quinta-feira, 2 de julho de 2020

Captain Black Beard: Celebrando o Hard/AOR e Pop Rock 80's



O novo trabalho do Captain Black Beard tem sua line-up mais uma vez modificada apenas com Christian Ek (guitarra) e Robert Majd (baixo) de remanescentes. A proposta continua a de celebrar o pop rock americano dos anos 80. 

Em comparação ao último registro, a produção harmonizou melhor os arranjos, principalmente a guitarra que ficou menos abafada e pesada. Pra esse tipo de som acabava esmagando os demais instrumentos.

Outra coisa notável é a volta do vocal masculino, agora na responsabilidade de Martin Holsner, o qual lembra diversas vezes a voz de Paul Stanley.


As 10 canções compartilham baterias redondinhas repletas de reverb, brass de sintetizador e riffs no dever de pavimentar o canto de Holsner naquele clima anos 80 do KISS.

Eu poderia destacar abaixo as seguintes canções:

Headlights: Uma estranha cruza de KISS na era do "Lick It Up" enquanto os sintetizadores remetem o single "Gloria" de Laura Branigan. O solo apesar de curtinho reflete a essência oitentista usando bends expressivos e tappings.

Lights And Shadows: Apresenta melodia inspirada ao lado de múltiplas vozes no auge da música. Guitarras ganham um papel extra, elas roubam cena nos breves momentos.

Disco Volante: O cantor encarna de vez Paul Stanley. Teclados estridentes se fundem aos pratos com direito a pequenos arpejos. Na reta final a guitarra soa melódica e se sincroniza com outra.

Tonight: É uma balada potente, cria uma montanha russa sentimental de momentos tristes e revigorantes. A voz e rápidos momentos da guitarra tornam a canção poderosa. Infelizmente abusam além da conta dos sintetizadores e se prendem demais ao clichê. Apesar da qualidade, pode soar um pouco datada para a maioria, parecendo trilha de algum filme da Sessão da Tarde.

Time To Deliver: Uma das melhores canções. A voz se destaca entre as outras do trabalho. O riff pesadão cavalgado é entrecortado pela bateria pura que divide espaço com a voz. Os fraseados finais na guitarra infelizmente terminam sufocados.

Midnight Cruiser: Inicia com um baixo rugindo. Sintetizadores se fundem melhor com a guitarra para produzirem um caminho empolgante até o núcleo da música. Vale mencionar a passagem do teclado tocando uma ideia barroca antes da guitarra solar. Casaria muito bem com algum racha de carros à noite. O ponto alto do disco.


Chegando a um veredito, "Sonic Forces" reverencia totalmente o som de uma época, às vezes se aproximando de uma caricatura involuntária. O álbum também não tenta construir um papel para cada faixa. Todas soam previsíveis pela semelhança.

Na parte técnica, você nota os sintetizadores brigando com prato pelas faixas de frequência. Se por um lado, a guitarra no último registro soava incompatível e agora mais assertiva,  por outro ela termina sufocada no excesso de reverb e ganha um papel mínimo. Até em discos do Poison e Dokken elas eram imprescindíveis para a extravagância do seu som.

Numa visão geral, eu recomendaria para quem deseja revisitar uma era ou saudosistas do Hard Rock sintetizado.

Texto: Alex Mattos (Canal Rock Idol)
Edição: Carlos Garcia

Banda: Captain Black Beard
Álbum: "Sonic Forces" 2020
Estilo: Hard Rock, AOR, Pop Rock
País: Suécia
Selo: AOR Heaven/Metal Heaven

Canais Oficiais da banda:
Site Oficial
Youtube

       

       

       

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