quinta-feira, 16 de junho de 2011

Entrevista: Dancing Flame - Esquentando o Hard & Heavy


É inegável que nossa cena nacional tem trazido bandas de diversos gêneros, sobretudo quando o assunto é Hard Rock e Heavy Metal. Se de um lado temos o Brasil como um dos países de maior destaque no Metal extremo e no Power Metal, de outro ainda estamos “tímidos” quando o assunto é um Heavy mais tradicional com pegada bem Hard.

Algumas bandas tentam mudar esse panorama, mostrando Brasil afora que aqui também é possível tocar um som mais “simples”, mas com alma e obter reconhecimento, sem cair nas armadilhas da grande mídia.

Um desses grupos é o Dancing Flames. Oriundo de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, a banda já é uma das lembradas do gênero tendo apenas um disco lançado, o bom auto-intitulado disco de estreia.

A banda obteve uma ótima nota e resenha que destacou as grandes qualidades do quinteto formado por Adriano Oliveira (vocal), Glaydon Moreira (guitarra), Emerson Mello (guitarra), Kleber Reis (baixo) e Bruno Martini (bateria) na cobiçada revista Roadie Crew (edição nº 145), o que foi apenas mais uma das grandes conquistas do grupo que, embora com apenas um disco, possui estrada e não pretende parar, ainda mais agora que estão a todo vapor.

Entrevistamos a Dancing Flame, com os caras nos apresentando sua trajetória, quais os riscos e vantagens de se prensar um disco independente nesta época, além de outras coisas que só lendo você vai saber.

Sem mais delongas, como o bom Rock & Roll, confira a entrevista com Dancing Flame.


Road to Metal: Primeiramente, agradecemos pelo tempo para a entrevista. Para começar, poderiam fazer um breve resumo da saga de vocês até agora?

Emerson Mello: A banda começou em 95, após o fim da firelips, de onde vieram três membros: eu, Fabian Amado (guitarras) e Sandro Nunes (Bateria). A ideia era continuar tocando Hard Rock e fazendo um trabalho autoral. Deste tempo para cá houveram mudanças de formação, assim como a gravação de duas demo tapes, participação em um programa de TV local, lançamento do primeiro CD, gravação do vídeo clipe oficial e a mudança de nome, pois a banda iniciou sua carreira usando o nome Dirty Woman e em 2009 mudamos para Dancing Flame por achar que este nome traduzia melhor a nossa proposta musical.

RtM: Antes de chegar ao primeiro registro oficial vocês lançaram as duas demos em 96 (“Strike a Blow!”) e em 98 “Red Moon”. Quais eram os objetivos da banda com essas demos? E eles foram alcançados?

Emerson: O objetivo era divulgar a banda enviando estes trabalhos para as revistas especializadas. O resultyado na “Strike a Blow!” foi um pouco tímido, mas a demo “Red Moon” teve maior repercussão. Através dela conseguimos gravar um programa na TV Globo local, tocar em alguma rádios de Rock e tivemos destaque na seção de demos da Roadie Crew, além de termos sido citados por eles no editorial. E respondendo a segunda parte da pergunta, sim, diria que os objetivos foram alcançados.

Banda mostra que Rio de Janeiro também tem Hard & Heavy de tirar o chapéu!

RtM: Vocês conseguiram uma coisa bem rara para uma banda no Brasil que é vincular uma música em um clipe na TV aberta. Como foi essa oportunidade? E a receptividade foi positiva?

Adriano Oliveira: Realmente TV aberta no Brasil é algo difícil de conseguir! Acho que a oportunidade pintou por causa do clip que foi veiculado pela internet no Youtube. Os caras da TV devem ter visto o vídeo e acharam que merecia estar sendo divulgado em sua programação. Isso é um ponto positivo para nós porque tem sido bem aceito sim e acho que é reconhecimento justo depois de tanto trabalho e mais de 15 anos de estrada!

As pessoas tem curtido e, quando participemos do Metal Battle WOA (seletiva para o Wacken Open Air) tivemos um contato legal com o pessoal da Roadie Crew e um dos membros da Metalmorphose (banda pioneira do cenário nacional de Metal) que nos deram feedback muito positivo de nosso trabalho. E se você tem coisas positivas sendo ditas de pessoas que já tem essa bagagem na estrada, com certe z a é motivo de orgulho e nos diz que estamos no caminho certo.

RtM:Vocês lançaram o álbum homônimo de forma independente, porém muita gente diz que não vale a pena gravar CDs hoje em dia por causa da pirataria. Como vocês veem essa questão?

Capa do debut que é alvo de ótimas críticas mundo afora

Kleber Reis: Embora ainda exista a pirataria, o CD ainda é a melhor forma de você construir um trabalho sólido e conquistar o mercado da música, tentar buscar a parceria daquelas que ainda lutam contra a pirataria como nós (no caso, as gravadoras). É inevitável. Uma vez li uma entrevista onde se falava sobre a fidelização de públicos e coisas do tipo, sobre a compra de CD original e pirataria e o resultado foi: o público que mais compra CD original no mundo é o que curte Heavy Metal, Hard Rock e vertentes. Recebemos alguns emails de gringos procurando o nosso CD, perguntando onde eles pode m adquirir o material e nos sentimos de mãos atadas sem a ajuda de gravadoras que poderiam estar fazendo a distribuição e divulgação em certos países.

Emerson: Inegável que com o avanço da tecnologia, com o advento do MP3, etc., o mercado de CDs foi muito atingido, mas eu acredito que este fato é um caminho sem volta, o que deve ser feito é encontrar novas possibilidades dentro deste novo cenário.

RtM: No site de vocês existe a definição da banda como Hard Heavy, porém quem ouve o trabalho com atenção percebe uma grande variedade de estilos com bastante ênfase nos refrões. Como é o processo de composição e quais suas influências principais?

Glaydson Moreira: O processo de composição varia muito. Muaitas vezes pode partir de um riff de guitarra, ou de uma letra, uma melodia de voz ou apenas de algum conceito que queiramos abordar para uma letra. Não há uma influência únaica, mas o somatório das várias visões musicais de cada integrante. Ainda que a base seja sempre o Hard Heavy, temos sempre outros elementos, desde Metal, Classic Rock, Progressivo, até ritmos como Soul, Funk, Blues e Clássico.

RtM: O site de vocês e o próprio CD mostram um trabalho de extrema qualidade e o mesmo pode ser dito do clipe oficial que rola no Youtube. Para vocês o que falta para a Dancing Flame se confirmar na cena nacional e em conseqüência o cenário internacional?

Glaydson: Temos plena consciência de que o mercado para nosso tipo de música é mais abrangente na Europa e Ásia, e nosso foco é trabalhar na divulgação e contratos para o lançamento do CD nesses mercados. Ainda que as dificuldades sejam muitas para sobreviver num mercado altamente competitivo, procuramos manter o foco em nosso direcionamento sempre primando pela qualidade no trabalho da banda. E o principal: atuar sempre com profissionalismo.

RtM: Como vocês avaliam o atual cenário Heavy Hard no país? E principalmente no Rio de Janeiro que há pouco tempo atrás era muito conhecido por ser o celeiro de grandes hordas de Black Metal?

Kleber: Bom, de fato em específico o Rio já teve uma veia mais Hard Rock. Haviam eventos mais direcionados para o Hard Rock e eu acho que é tudo uma questão de oportunidade. Eu sinceramente vejo a galera do extremo (Black, Death e até mesmo Thrash) “correndo” muito mais atrás do que a galera Hard e Heavy Metal. Pode ser uma impressão minha, mas parece que a mairoia de bandas de Heavy e Hard Rock do estado do rio se conatentam em tocar em barzinhos, com um repertório mais cover e na maioria das vezes sem preocupação alguma em crescer. O público de sons extremos normalmente são bem mais unidos, assim como as bandas, e fazem uma quantidade de eventos muito maior para o cenário, o que acaba criando uma onda que só tende a crescer junto ao número de adeptos.

Quanto ao país, reparo que tem muita gente que gosta de Hard Rock e Heavy Metal tradicional. Em destaque São Paulo, tanto no interior quanto na capital, Curitiba e Belo Horizonte. Vejo que o Hard Rock tem um bom cenário, assim como em alguns locais do nordeste, como Ceará.

RtM: Vocês estão preparando um 2° trabalho completo. O que poderemos esperar dele?

Adriano: Bom... É difícil falar de um segundo trabalho porque você sempre espera que seja melhor que oe primeiro. Esperamos que sim. Estamos mais maduros agora e grande parte do trabalho está em processo constante de criação. Temos nos dedicado com mais calma, o que não pôde acontecer no primeiro, onde estávamos em transição em nossas vidas pessoais, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, etende? Neste trabalho estamos mais centrados, os arranjos são mais detalhados, focados tanto na música como produção. Estamos polindo o trabalho ao máximo para que a música seja 100% atitude e emoçeão e podemos adiantar que teremos algumas novidades muito, muito especiais. Esperamos terminar em breve o processo de composição e pré-produção que está bem adiantado e entrar logo em estúdio.

RtM: Obrigado pela entrevista. Gostariam de deixar algum recado para os leitores do blog Road to Metal?

Emerson: Nós é que te agradecemos a oportunidade, a você Harley e ao Road to Metal, de podermos falar do nosso trabalho. Gostaria de convidar todos os leitores a conhecer nosso trabalho, visitando nossos portais oficiais. Muito obrigado a todos e aguardem nosso novo trabalho!

Entrevista: Harley

Introdução: Eduardo “EddieHead” Cadore

Revisão: idem

Fotos: Divulgação

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Site Oficial

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Assista o vídeo clip oficial de “Sleeples Nights


A banda ao vivo no Metal Battle


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