Os anos 90, para minha pessoa, é relembrar de um passado
mágico e cheio de sonhos, recordando apenas de poucas coisas pelo fato de ter
nascido no comecinho da década, em 1993, estando hoje com 23 anos nas costas.
Mas, durante esse longínquo período, muita coisa acabou entrando pra história:
politica, futebol, cinema, música, tecnologia, com a chegada de vez da internet, televisão e economia, e o Rock/Heavy Metal passou por transformações, tivemos a cena de "Seattle", com o Metal mais tradicional e Hard, que tiveram o auge nos 80, sendo relegado pela mídia, eram alguns dos temas mais frenéticos, que quem pôde vivenciar aquela época, vai responder.. Durante esse período, o Toyshop estreou, se destacou na Europa, e depois adormeceu, mas acaba de retornar com a mesma pegada e som "pegajoso" de sempre, lançando seu novo disco, “Candy”.
Quem acompanhou a banda no comecinho da carreira, ainda
na fase Party Up!,vai perceber que a fisionomia das músicas continua a mesma, não
tendo algo irrelevante ou fora de sua zona habitual, mantendo sempre a pegada Punk
Rock, Bubblegum e alternativa, que continua presente nas veias do quinteto. E o
disco é cheio de alto astral e diversão de ponta a ponta, e mesmo quem for rabugento e
fechado somente para o Heavy Metal, será capaz de querer agitar, dançar e transformar a
casa num verdadeiro salão de festas, sendo essa uma das intenções da banda, de fazer
música para todos os gostos, independente se a pessoa é chegada a coisas mais
pesadas ou não.
A produção geral é capitaneada pelo conceituado produtor
Mauricio Cersosimo, que já trabalhou com grandes nomes da música nacional e
internacional, entre eles o Sepultura, Avril Lavigne, Ney Matogrosso, Hugo
Mariutti, Capital Inicial, Skank e Death Angel. E, claro, o resultado não
poderia ser outro, pois o mesmo trouxe e soube entender a proposta musical da
banda, felicitando com uma sonoridade enérgica e limpa em cada detalhe. E a
capa, feita pela Ligia Morris, resume bem o que o disco passa, colocando muita cor e descontração.
Desde o inicio até o fim, a banda não consegue deixar a
desejar em momento algum, arrasando a todo o momento com composições vigorosas
e assoviantes, de forte assimilação, que já grudam de forma fácil e
rápida na cabeça. Todas as faixas, duram em torno de 2 a 3 minutos, o que
torna mais acessível. E o time continua sendo quase todo o mesmo do primeiro álbum, com o Nando Machado a única novidade, assumindo os baixos.
Estabelecendo o regozijo, “Running Out”, principal música
de trabalho do disco, aduz riffs de guitarras rápidos e refrãos pregantes, evidenciando
também a pegada a lá Ramones do baterista Guilherme Martin, abrindo o disco de
maneira vibrante e sacolejante; “Nothing I Can Do” aborda uma pegada mais
sublime e acessível, possui elementos eletrônicos pra dar um ar de melodia,
ganhando destaque para o trabalho de baixo; a faixa-título “Candy” é
caracterizada pelo clima dançante, trabalhado por guitarras limpas, deixando o
ambiente da música mais pra cima com os sopros dos saxofones.
O romantismo aparece em “Take My Hand”, balada que possui ricas
melodias de piano e partes mais cristalinas, que combinaram perfeitamente com a estrutura vocal
da Natacha; “All Away”, até então a minha preferida, é uma das mais pesadas do
disco, com riffs certeiros e na cara, dando um ganho mais radical com alguns
efeitos de Hip Hop; “Nowhere to Hide” vem num andamento menos rápido, mas que
capricha nas guitarras cadenciadas e do refrão cheio de coros; “Tomorrow” e
“Back ToYou” são as que mais diferem do Punk Rock, que quem é chegado em
Offspring e Ramones, irá adorar de imediato; “Saturday Night” é, talvez, uma
das mais experimentais, surpreendendo com a ótima mistura de Punk com música
Country. E o disco finda com uma versão mais sublime de “Daydream”, presente no
primeiro disco, considerado o clássico da banda, música com a qual ganharam destaque na Europa, em países como a Holanda, frequentando primeiros lugares nas paradas.
Volta mais do que grandiosa pra uma banda que já foi
primeiro lugar nas paradas da Europa, ultrapassando nomes conceituados na
época. Que esta volta seja definitiva.
Texto:
Gabriel
Arruda
Edição/Revisão:
Carlos
Garcia
Fotos:
Divulgação
Ficha
Técnica
Banda:
Toyshop
Álbum:
Candy
Ano:
2016
Estilo:
Punk
Rock/Alternativo
Gravadora:
Independente
Formação
Natacha Cersosimo (Vocal)
Val Santos (Guitarra, backing-vocals)
Gabriel Weinberg (Guitarra, backing-vocals)
Nando Machado (Baixo, backing-vocals)
Guilherme Martin (Bateria)
1. Running
Out
2. Tomorrow
3. Nothing
I Can Do
4. Candy
5. TakeMyHand
6. AllAway
7. NowheretoHide
8. Back
ToYou
9. Saturday
Night
10. Daydream
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