A Human Plague foi formada em 2011 em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, onde há uma cena prolifica dentro do Metal, revelando bandas de diversas vertentes e o quinteto entrega um Death Metal inspirado nos pilares do estilo.
Com um EP e um álbum no currículo, a banda prepara agora o lançamento do esperado segundo full-lenght, "Tombs of Thought", o qual já está em fase final e promete uma banda que traz uma evolução natural, mas fazendo o que se propôs desde o início: Metal Extremo!
Confira a seguir a entrevista com a banda, representada pelo vocalista Cássio Lemos.
RtM: Após um período de pausa, a Human Plague retornou às atividades, lançando single, fazendo shows e já com um novo disco, "Tombs of Thought", quase finalizado. Como foi o processo de composição e gravação desse trabalho de retorno?
Cássio Lemos: Não tivemos exatamente um período de pausa da banda, mas houve sim um momento confuso, com o início da pandemia juntamente com uma forte mudança na formação, em que ficamos sem guitarrista.
Logo aconteceu a entrada do Léguas, mas estávamos todos afastados em isolamento. Começamos a compor material novo remotamente, cada um contribuindo com ideias. Com o retorno dos ensaios presenciais, passamos a fazer composições em estúdio.
Também tivemos músicas que foram praticamente compostas inteiramente por algum dos integrantes e que fizemos o refinamento em ensaio. Com a volta do Portela, as composições ficaram ainda mais dinâmicas principalmente em relação ao trabalho de guitarras devido às possibilidades de arranjos com duas guitarras.
RtM: E são músicas compostas mais recentemente e com o atual line-up?
CL: Em geral, esse disco tem músicas de épocas bem variadas, desde o início da banda (uma das músicas foi a segunda composição feita, de 2011/12), da época da pandemia, até materiais mais recentes feitos totalmente pela formação atual.
Isso vale também para as letras, que fora escritas por meio de processos distintos, seja por apenas um, seja passando por sugestões de outros.
A gravação, mix e master ficou à cargo do Fantom Group, estúdio aqui de Santa Maria.
RtM: E em qual etapa está o album? Vocês já tem uma previsão de lançamento, ou não querem apressar o processo, aguardam um momento oportuno?
CL: O novo álbum, “Tombs of Thought”, está com a mix e master prontas. Estamos fazendo a finalização da arte da capa e encarte, preparando para o lançamento físico, e enquanto isso estamos com o planejamento de lançamentos de singles e clipes para divulgação do material. Temos uma ideia de data, mas ainda não está fechada 100%.
RtM: Conte-nos um pouco sobre o conceito e letras por trás do novo álbum? Há alguma temática central que permeia as faixas?
CL: O disco não é conceitual no sentido de ter uma espécie de história sendo contada ao longo dele, mas segue as temáticas abordadas pela banda, como pessimismo, niilismo, misantropia, ceticismo, desesperança... A mente humana atormentada e sepultada perante sua insignificância.
RtM: E quanto à sonoridade: os fãs podem esperar algo mais próximo do material anterior da banda, ou houveram algumas mudanças novas sonoras nesse novo disco?
CL: Não tem nada forçadamente pensado em mudanças, mas acredito que há uma evolução natural. Como foi dito anteriormente, tem materiais de vários períodos diferentes, então há composições bem diferentes entre si, mas que se encaixam muito bem no todo do disco.
É um álbum de Death Metal que apresenta passagens com influências do Black e do Thrash, algumas melodias bem marcantes e algumas partes bem extremas também.
RtM: Existe alguma surpresa ou elemento inesperado nesse novo trabalho que vocês gostariam de destacar? Participações especiais, mudanças de afinação, novos timbres?
CL: Sem surpresas, é Metal Extremo na mesma linha do que fazemos desde sempre!
RtM: Sobre os shows mais recentes, como foi dividir o palco com a banda Left to Die em Porto Alegre, ainda mais sabendo que ela conta com ex-integrantes da lendária banda Death, uma referência histórica para o estilo e também para vocês?
CL: Foi uma honra! Os caras foram (e são) influência pra todo um gênero, e a Human Plague faz parte desse legado. Além de ter a oportunidade de curtir o showzaço deles, apresentando os maiores clássicos do início da banda, ainda tivemos o prazer de trocar uma ideia com os caras, que são verdadeiras lendas do metal!
RtM: Na visão de vocês, como está o cenário atual do Death Metal, tanto no Brasil quanto fora? Vocês veem um renascimento, uma estagnação ou uma reinvenção do estilo?
CL: Tem muita coisa boa rolando. Uns anos atrás aconteceu uma espécie de nova onda de death metal old school, com uma porrada de banda surgindo com o som totalmente calcado no início do gênero, e várias delas seguem firmes com ótimos lançamentos. E temos também as bandas clássicas que seguem na ativa com materiais de extrema qualidade.
Há uma continuidade, seja com bandas mais antigas ou com bandas novas, mas não necessariamente uma reinvenção ou renascimento, mas também não é algo que fica sempre na mesma, a ponto de estar estagnado. É como se fosse uma corrente de motosserra que nunca parou e segue arrebentando tudo que tiver no caminho, como sempre foi!
O Brasil sempre teve uma ótima cena do death metal, e nos últimos tempos isso não tem sido diferente. Várias bandas lançando materiais de muita qualidade, fazendo turnês, produzindo merch...
RtM:Quais bandas vocês consideram fundamentais na forja do Death Metal como o conhecemos hoje? Existe alguma influência que talvez os fãs não esperem ouvir em vocês?
CL: Desde o surgimento do gênero, temos várias vertentes com diferentes características e influências, e isso é normal em qualquer subgênero da música em geral. No death metal podemos ter bandas que focam seja em velocidade, técnica, peso, agressividade, atmosfera, entre outras possíveis abordagens. Entre as bandas que são pilares do gênero, podemos falar de Death, Cannibal Corpse, Deicide, Morbid Angel, Obituary, Bolt Thrower, Dismember, Hypocrisy, entre diversas outras.
Também há as bandas que não são de death metal mas que ajudaram a criar o gênero, seja influenciando outras bandas ou com lançamentos que ficam em uma fronteira entre estilos, como Sodom, Slayer, Sepultura, entre outras. Bandas mais recentes também são de grande importância para o gênero, e como influência para a banda também. E é bem fácil de achar algumas referências a outras vertentes, como black e thrash metal, e até elementos vindos do heavy metal mais tradicional também.
RtM: Além do novo disco, a banda já tem algum plano para turnês e buscar atingir um público em nível nacional, e claro, também lá fora?
CL: Como ficamos focados no processo de gravação, ficamos um bom tempo sem ensaiar. Agora retomamos essa rotina nos preparando para os shows de divulgação do lançamento do "Tombs of Thought."
A ideia é sempre apresentar nosso trabalho pra novos públicos e espalhar a praga por aí. Temos algumas datas já marcadas dentro do estado mesmo, mas conforme for, sempre há a possibilidade de tocar em outros estados também.
RtM: E vocês planejam também alguns videoclipes e lançamentos físicos como vinil ou cassete?
CL: O primeiro single, “Heretic”, foi lançado com um clipe, disponível no YouTube. Temos planos de lançar mais singles com clipes. Sobre o lançamento físico, a gente sempre prezou por fazer os CDs da melhor forma possível.
No EP “Marching Through the Fields of Desolation” e no álbum “Harvest of Hate”, fizemos de forma independente. No “Tombs of Thought” estamos buscando parcerias de selos para o lançamento. Isso pode incluir outros formatos além do CD, como vinil ou cassete, mas ainda não temos nada certo sobre isso.
RtM: Para quem está conhecendo a Human Plague agora ou para os fãs antigos, que mensagem vocês gostariam de deixar nesse novo momento da banda e com o novo álbum em iminência de ser lançado?
CL:Estamos trabalhando intensamente para entregar um grande trabalho de death metal, e esperamos que o público fique tão satisfeito quanto nós em relação a esse novo álbum! Agradecemos o apoio de todos ao longo dessa caminhada. Nos encontramos pelo underground!
Entrevista: Caco Garcia
Fotos: Arquivos da Banda
Human Plague é:
Cássio Lemos: Vocais
Rafael Léguas: Guitarras
Bruno Portela: Guitarras
Emiliano Cassol: Baixo
Carlos Armani: Bateria
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