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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Entrevista - Human Plague: Sem surpresas, é Metal Extremo na mesma linha do que fazemos desde sempre!




A Human Plague foi formada em 2011 em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, onde há uma cena prolifica dentro do Metal, revelando bandas de diversas vertentes e o quinteto entrega um Death Metal inspirado nos pilares do estilo.

Com um EP e um álbum no currículo, a banda prepara agora o lançamento do esperado segundo full-lenght, "Tombs of Thought", o qual já está em fase final e promete uma banda que traz uma evolução natural, mas fazendo o que se propôs desde o início: Metal Extremo!

Confira a seguir a entrevista com a banda, representada pelo vocalista Cássio Lemos.



RtM: Após um período de pausa, a Human Plague retornou às atividades, lançando single, fazendo shows e já com um novo disco, "Tombs of Thought", quase finalizado. Como foi o processo de composição e gravação desse trabalho de retorno?
Cássio Lemos: Não tivemos exatamente um período de pausa da banda, mas houve sim um momento confuso, com o início da pandemia juntamente com uma forte mudança na formação, em que ficamos sem guitarrista. 

Logo aconteceu a entrada do Léguas, mas estávamos todos afastados em isolamento. Começamos a compor material novo remotamente, cada um contribuindo com ideias. Com o retorno dos ensaios presenciais, passamos a fazer composições em estúdio. 

Também tivemos músicas que foram praticamente compostas inteiramente por algum dos integrantes e que fizemos o refinamento em ensaio. Com a volta do Portela, as composições ficaram ainda mais dinâmicas principalmente em relação ao trabalho de guitarras devido às possibilidades de arranjos com duas guitarras.



RtM: E são músicas compostas mais recentemente e com o atual line-up?
CL: Em geral, esse disco tem músicas de épocas bem variadas, desde o início da banda (uma das músicas foi a segunda composição feita, de 2011/12), da época da pandemia, até materiais mais recentes feitos totalmente pela formação atual. 

Isso vale também para as letras, que fora escritas por meio de processos distintos, seja por apenas um, seja passando por sugestões de outros.
A gravação, mix e master ficou à cargo do Fantom Group, estúdio aqui de Santa Maria.


RtM: E em qual etapa está o album? Vocês já tem uma previsão de lançamento, ou não querem apressar o processo, aguardam um momento oportuno? 
CL: O novo álbum, “Tombs of Thought”, está com a mix e master prontas. Estamos fazendo a finalização da arte da capa e encarte, preparando para o lançamento físico, e enquanto isso estamos com o planejamento de lançamentos de singles e clipes para divulgação do material. Temos uma ideia de data, mas ainda não está fechada 100%. 



RtM: Conte-nos um pouco sobre o conceito e letras por trás do novo álbum? Há alguma temática central que permeia as faixas?
CL: O disco não é conceitual no sentido de ter uma espécie de história sendo contada ao longo dele, mas segue as temáticas abordadas pela banda, como pessimismo, niilismo, misantropia, ceticismo, desesperança... A mente humana atormentada e sepultada perante sua insignificância.



RtM: E quanto à sonoridade: os fãs podem esperar algo mais próximo do material anterior da banda, ou houveram algumas mudanças novas sonoras nesse novo disco?
CL: Não tem nada forçadamente pensado em mudanças, mas acredito que há uma evolução natural. Como foi dito anteriormente, tem materiais de vários períodos diferentes, então há composições bem diferentes entre si, mas que se encaixam muito bem no todo do disco. 

É um álbum de Death Metal que apresenta passagens com influências do Black e do Thrash, algumas melodias bem marcantes e algumas partes bem extremas também.


RtM: Existe alguma surpresa ou elemento inesperado nesse novo trabalho que vocês gostariam de destacar? Participações especiais, mudanças de afinação, novos timbres?
CL: Sem surpresas, é Metal Extremo na mesma linha do que fazemos desde sempre!



RtM: Sobre os shows mais recentes, como foi dividir o palco com a banda Left to Die em Porto Alegre, ainda mais sabendo que ela conta com ex-integrantes da lendária banda Death, uma referência histórica para o estilo e também para vocês?
CL: Foi uma honra! Os caras foram (e são) influência pra todo um gênero, e a Human Plague faz parte desse legado. Além de ter a oportunidade de curtir o showzaço deles, apresentando os maiores clássicos do início da banda, ainda tivemos o prazer de trocar uma ideia com os caras, que são verdadeiras lendas do metal!


RtM: Na visão de vocês, como está o cenário atual do Death Metal, tanto no Brasil quanto fora? Vocês veem um renascimento, uma estagnação ou uma reinvenção do estilo?
CL: Tem muita coisa boa rolando. Uns anos atrás aconteceu uma espécie de nova onda de death metal old school, com uma porrada de banda surgindo com o som totalmente calcado no início do gênero, e várias delas seguem firmes com ótimos lançamentos. E temos também as bandas clássicas que seguem na ativa com materiais de extrema qualidade. 

Há uma continuidade, seja com bandas mais antigas ou com bandas novas, mas não necessariamente uma reinvenção ou renascimento, mas também não é algo que fica sempre na mesma, a ponto de estar estagnado. É como se fosse uma corrente de motosserra que nunca parou e segue arrebentando tudo que tiver no caminho, como sempre foi!

O Brasil sempre teve uma ótima cena do death metal, e nos últimos tempos isso não tem sido diferente. Várias bandas lançando materiais de muita qualidade, fazendo turnês, produzindo merch...


RtM:Quais bandas vocês consideram fundamentais na forja do Death Metal como o conhecemos hoje? Existe alguma influência que talvez os fãs não esperem ouvir em vocês?
CL: Desde o surgimento do gênero, temos várias vertentes com diferentes características e influências, e isso é normal em qualquer subgênero da música em geral. No death metal podemos ter bandas que focam seja em velocidade, técnica, peso, agressividade, atmosfera, entre outras possíveis abordagens. Entre as bandas que são pilares do gênero, podemos falar de Death, Cannibal Corpse, Deicide, Morbid Angel, Obituary, Bolt Thrower, Dismember, Hypocrisy, entre diversas outras. 

Também há as bandas que não são de death metal mas que ajudaram a criar o gênero, seja influenciando outras bandas ou com lançamentos que ficam em uma fronteira entre estilos, como Sodom, Slayer, Sepultura, entre outras. Bandas mais recentes também são de grande importância para o gênero, e como influência para a banda também. E é bem fácil de achar algumas referências a outras vertentes, como black e thrash metal, e até elementos vindos do heavy metal mais tradicional também.


RtM: Além do novo disco, a banda já tem algum plano para turnês e buscar atingir um público em nível nacional, e claro, também lá fora?
CL: Como ficamos focados no processo de gravação, ficamos um bom tempo sem ensaiar. Agora retomamos essa rotina nos preparando para os shows de divulgação do lançamento do "Tombs of Thought."

A ideia é sempre apresentar nosso trabalho pra novos públicos e espalhar a praga por aí. Temos algumas datas já marcadas dentro do estado mesmo, mas conforme for, sempre há a possibilidade de tocar em outros estados também. 


RtM: E vocês planejam também alguns videoclipes e lançamentos físicos como vinil ou cassete?
CL: O primeiro single, “Heretic”, foi lançado com um clipe, disponível no YouTube. Temos planos de lançar mais singles com clipes. Sobre o lançamento físico, a gente sempre prezou por fazer os CDs da melhor forma possível. 

No EP “Marching Through the Fields of Desolation” e no álbum “Harvest of Hate”, fizemos de forma independente. No “Tombs of Thought” estamos buscando parcerias de selos para o lançamento. Isso pode incluir outros formatos além do CD, como vinil ou cassete, mas ainda não temos nada certo sobre isso.


RtM: Para quem está conhecendo a Human Plague agora ou para os fãs antigos, que mensagem vocês gostariam de deixar nesse novo momento da banda e com o novo álbum em iminência de ser lançado?
CL:Estamos trabalhando intensamente para entregar um grande trabalho de death metal, e esperamos que o público fique tão satisfeito quanto nós em relação a esse novo álbum! Agradecemos o apoio de todos ao longo dessa caminhada. Nos encontramos pelo underground! 

Entrevista: Caco Garcia 
Fotos: Arquivos da Banda 

Human Plague é:
Cássio Lemos: Vocais
Rafael Léguas: Guitarras
Bruno Portela: Guitarras
Emiliano Cassol: Baixo 
Carlos Armani: Bateria





segunda-feira, 27 de julho de 2020

Entrevista: Secret Rule - "Continuamos a Fazer Música, Como Sempre Fizemos"


O Secret Rule foi fundado na Itália, em 2013, e faz um Metal moderno, mixando riffs pesados e melódicos, incursões de elementos sinfônicos e eletrônicos, aliados aos vocais de Angela Di Vicenzo, construíram uma identidade musical forte.   (English Version)

A banda também possui um planejamento bem elaborado, que a permite lançar praticamente um álbum por ano, apesar de todas as dificuldades do mercado atual, e início desta ano lançou "Against", via Pride & Joy Music.

A pandemia mundial, em que a área de shows e entretenimento foi bastante afetada, modificou um pouco e postergou alguns planos. Mas o Secret Rule não parou, e nesse tempo de isolamento e quarentena, seguiram planejando e divulgando seu trabalho, inclusive até lançando mais um álbum! "Quarantine Sessions - The Other Side of Us", com versões de músicas de artistas que os integrantes gostam.

Conversamos com Angela Di Vicenzo, que nos contou um pouco mais sobre os novos álbuns, a maneira que a banda trabalha, cuidando de vários detalhes além da composição e produção, como mídias sociais, agendamentos de shows e etc, comentou também sobre o mercado musical, e claro, como foi ou está sendo esse período de pandemia na Itália, país que foi bastante atingido, tendo sido necessário medidas como um Lock Down. Confira a seguir:


RtM: Falando sobre o trabalho mais recente, "Against", a cada álbum a banda mostra novidades. Para você, quais são as principais mudanças em "Against"? Pessoalmente, senti que há mais peso nas músicas, os teclados também estão mais presentes.
Angela: Oi Carlos, sim, "Against" é a evolução natural do nosso som. Certamente, é um pouco mais pesado e agressivo e há mais sons industriais nele. A verdadeira novidade é que cuidamos de toda a produção deste CD por nós mesmos. Pensamos, escrevemos, gravamos, mixamos e masterizamos tudo nós mesmos. Criamos os gráficos, preparamos as fotos, cada detalhe foi tratado por nós. Foi um grande desafio, mas agora estamos totalmente satisfeitos com isso.

"Achamos limitante quando nos descrevem como Metal Sinfônico"
RtM: O primeiro single foi "Purgatory", que também ganhou um vídeo. Comente mais sobre essa música e por que vocês a escolheram para o primeiro single?
Angela: Queríamos algo diferente. Muitas vezes, nos últimos anos, as pessoas que descrevem nosso som nos descrevem como metal sinfônico. Achamos um pouco limitante, certamente há muitas atmosferas sinfônicas em nossa música, mas não apenas essas. O riffing é mais agressivo e totalmente diferente das bandas sinfônicas, usamos muitos loops eletrônicos e sons industriais ... estes não é exatamente o que você encontra na música sinfônica. Então, o "Purgatory" foi a música certa para marcar que algo havia mudado. Esta mensagem foi principalmente para outras pessoas, não para nós ... porque continuamos a fazer música como sempre fizemos.


RtM: Duas das minhas favoritas no álbum são "Against" e "Deep Solitude", que tem belas melodias e um refrão cativante. Eu gostaria que você nos contasse um pouco mais sobre eles e a inspiração para as letras.
Angela: "Against" também é uma das minhas favoritas. O novo álbum começou a partir dessa música e conceito, na verdade, também é o título do álbum. Eu sofro com este mundo, esta sociedade. Não consigo entender como é possível ver tanta violência, racismo e injustiça e como tudo é sempre guiado por dinheiro e poder. Voltando à questão da manipulação da sociedade, tudo é filtrado por todas as formas de mídia e, pior ainda, pelas redes sociais. Então essa música é o meu grito, convidando as pessoas a serem mais fortes, para que possam encarar essa vida todos os dias e lutar pela liberdade.

"Deep Solitude", é sobre a dificuldade que temos em entender nossos sentimentos. Por isso, muitas vezes acabamos machucando as pessoas que mais amamos. Nós somos complicados. Muitas vezes caímos em nossa solidão, incompreendidos, incapazes de formar e manter relacionamentos, mas nosso silêncio é o grito mais alto quando precisamos pedir atenção.

RtM: A mudança de selo parece ter aberto novas portas, a banda tendo um tratamento melhor, vários vídeos, lançando álbuns regularmente, até tivemos uma edição limitada especial de "Against". Eu gostaria que você comentasse sobre isso e a viabilidade das bandas continuarem lançando novos álbuns, porque elas nem sempre têm retorno quando se autofinanciam ou não têm o apoio adequado de uma gravadora.
Angela: Hoje, se você quer ser músico, tem que vir de uma família rica! (risos)
Essa é a realidade das coisas. Tudo o que fazemos, fazemos sozinhos. Como eu disse, cuidamos de tudo e pagamos por tudo. Os selos hoje oferecem pouca ajuda para distribuição, nada mais.

Por exemplo, a promoção nos webzines e revistas não é tão importante hoje em dia, porque na maioria das situações, os escritores são jovens que trabalham de graça ou com pouco dinheiro, sem formação musical, sem cultura musical e seu álbum termina sendo analisado por pessoas com dezoito anos e que, em um bom número de casos, ouvem um gênero musical diferente do que você toca. Felizmente, também existem escritores profissionais, mas ficou difícil para eles também trabalharem. 

Hoje, uma banda antes de ser uma banda deve ser um gerente de mídia social especialista, um gerente de música especialista, um promotor especialista e um booker, então você pode ser um músico. O mundo está indo nessa direção e aqueles que não estão preparados para isso terão uma vida difícil.

"Hoje, uma banda antes de ser uma banda deve ser um gerente de mídia social especialista, um gerente de música especialista, um promotor especialista e um booker..."
RtM: É uma realidade totalmente diferente daquele tempo em que gravadoras investiam muito dinheiro.
Angela: Nós fazemos um álbum por ano porque queremos fazer isso. Com ou sem gravadora. Nos últimos anos, encontramos uma boa pessoa como a proprietária da Pride & Joy Music, ela é uma das poucas pessoas corretas nesse mercado de música, certamente é muito importante ... mas só com isso, você não pode sobreviver neste mundo. Não é o suficiente.

Planejamos nossa atividade ano após ano ... sabemos exatamente o que faremos nos próximos 12 meses. Esse é o nosso segredo. Planejamento, programação, trabalhando duro todos os dias, a cada hora.

RtM: Vocês lançaram recentemente o álbum "Quarantine Sessions - The Other Side of Us", com versões de músicas de artistas que você gosta. Conte-nos um pouco sobre como surgiu a idéia e como foi o processo de gravação.
Angela: Durante a quarentena, planejamos lançar alguns vídeos com alguns covers. Quando lançamos a cover do Ozzy ("Gets me Through") e "The Bitter End" do Placebo, recebemos muitos pedidos de nossos fãs que nos pediram para lançar um álbum inteiro de covers. Por isso, pensávamos que só o faríamos se conseguíssemos em duas semanas ... antes que a quarentena terminasse, caso contrário, não faria sentido.

Então, escolhemos as outras músicas e começamos a trabalhar imediatamente na produção ... e em duas semanas estávamos prontos para lançar o álbum. Foi auto-produzido e auto-lançado. Sobre a produção, foi bastante fácil para nós, porque cada um de nós tem seu próprio estúdio e no final das sessões o Andy mixou e masterizou tudo. Então, tudo foi muito divertido.

RtM: E nesse álbum, quais músicas você mais curtiu cantar e por quê?
Angela: É difícil escolher, porque todas as músicas são muito diferentes. Certamente eu gosto de "Not Afraid" porque gosto de sua energia e foi um desafio para mim cantá-la. Eu não sou uma rapper! (risos) Eu amo "Back to Black" porque amo muito essa música! "I Think I'm Paranoid" é tão enérgica e rock, como "The Bitter End" também! "The Swan Song" porque eu amo a voz de Sharon (Within Temptation), e me diverti cantando essa música com uma abordagem diferente em relação à versão original. Mas no final, eu gosto de todas as músicas!

"Lançamos alguns vídeos de covers na quarentena, e os fãs começaram a pedir mais, então fizemos um álbum inteiro."
RtM: Bem, é impossível não perguntar como você se sente ao passar por esse "clima de guerra" na Itália. Conte-nos um pouco sobre como foram esses dias e a rotina por aí.
Angela: Não diria um clima de guerra, há muito silêncio. Todo mundo está vivendo sua vida trancado em casa, com sua família, passando o tempo com todas as coisas que não tiveram tempo de fazer durante a vida cotidiana. Eu fiz o mesmo. Estou passando mais tempo com meus gatos Posi & Nega, comecei a cozinhar muitos bolos diferentes e trabalhei muito mais na Secret Rule.

Não sei se esse vírus foi criado ou se realmente foi um acidente, nem é difícil acreditar em nenhuma explicação. Mas esse foi outro grande desafio que a humanidade foi chamada a enfrentar. Houve pessoas estúpidas (vi pessoas cuspirem em outras para aterrorizá-las, ameaçando infecções e ameaçando aquelas que não queriam seguir todas as regras), mas também muita solidariedade e, certamente, quero ver o lado positivo da situação. A pandemia, aquela que levou as pessoas a cuidar de si mesmas. Neste momento, estamos voltando à normalidade e esperamos retornar completamente à normalidade para sempre.

RtM: E o que você fez para passar o tempo, para manter a sanidade física e mental?
Angela: Eu me sinto bem em casa. Eu assisti filmes, brinquei com meus gatos e trabalhei com a banda em novas estratégias. Como sempre temos pressa, aproveitamos todo esse tempo para planejar os próximos passos da melhor maneira possível. Comecei a me exercitar todos os dias para me manter em forma e me sinto muito melhor!

RtM: E como você vê a situação de bandas e músicos em geral agora com essa parada, sem fazer shows. E acho que ainda não há perspectiva de retorno nos próximos meses.
Angela: Certamente é um momento difícil. Para nós, é difícil porque perdemos o palco e o contato com nossos fãs. A troca de energia é o melhor lado de ser músico. Tivemos que adiar nossas turnês e esperamos poder fazê-las em setembro e dezembro. No início da pandemia, eu vi muitas bandas expressando suas dificuldades financeiras, mas depois de um tempo, todas começaram a transmitir shows e encontraram outras maneiras de se conectar com seus fãs.

A chance de encontrar outra maneira de se expressar também se mostrou uma forma de arte, seja streaming de shows, atividades on-line, inventando um novo emprego etc.). Como em qualquer mercado e empresa, uma banda precisa aceitar o risco do negócio e encontrar outras maneiras de sobreviver. Eu acho que é normal.

RtM: Você assistiu muitos filmes e séries durante a quarentena? Qual você recomenda?
Angela: Eu me apaixonei por "La casa de Papel", é claro, e "Vis a Vis", que eu assisti durante toda a pandemia. Gostei muito da atriz "Najwa Nimri" presente nas duas séries. Então eu assisti "Glitch", mas acho que é apenas para certas pessoas. Enfim, gostei. Então, se você não viu "Vis a Vis", comece logo! (risos)
"A Pandemia é um momento difícil para nós músicos... perdemos o palco e a troca de energia com nossos fãs."
RtM: Hahaha, ok, eu vi alguns episódios, mas prometo que vou retomar. Você assistiu o filme "Rocket Man"? Um momento muito legal é quando Wilson diz ao jovem Elton John que "você precisa matar a pessoa em que nasceu para se tornar a pessoa que deseja ser". o que você pensa a respeito? O que a música mudou em você?
Angela: Uau! Isso é verdade! Quando comecei a cantar, por volta dos quinze anos, lembro-me de que era muuuuito tímida. Antes de subir ao palco, eu tinha que correr para o banheiro ... às vezes eu também vomitava antes. No palco, eu ficava quase bloqueada. Mas eu queria ser diferente porque adorava cantar. Então, dia após dia, eu tive que matar meus "limites" e me forçar a vencer minha timidez, meus medos. Quando olhava para grandes cantoras como Cristina Scabbia ou Sharon Den Adel, ficava muito encantada com sua naturalidade e espontaneidade. Foi um processo longo e eu sempre continuo trabalhando isso.

RtM: Obrigado pela entrevista, sempre um prazer falar com você. Tome cuidado e espero que em breve superemos essa pandemia e que boas coisas virão depois de tudo isso.
Angela: Obrigada Carlos, é o mesmo para mim. Obrigado por este espaço e a todos os leitores que nos apoiam.

Entrevista: Carlos Garcia

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