sábado, 25 de julho de 2020

Segregatorum: “A cena é muito mais forte que isso”


Entrevista por: Renato Sanson


Entrevista – Banda: Segregatorum de Bento Gonçalves/RS


2020 marcou o lançamento do Debut “Lemarchand's Dominus” trazendo o Death/Doom como proposta principal. Como se deu o processo de composição do mesmo?

A Segregatorum sempre foi focada em música autoral, então eventualmente íamos ter material gravado. Mesmo antes do lançamento virtual do primeiro EP, já estávamos trabalhando em outras faixas, que futuramente apareceriam no debut, mas o fizemos sem pressão para lançar. Um de nós chegava no ensaio com uma ideia nova, e a partir disso, trabalhávamos as outras linhas, num processo bem democrático, até atingir o som “ideal”.


Em relação as críticas, a receptividade do disco perante público e imprensa tem correspondido o esperado?

A receptividade tem sido bem acima do esperado, na verdade. Até ficamos surpresos positivamente com as críticas, pois trata-se da primeira experiência em estúdio da maioria dos membros, e não sabíamos bem o que esperar.


Em breve vocês estarão lançando um novo material, o EP “Live In Desolation”. Com músicas gravadas para a terceira edição do “Quarentena Rock Online Fest”. Como surgiu esta ideia?

Desde abril estávamos pensando o que fazer durante a quarentena, já que ensaios não eram possíveis aqui na cidade. De repente, surgiu a oportunidade de participar do cast do QROF, e não tendo equipamentos para gravar de casa, tivemos a ideia de gravar um ensaio, contendo a setlist tocada no festival (3 faixas). Então o Matheus Carrer, do Cosmic Music Studio, aqui de Bento Gonçalves mesmo, nos deu todo o suporte necessário para fazer isso acontecer, e quem não pôde conferir no festival, vai poder dar uma ouvida em todas as plataformas, em setembro.


Conte-nos um pouco mais sobre os temas abordados pelo Segregatorum em suas letras, que são em sua maioria baseados nos filmes de terror da série Hellraiser, certo?

Precisamente. As letras retratam cenas do filme e buscamos remeter a atmosfera do mesmo, mas visamos ir além da parte gore e repugnante do filme (haverá músicas com muito gore/trash nas letras, afinal também tocamos Death Metal, certo?). Há também, detalhes emocionais e sobre a índole de cada personagem retratado, o que resulta em uma aproximação no ouvinte, que poderá se identificar com características dos personagens da trama. O tema central das letras é a busca pela caixa de Lemarchand, que é capaz de entregar prazeres além da compreensão humana, para quem portá-la. Tão importante que virou nome e capa de álbum, hehehe.  A busca incessante que Frank, um dos personagens, faz por este objeto maligno, é cerne de toda nossa jornada, que será desenvolvido nos próximos trabalhos.


Sobre suas influências, o que elas impactam diretamente no som da banda?

As influências foram/são essenciais, não só para atingirmos o som que pode ser ouvido no Lemarchand’s Dominus, mas também parte da identidade sonora como banda. Cada membro vem de um subgênero distinto do metal. Lucas (Carbonera), baixista, tenho inspirações que partem do prog metal (vide Opeth antigo, Mastodon) até o tech death (Obscura, Archspire, The Faceless), enquanto que Carlos, baterista (Chris Adler, Aquiles Priester, Eloy Casagrande), e Cabelo, guitarrista, mais thrash e groove (Megadeth, Lazarus AD, Sepultura). Quanto ao vocal, Lucas (Lazzarotto) tem influências que variam desde Sentenced, Hipocrisy, até Moonspell e Paradise Lost. Essas diferenças ficam evidentes, pois há faixas mais melódicas, lentas, e outras mais groove, rápidas, com o vocal variando entre o gutural e o rasgado, ajustando-se à situação retratada na letra. Com a entrada de Cristian, no final de 2019, assumindo a guitarra solo, agrupamos outras influências, tanto instrumentais, quanto vocais, que serão retratadas no segundo álbum de estúdio.


Atualmente o mundo passa por um colapso pandêmico. Onde bandas e músicos foram atingidos sem dó e nem piedade. Na visão de vocês, como o cenário musical pode se recuperar desta situação?

Por um lado, vemos como uma oportunidade das bandas se reinventarem, refazer planos para o curto e médio prazo, aproximar-se mais de seu público (usando as mídias sociais), e aproveitar o período para produção de material. Por outro lado, não haverá um grande investimento de gravadoras em bandas novas, já que fomos afetados como um todo, no âmbito financeiro. Acreditamos que essa recuperação pode ser feita, mais do que nunca, baseada na união da classe musical, seja ela em questão de shows (locais, nacionais, internacionais) ou outras atividades presenciais. A cena é muito mais forte que isso.


Um Single inédito está nascendo da banda a composição “Silver Ov Light”, teremos o lançamento desta faixa inédita ainda este ano?

Claro! Já criamos um evento virtual, em parceria com a Wargods Press, para marcar a data do lançamento do EP, dia 18/09. E já adiantar que um segundo álbum de estúdio já está em fase de produção. Muito obrigado pelo espaço, Renato!


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