Mais recente trabalho de uma das maiores bandas extremas do underground paulista
Som pesado, rápido e com os dois pés no Black Metal é o que encontramos em “Black Seeds ov Obscure Arts”, segundo da banda Lusferus de Ribeirão Preto/SP.
Lançado em 2013 via Eternal Hatred Records e com distribuição da Voice Music, o petardo é um prato cheio para as adoradores do mais pesado Black Metal, provavelmente um dos álbuns mais agressivos que ouvi.
São apenas 8 faixas diretas, rápidas e com o peso extremo evidenciado, mas tudo numa quantidade cirúrgica que faz do álbum um trabalho coeso, que sabe onde pisa, sem soar barulhento ou querendo apenas ser a banda mais pesada do mundo.
Como quarteto, a Lusferus conta com os competentes Goehrnis (vocal e guitarra), Ivåder (bateria e vocal), Solrac (guitarra e vocal de apoio) e Mütt (baixo e vocal de apoio) que mostram como compor e executar Black Metal empolgante, violento e milimetricamente encaixado nota à nota.
Banda que não quer apenas soar pesada, mas coesa e bem executada
A produção um pouco abafada não chega a atrapalhar, e apenas é notada que poderia ser melhor por ouvidos criteriosos. De maneira geral, o trabalho da banda e com Rômulo Ramazini e Marcio Herzer (Home Bless Estúdio) em “Black Seeds ov Obscure Arts” é bastante satisfatório. Aliando isso com o encarte com as letras, fotos e informações, juntamente com a capa temática criada por Ana Cristina Ferreira, temos um trabalho de digníssima qualidade e que deve figurar na coleção de qualquer um que goste de Black Metal de verdade.
Ouça faixas como “The Eye” (mais de seis minutos e arregaçando no começo do CD), “Seasons of the Suffering”, “Voices From Beyond” e a última “The Day That Earth Shall Burn”, que é a mais “épica” do álbum, fechando com chave de ouro esse ótimo disco.
01. The Eye
02. Novam Aetate
03. Seasons of the Suffering
04. Path of the Serpent
05. Black Seeds ov Obscure Arts
06. Voices from Beyond
07. Dark Times
08. The Day that Earth Shall Burn
A certeza de
que a qualquer momento poderemos ouvir algo novo, que traga novas ideias e
novos ares é o que mais me fascina no mundo da música. Se algum tempo atrás um
ou outro sub-gênero do Metal, como o lado mais melódico do Power Metal, tenha
sofrido um desgaste, agora o cenário já apresenta uma renovação, inclusive com
algumas bandas com mais tempo de estrada lançando bons discos, como o Sonata Arctica,
Vision Divine e Rhapsody of Fire, afinal, não se pode viver só do mesmo álbum,
ou gravar a mesma música várias e várias vezes. Aliás, até que pode, e uns o
fazem, mas são fadados ao esquecimento ou ostracismo.
Falando em novos ares e renovação, o 4th Dimension, banda italiana fundada em 2005, lançou este ano o seu segundo trabalho, "Dispellig the Veil of Illusion" (o primeiro, "The White Path to Rebirth" é de 2010), com uma excelente e límpida produção sonora. O grupo dá mostras que, enquanto surgirem novas bandas, com ideias bem trabalhadas, cuidado nas composições e criatividade, não há o que temer quanto ao ostracismo de um estilo ou de uma banda.
Pode-se dizer, como referência, que o 4th Dimension faz um Power Metal Melódico que se assemelha em alguns aspectos a boa safra finlandesa, porém,seria até errado colocá-los somente com esse rótulo, pois agregam vários outros elementos, o release da gravadora fala em Modern Power Metal, até que é um termo interessante, pela linha seguida, como os interessantes arranjos de teclados e sintetizadores que fogem daquela linha mais clássica (embora não seja algo totalmente novo).
Instrumental muito bem trabalhado, variações, criatividade nos arranjos, com cada música apresentando elementos diferentes, não deixando que o álbum caia no lugar comum, ou seja repetitivo, mantendo a atenção do início ao fim, ou seja, percebe-se uma preocupação com a qualidade do que fazem.
(abaixo,"Angel's Call", do primeiro álbum)
Louve-se a performance dos músicos, muito competentes, destacando o vocalista Andrea Bicego, que, além de um timbre bem interessante, utiliza-se também várias nuances, com interpretações com feeling, não seguindo somente aquela linha mais, digamos, comum no Power Melodic, ou seja, somente com vocais muito altos.Não que ele não se utilize desse artifício, porém, seja em músicas mais rápidas, como "The Circle in the Ice", como ou nas mais climáticas e cadenciadas, como "Away", que apresenta linhas vocais criativas, e como falei, em vários momentos, praticamente interpretando, lembrando-me de cantores como Jon Oliva ou Meat Loaf, que provavelmente tenham servido de influência para Andrea, e quem sabe um dia o cara chegue a um patamar próximo desses ídolos, não é?
Falando um pouco das faixas do álbum, o play abre com a intro "Veil 3102",seguida da de "The Circle in the Ice", que alterna momentos daquele Power Metal Melódico veloz, porém com variações e mudanças de ritmo, além de melodias cativantes nos teclados, que em vários momentos segue uma linha mais moderna, com alguns efeitos eletrônicos e sintetizados, fugindo também um pouco daquela linha mais tradicional, orquestrada ou neoclássica de um Rhapsody, por exemplo, e destacando os vocais de Andrea, também com criativas linhas;"Kingdom of Thyne Illusions" (confira acima), que também foi a escolhida para o vídeo promocional, também segue uma linha mais veloz, com melodias cativantes e muitos teclados, aliás, nessas partes mais rápidas é que eles me lembram mais o Power Melódico finlandês (Sonata Arctica, principalmente); "Extra World", também alterna momentos mais rápidos e variações criativas, mostrando que eles não partem para um lado mais fácil ou mais cômodo, buscando soluções interessantes para cada canção;
"White Logic" também é um bom exemplo da criatividade da banda,seguindo uma linha mais cadenciada, destacando excelentes arranjos de teclados e a linhas vocais; "The Watch Tower", que é baseada no livro "La Torre Vigia", de Ana Maria Matute, traz diversos climas e variações, num álbum bem dinâmico, e como você percebeu, quase falei de todas as faixas, pois realmente são muito boas, mantendo o álbum num nível elevado, as músicas bem trabalhadas, com arranjos e refrãos cativantes e criativos, sendo até injusto destacar somente algumas, assim como a performance dos músicos, apesar disso, é necessário louvores aos teclados de Fusaro e os vocais de Bicego.
Um álbum de nível alto, mais maduro e superior ao também muito bom "debut", "The White Path to Rebirth", que já mostrava o potencial da banda. Se depender de bandas como o 4th Dimension, sempre teremos renovação e boa música, independente de sub-gêneros ou rótulos. Altamente indicado para o apreciadores da linha, mas também para fãs de Metal bem feito em geral.
Texto: Carlos Garcia
Edição/Revisão: The Digger
Ficha Técnica:
Banda: 4th Dimension
País: Itália
Álbum: Dispelling the Veil of Illusion
Ano: 2014
Selo: Power Prog
Estilo: Power Metal/ Modern Power Metal Melodic
The certainty that anytime we hear
something new, bringing new ideas and fresh air is what fascinates me most in
the world of music. If some time ago one or other of sub-genres of Metal, for
an example the more melodic side of power metal, has suffered wear, now the
scenario already has a renewal, including some pionnering bands releasing good
records, such as Sonata Arctica, Vision Divine and Rhapsody of Fire, after all,
no one can live releasing the same album year after year, or record the same
song several times! In fact, until you can, and some do, but they are doomed to
forgetfulness or ostracism.
Speaking of fresh air and renewal, the 4th Dimension, Italian band founded in 2005, this year released their second album, "Dispellig the Veil of Illusion" (the first, "The White Path to Rebirth" is from 2010), with a excellent, careful and clear sound production. The group shows that while new bands appear with well crafted ideas, care and creativity in the compositions, there is nothing to fear for the ostracism of a style or a band.
You could say, as a reference, the 4th Dimension is a Power Metal Melodic that resembles in some respects the Finnish "good harvest", however, would be wrong to put them only with this label, because they add various other elements, the label's release speaks in "Modern Power Metal", well, it is an interesting term, they try to bring something new in the sound and arrangements, with interesting keyboards and synthesizers, not only using just the traditional side.
Instrumental beautifully crafted, variations, creativity in the arrangements, with each song featuring different elements, trying to never fall into the commonplace, keeping the listeners attention from beginning to end, and you can perceive a concern with the quality of the songs.
(below, "Angel's Call", from the first album)
Praise the performance of the musicians, very competent, highlighting vocalist Andrea Bicego, which, besides an interesting timbre, also used various nuances, with interpretations with feeling, not only using high vocals, like the common line of the Power Melodic. Not hi did not use this artifice, for example on more fast songs such as "the Circle in the Ice", but as much these, or as in most climatic and rhythmic, like "Away", he presents creative vocal lines, and as I said, at various times, interpreting the songs, sometimes reminding me a little singers like Jon Oliva or Meat Loaf, masters of "interpretation".
Talking about the album's tracks, the play opens with the intro "Veil 3102", then the "The Circle in the Ice", which alternates moments that fast Melodic Power Metal, but with variations and changes of rhytm, and melodies captivating on keyboards, which at various times following a more modern line, with some electronic and synthesized effects, also running some of that more traditional, orchestrated or neoclassical line of a Rhapsody, for example, and highlighting the vocals of Andrea, also with creative lines;
"Kingdom of Thyne Illusions" (check above), which was also chosen for the promotional video, also follows a faster line, with catchy melodies and many keyboards, moreover, these faster parts is that they remind me more Finnish Melodic Power (Sonata Arctica, mostly); "Extra World" also switches faster and creative variations moments, showing that they do not run for an easier or more convenient side, seeking interesting solutions for each song;
"White Logic" is also a good example of the creativity of the band, following a more rhythmic line, highlighting excellent arrangements of keyboards and vocal lines; "The Watch Tower", which is based on the book "La Torre Vigia" by Ana Maria Matute, brings diverse climates and variations, a very dynamic album, and as you noticed, I've talked of almost all the tracks because there really are very good , keeping the album on a high level, well-crafted songs, with arrangements and choruses catchy and creative, being unfair to highlight only a few songs.
An album of high-level, more mature and superior to the also very good "debut", "The White Path to Rebirth", which already showed the potential of the band. While bands like the 4th Dimension still arising, bringing new renewal and good music, regardless of sub-genres or labels, we will continue optimistic about the future. Highly recommended for Melodic Power Metal fans, and for metal fans in general, wich enjoy good music.
É isso mesmo os
irmãos Cavalera retornam a capital gaúcha mais uma vez, mas desta vez com o
Cavalera Conspiracy, onde continuam a divulgação de “Blunt Force Trauma” (2011-segundo
álbum do projeto) e iniciam as divulgações do novo play, intitulado de “Pandemonium”,
que tem previsão de lançamento para este segundo semestre.
Graças a Abstratti
Produtora poderemos rever os irmãos Cavalera mais uma vez em POA/RS, sendo que
os mesmos já tiveram muitas vezes na capital junto com sua antiga banda o
Sepultura, e Max recentemente com o Soulfly.
O show será no dia
14/09 no templo sagrado do Rock/Metal o Bar Opinião, com inicio previsto para
as 21h.
Aproveite e confira
também e confira todas informações sobre o show:
Local
Opinião (Rua José
do Patrocínio, 834)
Quando
14 de setembro,
domingo
Horários
19h abertura da
casa
20h Capadócia (SP)
21h CAVALERA
CONSPIRACY
Ingressos
1º lote R$80,00
ESGOTADOS
2º lote R$90,00
3º lote R$120,00
4º lote R$200,00
HotPass
R$ 40,00
*O HotPass dá
direito a entrar 30min antes da casa abrir para os demais clientes. Quem
adquirir o passaporte deve estar na entrada do Opinião às 18h (sem necessidade
de entrar na fila) para terem acesso liberado às 18h30min.
** A compra do
HotPass não vale como ingresso para o show.
Pontos de venda
ONLINE
www.ticketbrasil.com.br
(em até 12x no cartão)
www.opiniaoingressos.com.br
LOJAS
A Place –
Voluntários da Pátria, 294 – loja 150 – fone: (51) 3213-8150
Primeiro vídeo clipe oficial de aclamado disco de 2013
Em 2013 o álbum “The End of Time” da banda brasileira Hevilan ganhou em votação pública neste site o primeiro lugar como melhor disco nacional daquele ano. E, de fato, merecidamente, afinal de contas o álbum, que é o primeiro completo da banda, trouxe composições fortes, rápidas e pesadas, mesclando elementos do Power/Prog Metal com o Metal Moderno.
O que estava faltando para coroar o bom trabalho e seguir forte na divulgação era um vídeo clipe oficial que veio agora em julho com “Desire of Destruction”, nada menos que a melhor e mais pesada faixa do disco. Aliás, a escolha se deu pelo público, já que a banda abriu enquete no inicio do ano para selecionar a canção que ganharia vídeo clipe.
Capa do Melhor disco de 2013 segundo nossos leitores
Com uma gravação de alta resolução, a direção ficou a cargo de Caio Cortonesi e traz a banda tocando num ambiente destruído, abandonado, com tomadas captando muito bem a energia do grupo que agora está completo com o baterista Rafael Dyszy, já que a bateria do álbum fora gravada pelo mundialmente conhecido Aquiles Priester (Hangar, ex-Angra).
Os produtores interessados em um show da banda devem entrar em contato pelo email contato@msmetalpress.com
(CLICK HERE TO READ THE ENGLISH VERSION)Quando se
pensa em Heavy Metal na Rússia, o primeiro nome que vem e mente é “Aria”, banda
fundada em 1985 (ainda na antiga URSS), o “Iron Maiden Russo”, com suas belas
letras, muitas escritas pelos poetas Alexander Yelin e Margarita Pushkina, provavelmente é a maior referência do Metal daquele
país, uma das primeiras a romper barreiras.
Muitas novas
bandas tem surgido na Rússia, e o Concordea, vem buscando seu espaço, trabalhando
duro, tendo uma sonoridade muito criativa, com composições bem trabalhadas, a exemplo
do clássico “Aria”, também com letras belas e poéticas (porém, com a diferença
que são escritas pelos compositores da própria banda), mostrando que, quem sabe possam ser em breve,
uma nova referência do Heavy Metal russo. Talento eles mostraram possuir, e deixam a certeza que e um próximo álbum, talvez com um produtor experiente e um melhor estúdio, alçarão vôos mais altos.
Para levar aos
leitores, como sempre buscamos fazer, um pouco mais sobre as novas promessas
que surgem pelo mundo metálico, conversamos com a bela e talentosa guitarrista
e fundadora Daria Piankova, que nos conta sobre a cena russa (onde podemos perceber que não é só no Brasil as dificuldades de manter uma banda de Metal), as gravações do
recém lançado primeiro trabalho, a participação do vocalista italiano Andrea
Bicego (4th Dimension), e até sobre a copa do mundo de 2018, e muito mais, confira a seguir !
Daria Piankova
Road to Metal:
A banda foi fundada por você e Alexey, em 2011, certo? Conte-nos um pouco da
história da banda.
Daria
Piankova: Na verdade o primeiro membro da banda que conheci foi Nikolay
Konstantinov, nosso baixista e compositor. Isto foi em 2009, quando eu estava
começando a minha busca pelos companheiros para tocar. Mas nossos caminhos seguiram
em separado. Nós nos encontramos novamente no verão de 2011. Eu já havia
encontrado Alexey antes, no inverno. A procura foi longa ...
O line up só
foi concluído em 2012. No início de 2013 o vocalista Dmitri nos contou sobre
sua decisão de partir de Ekaterinburg e seguir
carreira de cantor de ópera. Além disso, devo contar-lhe sobre algumas mudanças
que aconteceram recentemente: o segundo
guitarrista Alexey deixou a banda, agora vamos contar com Konstantin Kirillov,
e Denis Baranov está nos vocais. Essa é
a nossa curta crônica.
RtM: E para os
leitores que estão conhecendo a banda, como você descreveria o som do
Concordea?
DP: Temos um poderoso
som de guitarra, bateria Thrash, teclados "atmosféricos". E toda essa
massa sonora é liderado por vocais altos ... isso é o que você pode ouvir no
nosso EP. Apesar do fato de que somos de uma banda, todos nós temos diferentes gostos musicais (felizmente ou
infelizmente, depende do ponto de vista ha ha ha) e você pode sentir isso ao
ouvir nossas músicas.
Line up atual, com Alexey, Denis, Daria, Konstantin, Nikolay e, ao fundo, na bateria, Roman
RtM: Quais são
as influências musicais que você pode nomear e de que forma você acredita que a
banda vai ter um diferencial no cenário?
DP: Como as
músicas estão sendo escritas por Nikolay e eu, há muitas influências. Até onde eu
sei, Nikolay foi influenciado por diversas bandas de vários estilos, em diferentes
períodos da vida: Aria ( banda de heavy metal muito famosa aqui na Rússia,
Rammstein, King & Jester (Korol’ i Shut in Russian, uma banda Russa de Punk
Rock) , Nightwish, Sonic Syndicate.
Quanto a mim,
eu gosto de um monte de música diferente também, desde a música barroca e música
clássica em geral, ao rock clássico, de symphonic black metal/death a New Age.
Também tive forte influência, obviamente, pelo Power Metal italiano e finlandês, da cena dos anos 90 e
2000 (Rhapsody, Vision Divine, labirinth, Highlord, Nightwish, Sonata Arctica,
etc) Portanto, esta variedade será certamente impressa em nossas músicas também
no futuro.
RtM: Com
relação ao que eu perguntei antes, eu vou dar a minha opinião sobre o que eu
aponto como um diferencial, que são as letras, e as variações no som,
transmitindo várias emoções e sentimentos. Comente um pouco sobre o que te
inspira a escrever as canções.
DP: Toda a
beleza que me faz experimentar sentimentos. As emoções fortes movem-me para o
trabalho criativo. Uma grande canção, um concerto inspirador, uma pessoa
original, um texto profundo, uma vista inesquecível ... às vezes é o suficiente
ver as nuvens mudando no céu ou o modo como o sol brilha e você já quer
escrever sobre isso.
RtM: Para
gravações dos vocais em "Before the Sunrise" vocês contaram com
Andrea Bicego, da banda italiana "4th Dimension". Como surgiu a
oportunidade? Existe possibilidade dele contribuir novamente com banda?
DP: Quando
Dmitri decidiu deixar a banda, nós já vínhamos conversando com Andrea por
vários meses, discutindo vários assuntos musicais. Se uma banda não tem um
cantor, significa que não há concertos, não há gravações. Ensaios infinitos,
sem qualquer chance de ser ouvido. Durante muito tempo, não conseguimos encontrar
alguém que pudesse se encaixar pelo menos um pouco da nossa música. E eu tive a
ideia de convidar Andrea (Bicego,vocalista do 4th Dimension), embora isso envolvesse riscos. Eu ouvi o seu trabalho
ao vivo e também em CD, achei que sua voz poderia perfeitamente combinar com a
música do Concordea.
Ele
imediatamente aceitou a minha oferta para cantar nossas músicas, ele gostou do
material. Então ele gravou algumas versões demo, primeiro foi "Behind the wind", e
ele saiu-se de forma fantástica ... Nós TODOS gostamos de seu desempenho e Andrea
se tornou nosso cantor oficial para as gravações. Mas, como você pode imaginar,
para uma banda como a nossa, é um enorme desafio viver e tocar em um país e ter um vocalista em outro ... Embora tivéssemos
algumas conversas a respeito de concertos comuns com Andrea, há muitas dúvidas
sobre a possibilidade de realização. No entanto, eu acredito que tudo muda e
tudo é possível se ambas as partes têm vontade recíproca e um propósito ... Por
falar nisso, como eu já disse, no momento estamos realizando concertos com um
cantor local, e suas habilidades vocais são muito diferentes das de Andrea.
Andrea Bicego e Daria durante as gravações
RtM: Daria, eu
sei que você escreve boa parte das letras e músicas, e muitas das linhas vocais
também. Como foi trabalhar as linhas
vocais com Andrea? Ele também ajudou com as composições?
DP: Bem, a
autoria musical é de cerca de meio a meio, metade escrito por Nikolay, metade por mim. Devo dizer que Nikolay é ótimo
com os arranjos, especialmente arranjos de teclado. A maior parte das linhas
vocais são minhas, você tem razão. É por isso que eu confiei na capacidade de
Andrea: ele é muito preciso e atencioso com as letras e melodias.
Ele sabia que
eu tive de traduzir meus textos originalmente em Russo para Inglês, e ele era
muito cuidadoso com o seu sentido e forma, quando ele ia mudar alguma coisa
para torná-lo mais pronunciável. Eu acho que nós estávamos na mesma sintonia;
ele pegava imediatamente a entonação certa e ataque que eu pedia. Eu gostei de
quase todas as soluções criativas que ele ofereceu, e certamente ele parecia
ser bastante profissional para uma pessoa tão leiga como eu. Eu sou muito grata
a ele. Foi uma grande experiência ... e, por vezes, muito difícil também,
ahahah.
RtM: Bem,
sobre seu debut, o EP "Before the Sunrise", conte-nos um pouco mais
sobre a gravação e produção. E como vocês chegara até o selo DeFox/Heart of
Steel?
DP: A parte
instrumental foi gravada aqui em Ekaterinburg, no estúdio "Rukami".
Foi a primeira experiência para muitos de nós, e que não foi tão fácil para
mim, hehehe. Oorreu que eu gravei quase todas as partes de guitarra, com
exceção de alguns solos. Os vocais foram gravados no "Greenriver
Studio" em Varese, Itália.
Eu acompanhei
todas as sessões lá. O "Greenriver Studio" foi o mesmo onde toda a
mixagem e masterização foram feitas. O estúdio pertence a Tancredi Barbuscia.
Ele fez um ótimo trabalho! Foi Andrea que o recomendou. O segundo álbum do 4th Dimension
foi completamente gravado e mixado lá, afinal de contas. Quanto ao selo
"Heart Of Steel" , a mesma situação: Andrea ofereceu nossos materiais
para eles, e depois isso eles estavam prontos para lançá-lo.
RtM: Como eu
disse, as letras são um diferencial nas canções do Concordea, e a faixa-título
tem uma letra bem poéticas (Como sabemos, a Rússia tem uma grande tradição
nessa área, de pensadores e poetas), e é minha faixa favorita até agora! Eu
gostaria que você comentasse um pouco mais sobre esta canção.
DP: Esta
canção foi escrita por Nikolay, e posso dizer que é um “hit”. Originalmente ela
levava o título de "In the Shadow", e eu comecei à partir deste
ponto. A faixa é muito poderosa, bateria grandiosa, guitarras potentes e teclados
principais muito bonitos, que tornam o seu espírito muito místico, agressivo e
sombrio. Eu imaginei uma floresta sombria: quando último raio de sol se perde,
parece que quando você perde a última esperança ... na verdade, você vai
encontrar a descrição de uma noite mística nas letras. Mas anseio por luz e
calor, sensação de desespero, muitas vezes, tende a esquecer que "a noite
é mais escura antes do amanhecer". Aliás, entre os 4 textos, este é o que
Andrea trabalhou mais.
RtM: E sobre
"Behind the Wind", soa mais melódica e Prog, mas com a parte final quase
Thrash! Eu acho que também traz a tradução da essência da banda como um grupo
com suas diversas influências, e como todos esses fatores funcionam juntos.
Você concorda? Você pode comentar sobre isso?
DP: Ao meu
ver, "Behind the wind" é a mais complicado entre as quatro músicas do
EP. Cada instrumento interpreta esta composição da melhor maneira possível. A
ideia original foi minha, Nikolay acrescentou o belo refrão, e eu compus a
linha vocal. Roman trabalhou duro no arranjo para a bateria, que acabou por ser
muito complicado. Alexey (guitarrista) decidiu compor um solo, Andrea mudou um
pouco a estrutura, ele deixou o espaço para solo de teclado e Alexey (teclados)
inventou uma bela variação de sintetizador sobre o tema principal.
É uma canção
muito “Concordea”, é épica, romântica e agressiva; melancólica e um pouco
desesperada. A parte final é muito próxima ao thrash, você notou certo! A
bateria intensifica o efeito dramático.
Além disso,
você vai encontrar lá as variações do riff de guitarra, que são muito intensivos,
também... E parece que os acordes dramáticos finais querem fazer você desistir
de qualquer esperança, as letras ajudam muito bem: "Vossa Alteza é pego
pelo vento e levado ". Eu gosto muito do desempenho de Andrea aqui. Seu
ataque e estilo de expressão são apenas uma excelente. Ele pegou bem as entonações
que eram quase inatingíveis para os cantores que tínhamos antes.
RtM:
Continuando, fale mais sobre a bela letra desta música. "Saciar a minha
sede, saciar meu fogo, aliviar-me de pensamentos dolorosos!" E então...
não vai haver nenhuma resposta! (não haverá resposta...) "
DP: Quanto as letras... Eu gosto de que os ouvintes façam as suas próprias associações.
Andrea disse uma vez que ele tinha lembrado da “Tempestade”, de Shakespeare,
ahahah. Bem, as letras têm fundo muito pessoal. Por uma questão de fato, é uma
canção sobre o meu amor não correspondido, sobre a minha paixão.
As letras poéticas e dramáticas de Daria são parte importante da identidade do Concordea
RtM: Como
dissemos antes, as canções do Concordea têm várias nuances, contrastes e
sentimentos, e complementando, vamos falar sobre as duas últimas faixas,
gostaria que você comentasse " Delusive Shades", que soa mais
"dark" e tem uma linha vocal interessante , onde Andrea praticamente
interpreta a canção!
DP: Eu
concordo totalmente com você! Eu considero " Delusive Shades", a
canção mais "mística" do EP do ponto de vista tanto da parte
instrumental, como da parte vocal e textual... As letras que eu escrevi para
ela são minhas favoritas. A mesma pessoa que me inspirou a escrever
"Behind the Wind", foi a minha inspiração para "Delusive Shades”
também. Na verdade, as letras sobre "dança em círculo de tons" e
"transformando-se em uma sombra" são a interpretação de uma fantasia
ou, melhor dizendo, um vestido alegórico para algumas camadas muito pessoais da
minha vida, a vida dessa pessoa e os meus fortes sentimentos em relação a ele...
Mas, na verdade, toda mundo poderá interpretar o texto a sua maneira, eheheh.
A música soa
muito gótica, e cada parte de guitarra, cada parte do teclado, a cada mudança
de ritmos criam uma atmosfera especial. Desculpem-me (não é legal elogiar as próprias
composições, heheeh), mas a parte final desta canção ainda me dá arrepios! Esta
palavra “wistfully” (N. do R.: Daria cita aqui o refrão, e realmente, essa
parte tem um clima bem místico e tenso) soa perfeita em Inglês e soa como um
feitiço para o final... E o rangido duradouro da guitarra faz você se sentir
profundamente na atmosfera mística da música, e faz você se encantar... bom, Isso
é o que acontece comigo ouvindo a música, eu não sei o que os ouvintes dirão,
ahahah.
Andrea Bicego: Prestem atenção nesse cara! Grande revelação italiana.
RtM: ...
quanto a "Message", poderíamos
dizer que soa mais "brilhante" e mais "up".
DP: Quanto à
"Message", é uma alegre e
pacífica canção, se trata de coisas esotéricas: cada música que escrevemos é um
dom das "forças supremas" que se traduzem em músicas e letras. E toda
essa canção é uma espécie de "mensagem" que enviamos aos nossos
ouvintes ... E essas "mensagens" precisam ser sinceras e amáveis em essência,
porque temos de concentrar a nossa consciência sobre a beleza, harmonia e paz
para criar uma realidade pacífica e bela em torno de nós. É simples e é
difícil. A variedade musical de "Message" é exatamente sobre isso: há
muitas passagens de guitarra, existem vários ritmos, baterias incomuns e solos
rápidos. E a voz de Andrea se adapta a música muito bem, poderia dizer que seu
vocal aqui soa “leve”.
Nikolay on stage!
RtM: Bem, vamos
saber um pouco mais sobre você. Quando você começou a tocar guitarra, e como
nasceu a paixão por este estilo musical?
DP: Eu comecei
a tocar violão um pouco tarde, quando eu tinha 19 anos, eu peguei algumas aulas
particulares.. De um modo geral, o meu primeiro instrumento já era a flauta
quando eu tinha 7 ou 8, e com a idade de 10 eu comecei a tocar piano. A paixão
por este estilo musical nasceu em 1999, quando eu ouvi pela primeira vez para o
álbum "Symphony of Enchanted Lands". Eu tinha 12 anos, eu estava
completamente encantada por Rhapsody (of Fire) e minha vida mudou totalmente a
partir daquele momento.
RtM: Falando
sobre o cenário russo, conte-nos como é o apoio para as bandas, o espaço para
shows e condições (incluindo econômicas) para manter uma banda de Metal? Algum
tempo atrás, a Rússia era fechada para muitas coisas.
DP: Bem, um
dos chamados "apoios" é quando você pode alugar algum espaço totalmente equipado, para
pagar 1-2-3-4 ou muitas horas e tocar lá
com os seus companheiros de banda. Há uma grande quantidade de pequenos eventos
realizados em pequenos pubs ou bares, onde várias bandas podem tocar em uma
noite. Se você tem dinheiro e capacidade suficiente, você sempre pode pagar, e aí
tocar uma vez como banda de apoio em alguma turnê de alguma estrela. Muitas
vezes, o mesmo acontece com os festivais. Como você pode ver, a única e mais
confiável forma de apoio, é o nosso entusiasmo e nosso amor para com o que
tocamos e o que fazemos.
RtM: Bem, você
é um dos fundadores da banda, compositora, e tem outras responsabilidades,
praticamente tendo de assumir uma liderança natural. Em sua opinião, quais
habilidades e características que um líder moderno de uma banda precisa possuir?
DP: Além das
habilidades musicais, deve ser bastante
flexível, forte o suficiente ... cheio de várias ideias e deve traduzi-las em
realidade. Deve ser interessante,
amigável e talvez um pouco excêntrico a fim de fazer os outros segui-lo.... É
assim que eu vejo isso no momento.
RtM: Eu
percebo agora que aqui no Brasil estamos tendo a Copa do Mundo de Futebol, e a
próxima Copa será na Rússia. Aqui houveram muitas críticas por causa de gastos
do governo, e algumas manifestações populares e protestos, mas quanto os
eventos e recepção aos turistas, tudo correu relativamente bem, porque o povo
brasileiro é muito hospitaleiro. E aí no seu país, como vocês estão vendo o
fato de que a Rússia será o próximo país a receber a Copa do Mundo?
DP: Você sabe
que está prevista a realização também em
Ekaterinburg? Eles querem construir e reconstruir estádios e prédios, mudando
algumas construções dentro da cidade. Vai afetar fortemente a vida das pessoas.
Muitos cidadãos de Ekaterinburg e de outras cidades também disputam esses
programas. É óbvio, eles não têm sentido, tal volume de investimentos poderiam
ter aplicação muito mais útil!
Denis Baranov é o atual vocalista nas apresentações ao vivo
RtM: Bem,
Daria, obrigado pelo seu tempo, a banda tem um grande potencial e talento,
desejamos muito sucesso para vocês, e espero que um dia vê-los ao vivo em seu
belo país, e talvez em um grande festival como Hellfest, Wacken ou sweden Rock
... e, porque não, aqui no Brasil! Deixo o espaço para sua mensagem final aos
leitores!
DP: Uau, Carlos,
muito obrigado por nos desejar tudo isso, e
por esta incrível oportunidade de dar a entrevista para o seu grande
webzine! Vamos fazer o nosso melhor. Aos leitores do "ROAD TO METAL",
continuem a ouvir boa música, acompanhem-nos, continuem a seguir o "Road
to Metal!", sejam positivos e sorriam mais! Entrevista: Carlos Garcia Tradução/Edição: Carlos Garcia Fotos: Arquivo da banda