênero. Cada faixa transmite emoções distintas através das atmosferas dark e misteriosas criadas pelos sequenciadores e sintetizadores.

Recentemente, a banda se apresentou em São Paulo no Arena Galeria em 7 de agosto ao lado das bandas Midgard e Motores Malditos. No dia seguinte, 8 de agosto, tocou na La Iglesia ao lado de Far Beyond Empire e Angelique.

O álbum está disponível em todas as plataformas digitais como YouTube, Spotify e Deezer, além de possuir edição física para compra.