quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Lynch Mob: O Último Rugido

Frontiers Records (Imp.)

Por Paula Butter

A tarefa de resenhar um álbum tão importante, sempre é um desafio, primeiro por ser uma banda com muita história e que passou muitas fases do Hard Rock estadunidense. E por que não, do Rock raiz mundial. George Lynch e companhia conseguiram sobreviver com maestria por vários anos, enfrentando a era Grunge, o fortalecimento dos Pop Stars, enfim, várias décadas de mudanças. Entretanto sempre fiel ao gênero, adaptando-se ao contexto e sempre entregando aos fãs, música despretensiosa e de qualidade. 

Portanto a despedida da banda não poderia ser diferente, um álbum desafiador, tanto em sua arte, quanto em suas faixas. Fica difícil definir a melhor ou a intermediária, enfim, começo com a que chamou mais atenção, os singles “Saints and Sinners” e “Dancing With The Devil” realmente foram ótimas escolhas para os primeiros lançamentos. Qualidade musical impecável, músicos afiadíssimos, vocais perfeitos, o resultado que  pode se chamar de Hard Rock atual e agradável para os ouvidos, e não somente dos fãs, para quem está começando no gênero é uma boa pedida.  

Seguimos em frente, “Love In Denial” é uma boa surpresa, bem ritmada e que traz um pouco da era Glam Rock a tona, na sequência  a desafiadora “Machine Bones”. Já em “Follow Me Down” vem aquela canção com refrões cantantes e atmosfera vintage, dando um toque diferenciado na audição do álbum. Enfim, a pérola escondida “Golden Mirror”, um instrumental fabuloso e que nos leva para outras eras. Na sequência “Sea Of Stones” dando um ar mais lento e alternativo, mas sem perder a linha conceitual da obra e dando destaque nas melodias e vocais, trazendo também solos de guitarra que flertam com o Blues.

Para finalizar, temos a balada “The Stranger”, não que uma música de Hard Rock possa ser considerada uma completa balada, mas me atrevo a dizer que é o mais próximo deste conceito, dentre as faixas de “Dancing With The Devil”. Finalizando com a “Bonus Track” intitulada “Somewhere”, onde todo o tradicionalismo da banda é resgatado nos minutos finais da despedida. 

Definitivamente, o Lynch Mob venceu as barreiras do tempo e conseguiu encarar com dignidade e talento, desde o início, com os cabelos compridos e calças justas, ao visual atual moderno, mas ainda arrojado, que só a maturidade traz. Definitivamente uma despedida com “chave de ouro”, frase um tanto piegas, mas que na falta de uma melhor, continua sendo a opção que define o reconhecimento de uma vida dedicada ao Rock N’ Roll.

Frank Lopez


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