- Olá Adna. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo
lançamento do Single “Lie”, pois o material ficou de primeira...
Muito obrigada! Eu que agradeço a oportunidade.
- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?
No
meu caso, meu processo criativo é bem livre. A letra costuma vir na
minha mente já com melodia e depois começo a pensar em como quero que a
música soe, a harmonia. E as ideias vão surgindo aos poucos. Costumo
gravar uma demo pelo menos com ideias básicas e mando para o produtor.
Ele contribui com a composição, e construímos juntos a versão final.
Algumas vezes outros músicos participam também, e cada pessoa soma no
processo criativo, trazendo suas próprias influências. “Lie” foi a
primeira música em que me arrisquei na guitarra. Eu tinha começado a
praticar poucos meses antes, mas comecei a ter ideias, como a guitarra
do pré-refrão surgindo e desaparecendo quando começo a cantar. Então
resolvi gravar tudo o que estava na minha mente, o produtor fez um ótimo
trabalho aprimorando e somando com a composição, e o resultado foi
esse.
- Eu escutei o material diversas vezes e, só após várias
tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido
este tipo de dificuldade também?
“Lie” tem tido uma aceitação
bastante positiva, o que me deixa muito contente. Não soube dessa
dificuldade por parte de quem escutou a música, mas a ideia do projeto é
justamente criar uma identidade autêntica, não só sonora, mas visual
também. Busco sempre me expressar de forma verdadeira através da arte,
acho isso importante, e fico contente ao saber que as pessoas se
identificam com as letras e gostam da música. Gostaria que minha música
tivesse, de alguma forma, um impacto positivo nas pessoas, assim como
muitas músicas tiveram um impacto positivo na minha vida durante vários
momentos difíceis. Acho que esse é o ponto principal. A sonoridade é
apenas uma consequência do meu gosto musical, da minha vivência e
influências musicais.
- Existem planos para o lançamento de “Lie”
no exterior, no formato físico? Tivemos contato até agora, apenas o
formato digital nacional...
No momento, não tenho planos de
lançar “Lie” no formato físico. Até agora lancei apenas singles, então
tenho focado no formato digital. Mas pretendo considerar o formato
físico no lançamento do meu primeiro álbum.
- Adorei o fato de trabalharem com o inglês, mas isso não pode vir a atrapalhar vocês no mercado nacional?
Acredito
que consumimos muita música em inglês no Brasil. Eu sempre amei esse
idioma, desde pequena queria aprender inglês para escrever letras de
música. Então nunca pensei sobre. E comecei divulgando os lançamentos
apenas no meio digital, de forma internacional. Isso foi um ponto
positivo. Encontrei mais formas de compartilhar minha música assim, e
creio que consegui chegar em mais pessoas por isso também. Quanto ao
mercado nacional, não acho que seja algo que atrapalhe. Há bandas
brasileiras muito boas que também usam o inglês, e muitas conquistaram
um grande público que aprecia suas músicas por motivos que creio serem
mais importante do que o idioma escolhido.
- Como estão rolando os shows em suporte ao disco? A aceitação está sendo positiva?
Não estou fazendo shows no momento, a promoção está ocorrendo apenas por meios digitais.
- Quem assinou a foto da capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?
A
foto da capa foi resultado de um ensaio fotográfico no dia da gravação
do clipe. Foi tudo organizado por mim e minha irmã me deu suporte. A
foto da capa foi feita por ela. O conceito foi pensado para o vídeo. Eu
queria trazer uma dualidade entre o preto, representando conflitos
internos e dor, e o branco, representando esperança e desejo de cura. As
rosas representam fragilidade e efemeridade. "Lie” é uma reflexão sobre
conflitos internos que surgem ao longo de batalhas contra transtornos
psicológicos, e as consequências que vivenciar isso pode trazer. Muitas
vezes mentimos para nós mesmos em uma tentativa de nos sentirmos mais
seguros, de evitar novos conflitos. Nos isolamos e tentamos lidar com a
dor da forma que conseguimos, e isso costuma ser mais destrutivo do que
benéfico, do que assumir que você precisa de ajuda, buscar algum tipo de
auxílio. Essa foi uma das minhas fotos preferidas. O fundo preto, o ato
de segurar a rosa e o olhar trazem um ar de solidão, melancolia e
introspecção que tem muito a ver com a música, com os sentimentos
descritos e a história que o single conta.
- “Lie” foi todo produzido pela banda, confere? Foi satisfatório seguirem por este caminho?
“Lie”
foi produzida por mim e pelo produtor musical. Eu gravei uma demo com
as ideias que eu tive, também como uma forma de apresentar como eu
queria que o single soasse. Enviei para o produtor com quem eu já tinha
trabalhado anteriormente, e ele colaborou com a composição, usando
algumas ideias, aprimorando outras, e compondo as demais linhas de
instrumentos. Nos reunimos no estúdio para finalizar a composição. E
também tive a participação de um amigo, que contribuiu com uma linha de
guitarra que está presente no solo, no dia da primeira gravação. Não
tenho uma banda fixa, já tive a participação de outros músicos em outras
composições, mas “Lie” foi feita dessa forma, e foi muito satisfatório.
Por este motivo, posso dizer que é um dos singles que mais representam o
estilo de música que eu quero fazer. O single foi regravado, mixado e
masterizado pelo Pablo Greg, que levou a qualidade da produção para
outro nível.
- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao projeto solo de ADNA MELAN...
Muito obrigada! Foi um prazer participar e compartilhar um pouco mais do meu trabalho.
terça-feira, 2 de setembro de 2025
Entrevista: Adna Melan - Uma Pitada de Sensualidade no Cenário Gótico Nacional
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário