sábado, 11 de abril de 2015

U.D.O. : O Gigante Acordou


Novo álbum, line-up reformulado e fôlego renovado! “Decadent” traz um U.D.O., a banda do baixinho Udo Dirkschneider, que foi a voz da lenda alemã Accept por muitos e muitos anos, sendo que até agora muitos fãs ainda não aceitam muito bem um Accept sem ele.
Ao contrário de sua antiga banda, que incorporou alguns novos elementos, soando mais pesado e mais atual, nos últimos tempo o U.D.O. vinha se repetindo demais com a fórmula do utilizada no Accept dos anos 80, não que isso seria algo ruim, o problema é que as ideias e músicas estavam se repetindo e apresentando pouca empolgação, mais do mesmo sem buscar um algo mais nas composições.

Parece que a troca de alguns integrantes oxigenou a banda, trazendo novas ideias e novo ânimo. A sonoridade e características do Accept clássico continuam, porém soando mais pesadas, mais atuais,  e isso pode ser já sentido nas duas primeiras faixas, “Speeder”, típica faixa de abertura, rápida, guitarras matadoras, cozinha pesada (a faixa segue uma pegada bem naquele estilo que o Priest inovou com “Painkiller”), riffs marcantes, guitarras dobradas e os tradicionais coros;  “Decadent”, em um andamento mais cadenciado, mas também muito pesada, trazendo também aqueles tradicionais coros do Accept clássico, com direito até aquela paradinha que o baixo fica pulsando enquanto Udo vai discursando, resumindo, naquela linha de faixas como “Balls to the Wall”.


A banda arrisca mais em alguns novos elementos que vão surgindo, como na “Faixa Mistery”, pesadíssima, com muita tensão. Udo soa agressivo e com malícia, e alguns efeitos nos coros e sintetizadores de fundo contribuem para o clima da música; “Pain”, traz aquele lado Hard Rock que marcou também os álbuns clássicos do Accept e também solos do baixinho Udo, com melodias e refrãos pegajosos; “Secrets in Paradise”, é uma daquelas tradicionais baladas heavy, também bem características do Accept da fase Udo e na carreira solo do vocalista, a gente sabe já que vai ter uma, e aqui não foi diferente, mas sempre são pontos de destaque nos álbuns.

O álbum segue consistente e empolgando até o fim, com os elementos já consagrados da antiga banda do vocalista, tendo um ponto que leva vantagem sobre o Accept atual é que não deixou de lado aquele lado Hard com melodias mais pegajosas, algo que Wolf Hoffmann e cia esqueceram um pouco em seus 3 últimos álbuns, e nessa veia mais Hard, além da já citada “Pain”, temos também “Under your Skin”, e a "Words in Flames" fecha o álbum, também trazendo muito das tradicionais faixas de encerramento dos discos clássicos do Accept e Udo, porém com essa "nova cara" atualizada e renovada, com direito a teclados que dão um ar épico e sinfônico. Muito Accept e Udo clássico, e com fôlego renovado.



Um álbum que traz o baixinho, com sua voz única e característica, em grande forma, uma banda afiada e revigorada, em um trabalho empolgante, pesado, tenso e atual, e se o U.D.O. estava ficando pra trás do Accept dos últimos anos, agora as coisas começam a se equiparar. O “gigante” acordou! Quem ganha são os fãs de Udo e Accept clássico, e claro do Heavy Metal em sua pura essência. Mais um excelente lançamento que a Shinigami traz para o Brasil, inclusive contendo duas faixas extras (embora na capa estejam relacionadas apenas as 12 da edição normal).


Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: U.D.O.
Álbum: "Decadent"
Estilo: Heavy Metal
País: Alemanha
Produção: Udo e Mattes
Selo: Shinigami Records

Line-up
Udo Dirkschneider (vocals)
Andrey Smirnov (guitar)
Kasperi Heikkinen (guitar)
Fitty Wienhold (bass)

Sven Dirkschneider (drums)

Canais Oficiais da banda:



Track List

01. Speeder
02. Decadent
03. House of Fake
04. Mystery
05. Pain
06. Secrets in Paradise
07. Meaning of Life
08. Breathless
09. Let Me Out
10. Under Your Skin
11. Untouchable
12. Shadow Eyes
13. Rebels of the Night
14. Words in Flame






Um comentário:

Igor Maxwel disse...

Tirando a capa horrorosa, o disco é bem legal, mas não o considero um dos melhores do U.D.O. Tem algumas músicas excelentes, outras nem tanto, e uma a meu ver cansativa (no caso, a última "Words in Flame") mas... Enfim, um CD apenas OK.