sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma Retrospectiva dos 10 Anos do Iron Maiden Como Um Sexteto



E já se passaram uma década desde que a banda Iron Maiden anunciou uma notícia aclamada em todo mundo, desde os fãs até aqueles que apenas acompanhavam a banda: a volta de Bruce Dickinson aos vocais e Adrian Smith nas guitarras, fazendo trio com a dupla Dave Murray e Janick Gers.

A banda, a partir de 1999, tornou-se um sexteto, sendo completada pelo baixista e membro fundador do grupo desde 1976 (no auge da onda Punk na Inglaterra que derrubou muitas bandas de renome, como o Black Sabbath)Steve Harris e pelo baterista Nicko McBrain, na banda desde 1983 quando do lançamento do álbum “Piece of Mind”.

Os anos 90 marcaram profundas mudanças no som do grupo, bem como na sua formação. Os álbuns “No Prayer For the Dying” (1990) e “Fear of the Dark” (1992) traziam a banda numa sonoridade mais Hard Rock, ou ainda, Heavy Rock. Era a estréia de Janick Gers no lugar de Adrian Smith. Guitarristas com posturas e modos de fazer Metal diferentes.

Smith estava na banda desde 1981, gravando todos os álbuns singificativos no grande boom que foi a banda nos ano 80 em todo o mundo. Muitos dos riffs mais conhecidos da banda sairam da sua mente e guitarra.

Então, em 1989, depois do estrondoso sucesso de “Seventh Son of a Seventh Son” (1988), Adrian resolve deiar a banda e monta seu novo trabalho, o Psycho Motel, bem numa linha Hard Rock e de boa qualidade, mas muito aquém do que fazia no Iron Maiden.

A banda seguiu seu rumo, com Janick Gers (que havia tocado na carreira solo de Ian Gillan, atualmente no Deep Purple) e shows agora em arenas menores, vindo ao Brasil em 1993, na sua segunda passagem por aqui.

Mas eis que Bruce Dickinson, que já lançara o perfeito “Tatooed Millionaire” (1990) em carreira solo, decide deixar a banda. Na época eu ainda engatinhava (nem tanto), mas pela repercursão de sua volta (essa que pude acompanhar), pude ter uma ideia do problema que a banda encontrara, que seria conseguir um substituto.

Blaze Bayley foi o escolhido. Ele cantava na ótima banda de Hard Rock (que fonte produtiva para a banda!) chamada Wolfsbane, com três álbuns já lançados e certo reconhecimento na Europa.

Lançam “The X Factor” (1995), após muitas expectativas. Porém, muitos fãs radicais decepcionam-se com a banda, e esta perde em vendas e popularidade. Pior ainda com “Virtual XI” (1998), que decretou a saída de Blaze Bayley.

Sou um grande admirador do Blaze, e esse dois discos muito me agradam. Mas não pude deixar de comemorar a volta do “verdadeiro” vocal da banda e seu ilustre companheiro Adrian (ambos estavam tocando juntos desde 1996, nos álbuns "Accident of Birth" e "Chemical Wedding").

Toda a mídia especializada (e até a nada especializada) deram notícias da volta de Dickinson e Smith ao Iron Maiden, e muito se cogitou sobre a saída de Gers. Porém, Steve Harris e companhia decidem arriscar e passam a trabalhar com os três guitarras, tendo agora um verdadeiro Dream Team em cima dos palcos: Murray com sua habilidade fora de série, mais centrado no palco, Smith com seu jeito mais Hard Rock, com riffs eletrizantes e, por fim, Gers, puro Rock & Roll e muitos malabarismos pelos shows.

Saem em turnê do já anunciado jogo Ed Hunter (1999), tocando clássicos há muito esquecidos, como “Aces High” e “Wasted Years”, não deixando de lado músicas da fase Blaze, como “The Clansman”, “Futureal” e “Man on the Edge”.

A banda lança no ano seguinte, em 2000, o seu novo disco de inéditas, marcando para o mundo o primeiro trabalho criado a partir de três guitarristas. Falo do espetacular “Brave New World” (2000), que em suas 10 faixas, numa sequência mais que perfeita, trouxeram a banda novamente ao topo do cena, não mais vivendo do passado, mas marcando e ganhando prêmios com músicas de grande força como foi o caso de “The Wicker Man”, primeiro single do álbum, com um video clipe superproduzido e que rodava até mesmo nos canais abertos da TV brasileira (o que é um feito e tanto).

Veio a turnê que culminou (em janeiro de 2001) com a única apresentação (esse foi o único ponto fraco da volta: a banda estava mais preocupada em refazer os lados com o público europeu e norte-americano) no Brasil, na terceira edição do Rock in Rio (a banda participara da primeira abrindo para o Queen), na Cidade do Rock no Rio de Janeiro.

Lembro que acompanhei ao vivo pela TV a apresentação e ali que passei a ser realmente fã desses caras e pude perceber o poder das três guitarras ao vivo.

O show que contou com 250 mil pessoas, um recorde para a banda, trazia os maiores clássicos (embora alguns como “Heaven Can Wait” e “Can I Play With Madnes” tenham ficado de fora), intercalados com as seis primeiras faixas do disco em questão, além de duas (“The Clansman” e “The Sgn of the Cross”) da fase Blaze.

Em muitos países, o álbum ficou em primeiro lugar em vendas, assim como o ao vivo duplo gravado no Rio também ("Rock in Rio" em 2002), afinal, desde 1993 a banda nõ lançava nenhum disco oficial ao vivo.

Depois de quatro anos como sexteto, e vendo que a jogada dera certo, lançam “Dance of Death” (2003), um pouco menos intenso que o disco anterior, trazendo uma mescla de canções “épicas”, com muitos e longos minutos, com algumas mais diretas, como “Wildest Dreams”, “Rainmaker” (ambas ganharam video clip) e “Montsegur”. Nesse álbum, “No More Lies” e a faixa título são os grandes destaques.

Alguns fãs não gostaram, esperando um “Brave New World Part II”, mas foi um passo além nessa nova experimentação da banda com três guitarristas e não querendo soar tão moderna.

Dessa turnê, mais um ao vivo duplo e DVD é lançado. “Death on the Road” (2004) foi gravado na Alemanha (em Dortmund) e traz o set list da turnê que deixa de lado clássicos absolutos como “2 Minutes to Midnight”, mas o que não abala a estrura das demais faixas. Da fase Blaze, “Lord of the Flies” foi a única, porém, ficou muito boa.

Mais três anos separam um lançamento do outro e 2006 vê sair “A Matter of Life and Death”, em baixo de insinuações do fim da banda já estar datado e numa turnê que não passou pela América do Sul. Talvez por esse motivo o álbum tenha ficado um tanto apagado entre os fãs. Vários não o escutam frequentemente, embora seu padrão de compoisções ainda seja alto.

Este álbum se caracterizou pela grande maioria das faixas serem longas, com um mínimo de 5 minutos, chegando até épicas como “The Legacy”, que fecha o álbum. Aqui a banda vai ao extremo do que tem feito desde, principalmente, ter se tornado um sexteto, que é músicas muito mais trabalhadas, com viradas ritmicas, progressivas até (especialmente neste álbum de 2006).


O álbum não é ruim. Até, para mim, é melhor que seu antecessor, que embora fosse mais variado, apresentou algumas canções muito fora da linha que a banda costuma fazer, como “Age of Innocence” e “Face in the Sand”, além da bela balada “Journeyman”. Não são músicas ruins, mas não parecem muito com o Iron Maiden que esperamos ouvir.

O ponto fraco que envolve esse álbum, então, foi a turnê não ter passado pela América do Sul, o que chateou muita gente. Porém, a banda resolveu abrir uma nova e diferente turnê, a Somewhere Back in Time Tour ’08, que passou, em sua primeira parte, por três capitais brasileiras e, na segunda, por outras 4. Dessa turnê histórica, surgiram o Cd/DVD “Flight 666”, documentário e show (cada música em um dos shows da turnê de 2008). Você pode conferir resenha de dois shows das duas partes da turnê, bem como sobre o CD Flight 666 neste blog.

A banda, então, colhe os frutos dessa arriscada ação de acrescentar um guitarrista à sua formação ao vivo, já que, como a banda mesmo conta, os álbuns em estúdio costumam possuir mais de duas guitarras nas gravações. Porém, ver o trio ao vivo em cima dum palco, como tive a chance duas vezes ao vivo, é uma experiência úncia na história do Metal e os shows só tem melhrado a partir disso.

Para finalizar, a banda está em processo de composição do quarto disco com essa formação, com lançamento ainda sem data certa, mas para o ano de 2010. E a banda promete retornar à América do Sul, com o show completo novamente, e com uma turnê voltada a fase mais atual, sem esquecer dos clássicos.

Essa foi a nossa homenagem aos 10 anos dessa clássica formação e que, para este que vos escreve, a melhor de todos os tempos.

UP THE IRONS

Texto: EddieHead

2 comentários:

Unknown disse...

Muito boa a resenha! Imaginar que lah ja se vao 10 anos da melhor formaçao da melhor banda do planeta! Up the irons!

Eduardo Cadore disse...

é mesmo. parece quase como se fosse ontem que ouvi os primeiros acordes de "The Wicker Man". tava conhecendo Iron maiden na época ainda.
Vlw aí!